Capítulo Trinta e Dois

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Como isso era possível?! Não tinha nem vinte e quatro horas! Pelo amor de Merlin! Parece pior agora que ele experimentou do que antes! E Harry não ajudava! Olhando para Flitwick com aquela expressão concentrada, — se Draco não o conhecesse até pensaria que ele estava focado na aula, mas provavelmente só estava devaneando — o seu maxilar sendo evidenciado por estar apoiado em sua mão, os olhos verdes como duas piscinas tentadoras fazendo Draco querer descobrir a profundidade delas, os lábios entreabertos sendo umedecidos de tempos em tempos... Draco estava enlouquecendo!

— O que foi? — Harry finalmente notou o olhar do loiro.

Malfoy apoiou o cotovelo na mesa e encarou Potter com os olhos semicerrados. — Eu quero te beijar. — As bochechas do garoto imediatamente ficaram vermelhas e ele engoliu em seco. E, Draco percebeu, sua pupila também dilatou.

— Ok, hã... er... — Ele estava muito desconcertado, era adorável. E, curiosamente, prazeroso, fazia a provocação valer duas vezes mais a pena.

O loiro se inclinou colando seus corpos do joelho ao ombro, aproximando seu rosto ainda apoiado na mão, de modo que ele podia praticamente encarar Harry de frente. Dividiu sua atenção entre os seus olhos e sua boca e falou baixo com a voz grave: — No minuto que essa aula acabar, nós vamos até o banheiro da Murta-Que-Geme. — Colocou a outra mão na coxa de Harry que arqueou as costas com o arrepio que se arrastou pela sua coluna e a fisgada na sua virilha.

Antes que o grifinório tivesse a oportunidade de responder, a aula acabou e o loiro o puxou para fora. E antes de piscar, estava sendo empurrado contra a porta trancada do banheiro do segundo andar.

Mas, contrária à toda rapidez, antes de o beijar, Draco parou. E o olhou. Harry sempre achou superestimado o poder que as pessoas davam para os olhares. No entanto, agora ele entende. Com um simples olhar de pupila dilatada dos seus olhos cinza, Draco conseguiu fazer o corpo de Harry se arrepiar e formigar por inteiro.

O rosto dele estava tão perto que Harry sentia a respiração na sua boca e aquela calmaria antes da tempestade era tão excitante quanto o ato em si, tinha algo sobre aquela ânsia gulosa que Harry nunca sentiu antes que inflamava seu corpo.

Delicadamente, o loiro tirou os óculos do grifinório e colocou na sua bolsa a colocando no chão. Não tão delicado ou lentamente, suas mãos frias dedilharam a nuca de Harry o puxando para ainda mais perto. O estômago do grifinório dava voltas toda vez que Draco fazia aquilo de unir seus rostos — testas e narizes — e dividir seu olhar entre os olhos de Harry e sua boca. Não que ele estivesse vendo isso acontecer — seus olhos sem óculos eram inúteis — mas ele sentia. Sentia a respiração entrecortada do loiro em sua boca, sentia os olhares e a intensidade deles, sentia o arrepio e as fisgadas incessantes na sua virilha. Merlin! Como ele já estava meio duro com apenas um olhar?!

Draco deve ter ouvido seus pensamentos, porque uniu seus corpos completamente. Seus corações batiam juntos, uma das pernas do loiro estava deliciosamente entre as de Harry e ele pôde sentir a meia ereção dele em seu estômago. Que alívio saber que não era só ele! Mas ele engoliu em seco se sentindo ainda mais excitado. Ele nem sabia que podia estar tão excitado. Qualquer coisa que estivesse segurando o ímpeto de Draco caiu por terra e ele atacou os lábios de Harry.

Ele amassou aquele cabelo do jeito que sempre sonhou e agarrou a cintura de Harry como sempre quis juntando ainda mais seus corpos, se fosse possível, sentindo a ereção do grifinório na sua coxa e a sua no estômago de Harry pela diferença de altura e até isso era excitante.

Potter achou que ontem tinha tido o melhor beijo da sua vida, mas nem chega perto desse. Porque ontem era um pouco estranho ainda e Draco estava receoso em tocá-lo, mas hoje...

Chama Inefável {Drarry}Onde histórias criam vida. Descubra agora