1° Temporada de Governanta- Concluída
Ela precisa de um lugar para morar.
Ele precisa de alguém que cuide de seu filho.
Parece que todos vão sair ganhando nessa
contratação. O que eles não imaginam é que vão
ganhar muito mais do que uma nova babá...
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POV Any Gabrielly
Meu contrato com a escola logo terminaria e nenhum dos meus superiores tocou no assunto de renovação. Mas mesmo assim, eu ganhava muito pouco para uma professora.
Para a lista do desespero, acrescentei mentalmente o 'desemprego' como um ponto importante.
Além disso, teria que procurar logo um local para morar. Minha melhor amiga havia decidido se mudar para a casa do namorado e eu ficaria sozinha com as despesas de casa.
Xinguei-me mentalmente, se ela tivesse me ouvido quando fomos atrás de um apartamento, hoje estaríamos em um local mais em conta para eu bancar sozinha.
Mais um ponto para a lista do desespero: “despejada”.
Eu tinha uma outra proposta de emprego para trabalhar como supervisora de pátio em um colégio menor na zona leste. Mas a distância do apartamento até o local era imensa.
De qualquer forma, além de procurar um local para morar, eu ainda tinha que encontrar um que fosse próximo ao meu novo emprego.
-Senhor, vou querer a vaga de supervisora - eu disse ao senhor Henrique da agência de empregos.
-Menina Any, o salário é péssimo ele disse apontando para a folha de proposta.
Eu ri, sem humor.
-Creio que seja melhor do que ficar desempregada, seu Henrique- eu disse tristemente.
Ele se recostou na poltrona, pensativo.
-Eu tô com uma proposta boa ali na gaveta - ele se levantou e retornou com uma folha nas mãos.
No anúncio dizia "Procura-se Babá Em Tempo Integral".
-O que é isso, seu Henrique? - eu perguntei.
Ele bocejou, entediado.
O senhor Henrique era um homem perto de seus cinquenta anos. Sempre me ajudou desde que meus pais faleceram. Ele me lembrava o personagem de Up Altas Aventuras: rabugento por fora, mas um doce depois que se conhece melhor.
Esse menino aqui é meu sobrinho -ele apontou para o nome embaixo do anúncio.
Estava escrito apenas: Josh. Sem sobrenome ou indicação visual.
-O pobre menino perdeu a mulher no parto do filho, tadinho - ele disse com os olhos marejados - É um bom rapaz mas não sabe nem dar comida a pobre criança.
A história estava tomando um rumo meio triste e coloquei minhas mãos nos ombros do senhor, no intuito de lhe oferecer conforto.
-Você é bondosa, menina - ele sorriu, me mostrando aquele sorriso amarelo cativante.
-Obrigada, seu Henrique- eu disse, devolvendo o sorriso.
-Por isso é boa para esse cargo - ele concluiu. - Você tem experiência com crianças do seu serviço na escola.
Eu ri de sua comparação.
-É diferente de ficar um dia inteiro supervisionando uma criança e eu nem sei a idade do pequeno - eu falei. - Ou da pequena. O homem se ajeitou na poltrona e me encarou, docemente.
-Vou te indicar lá mesmo assim- ele disse, decidido. - Se tiver dúvidas, procure na tal da internet.
Eu ri, mais uma vez.
Henrique era dono de várias empresas, mas odiava a todo custo a evolução tecnológica.
-Tudo bem, seu Henrique, é quase impossível discutir com o senhor- eu disse.
-Então já que é impossível negar um pedido meu, venha trabalhar comigo em uma das minhas empresas-ele sorriu.
Não era a primeira vez que ele me oferecia um cargo corporativo. E não seria a última vez que eu recusaria.
-O senhor sabe que salas de escritório me dão calafrios-eu tremi.
-Vou te recomendar como atriz, menina, você é ótima fingindo- ele tossiu um pouco.
-E sou tão linda quanto elas- eu disse, fazendo pose.
O homem deu uma gargalhada acolhedora. Era quase impossível não acompanhá-lo.
-Espera ai, menina, vou fazer um telefonema- ele disse.
Apesar da idade, Henrique era ligeiro. Ele rapidamente se levantou e pegou o celular em cima da mesa.
-Alô- ele disse, acenando com a cabeça. -Oh, seu moleque insolente.- Henrique ficou em silêncio e cochichou algo no telefone.
-Não se preocupe, já achei uma moça bem bonita pra você- ele deu uma boa gargalhada.
Alguém do outro lado da linha o repreendeu e isso pareceu divertir ainda mais o senhor.
-Larga de bobagem- ele retrucou. -Vou levá-la aí agora mesmo.
Mais uma vez silêncio.
-Não me importo se esteja só de cueca, ela vai cuidar do seu filho e não do que você usou para fazer ele - Henrique disse.
Eu tentei conter a gargalhada.
O senso de humor daquele homem era bem diferenciado.
-Okay, se vista, chego aí em dez minutos - ele disse e desligou telefone, sem esperar uma resposta.
Ele veio em minha direção e puxou o paletó da poltrona.
-Vamos, bonitinha - ele disse.
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• Postei o primeiro cap galera, espero que vocês gostem