DEPRESSÃO

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OI MEU POVOOOOOOOOOOOOOOOOOO. OLHA QUEM VOLTOU?????

A fic está chegando na reta final. O choro é livre.

Pelo título vocês podem ver que vou abordar um assunto bem pesado. Mas é importante de qualquer maneira.

Vou colocar algumas músicas nesse em alguns momentos e vocês escutem quando eu pedir ok? Respirei fundo e vamos lá. Leiam as notas finais.

SARAH POV

- Meu coração tá disparado, Bianca. Calma! - Pedi ofegante tentando sair da chave de braço que ela estava tentando me dar. Fiz toda força que pude para me virar de bruços, mas meu coração só acelerava mais e eu já começava a perder o ar. Ela puxou meu braço com tudo no meio das suas pernas e levantou o quadril o puxando, a dor me fez dar dois tapinhas na perna dela, para que ela soltasse meu braço. Tinha fracassado de novo.

- Eita, Sarah. Não tá dando certo. - Bianca se sentou do meu lado rindo. Eu estava de olhos fechados tentando respirar corretamente, mas estava difícil. - Precisa melhorar isso. Ainda não é a hora de voltar.

- Eu preciso voltar. - Me levantei e fiquei de pé na frente dela que jogou uma toalhinha na minha mão. Passei no rosto tentando secar todo aquele suor. Fazia meses que eu não pisava naquela academia, quase um ano. Estava trabalhando com minha mãe na empresa até duas semanas atrás, mas agora estava de férias. Ela vivia me dando férias e eu não entendia. Dizia que era melhor para que eu pudesse me distrair.

A verdade era que todos sempre pareciam preocupados comigo, e foi exatamente por isso que me afastei de todos. Família, amigos. Mal os via. Era uma droga os olhares de pena pra cima de mim quando eu decidia ir ve-los. Acho que estava nítido a todos que nesses tempos estivesse mal. Agora eu tentava fingir que estava superando todas as coisas que aconteceram, o que era uma grande mentira. Eu era torturada todos os dias por minhas próprias lembranças. As memórias machucavam minha cabeça. O pior de tudo é quando a guerra é dentro da sua cabeça, quando é você contra você mesmo, e não dá pra pedir ajuda, não dá pra explicar a confusão. Porque dói só em você e te tira coisas que vão aos poucos te deixando com menos vontade de lutar. Uma sala triste e silenciosa só com o seu nome na porta. Era o pior sentimento do mundo no qual eu estava apegada.

Estava morando sozinha em um apartamento a dois anos. Desde que sai de casa quando Juliette me disse que estava grávida que eu estava lá. O máximo que eu fazia agora era levar meus filhos pra lá todo fim de semana. Evitava ir ve-los na casa de Juliette, pois a mesma sempre se mostrava incomodada com minha presença, e eu também preferia manter uma certa distância dela, mas era quase impossível já que éramos da mesma família, tínhamos filhos. Era impossível não ve-la por mais que eu não quisesse.

Depois do nosso término soube que Juliette estava grávida do nosso segundo filho. Tentei ao máximo acompanhar a gravidez dela, mas não continuei morando na nossa antiga casa. Diferente de quando eu estava lá, Juliette ficou bem mais ativa depois que sai, fez alguns cursos e também trabalhava na academia como personal trainer. Parecia que eu estava prendendo-a. Meu estado emocional estava a arrastando pra baixo junto comigo, e por isso resolvi deixa-la. Juliette não merecia sofrer por conta dos meus erros, pelo o que me tornei, e eu me sentia bem em ve-la conseguindo conquistar suas coisas na vida.

- Melhor voltar a se exercitar. Você não tá conseguindo se manter e isso é por motivos de que você não sai da sua cama. - Ela ficou de pé na minha frente e respirou fundo fortemente. - Quando vai voltar a viver? - Bianca perguntou e parei de encara-la. Era o que todos me perguntavam, mas eu não sabia o que dizer. Eu gostava de estar sozinha longe das pessoas. Nossas vidas viraram uma confusão depois que me apaixonei por Juliette. A fiz sofrer, fiz Arthur morrer por minha causa. Fiz seu pai sofrer. Carla. Todos. Eu preferia ficar longe e sozinha, assim evitava confusão.

Adotada [Intersexual]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora