CAPÍTULO CINCO

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  Sábado, 29 de setembro, às seis da manhã minha vó preparou uma cesta com lanches e bebidas, e eu fui fazer trilha numa mata que fica a um quilômetro da chácara.

  Cheguei numa barragem enorme e profunda que se finaliza numa represa com extensão de três quilômetros. Apesar do período de estiagem, a barragem transbordava e sua água era límpida e cristalina. Caminhei por meia hora numa estrada de terra e entrei numa mata que dava para a margem da represa. Andei mais um pouco até umas rochas localizadas também na margem, lá seria melhor para eu ficar sem ser perturbado, que bobagem, quem haveria de me perturbar num lugar onde só se escutava o barulho dos pássaros?

  Quando cheguei ao outro lado das pedras, deparei-me com um rapaz de sunga sentando em uma das rochas, de costas para a mata, com um fone no ouvido e pescando. Confesso que me assustei e tive medo, vai que ele seria um mau elemento. Parei e fiquei pensando se eu voltava ou ficava ali mesmo. Ele ainda não tinha percebido a minha presença, observei uma bicicleta encostada no tronco de uma árvore e uma mochila vermelha com detalhes preto. Aproximei-me dele e dei “bom dia” alto, ele tomou um susto e virou-se rapidamente, desconfiado, respondeu o mesmo e voltou a atenção para sua pesca.

  Pensei: “credo, que cara mais chato”. Fiquei dez metros longe dele.

  Pela primeira vez na vida achei outro homem interessante, pois eu só tinha olhos pra David (E acho que ainda tenho, não consigo imaginar-me com outro homem, sei lá, deve ser o costume ou a verdade que ainda o amo, mas prefiro a morte ao invés de voltar pra ele). Pois é, esse rapaz é moreno, deve ter uns 80kg e 1,75m, cabelos curtos, seu corpo tem umas curvas definidas e robustas. Achei linda nas suas costas uma tatuagem japonesa que significa amor. Enquanto eu procurava a sombra de uma árvore para colocar a cesta embaixo, dei uma olhada discreta aproveitando que ele estava distraído pescando.

  Ele é uma delícia, estava de sunga verde-limão com estampas coqueirais e o celular prendido no cós, provavelmente ele estaria escutando músicas. Senti meu pau se mover dentro da sunga, mas não ficou duro. Coloquei a cesta embaixo de uma árvore próxima da qual estava à bicicleta do garoto, tirei a roupa e fiquei só de sunga laranja. Parei de ficar olhando para o cara, se não eu ia ficar excitado e caso ele percebesse obviamente não iria gostar.

  Passei protetor solar no meu corpo, peguei uma toalha e fui para a pedra, estendi a toalha sobre a rocha, coloquei os óculos escuros e deitei em decúbito dorsal. O sol ainda não estava quente.

  De vez em quando, eu dava uma espiadinha discreta para o gato, ele continuava entretido em sua pesca.

  “Nossa! Ele é gostoso” pensei.

  Mais de cinco vezes fiz o mesmo procedimento, na última ele me pegou no flagra, virei o rosto rapidamente com o coração a mil.

  “Caralho! Ele vai perguntar por que estou encarando-o” pensei.

A cura da traição (Conto Erótico Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora