🌹Cemetery - ChanLix🌹

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Sinopse: Onde uma vez por semana, Felix visitava o túmulo de seu avô e contava seu dia, mas não sabia que outro também escutava suas histórias.

[P.O.V Autora]

Felix sempre teve uma relação ótima com seu avô. Brincavam, faziam diversas artimanhas, cozinhavam juntos, tudo e muito mais. Porém, aos seus 16 anos, o amado e adorável avô havia morrido de infarto fulminante enquanto o garoto estava indo na feira para lhe fazer um almoço de bom gosto. Seus pais nem conseguiram fazer algo para salva-lo, foi tudo tão rápido que o velhinho de 56 anos não aguentou.

Cada um possuí sua forma de luto, Lee Felix havia arranjado a sua. Passou muitos dias chorando no quarto, mesmo depois do enterro. Devido à um incentivo da mãe, sempre que possível o menino visitava o falecido avô.

Desde então, o Lee, já com seus 20 anos e uma casa própria, sempre visitava o túmulo do avô as sextas-feiras, num horário fixo às 15:00, e contava sobre toda sua semana. No momento, o garoto corria até o cemitério, já que seu trabalho tinha atrasado um pouco, mas chegou bem à tempo do seu horário. Lee se sentou numa parte de pedra do túmulo e deixou uma rosa perto da foto do avô.

─ Cheguei à tempo, que bom! Minha seção de fotos atrasou de novo. Apesar desses imprevistos contínuos, eu não me arrependo de ter seguido seus conselhos vovô, todos acham que sou realmente bonito. Queria que você pudesse ver meu trabalho... ─ Felix quase caiu no choro como muitas vezes já fizerá, mas aguentou firme e sorriu pro nada. ─ Ah e desculpa não trazer mais flores, peguei de última hora vindo para cá.

Enquanto Lee se esbaldava de contar sobre toda sua semana de agenda lotada, um jovem rapaz, não muito longe dali, escutava tudo. Não estava espiando, no entanto o túmulo de sua falecida irmã ficava bem perto e era possível ouvir tudinho. O homem que ouvia Felix contando suas histórias tão animado para um morto quanto contava para um vivo
se chamava Bang Chan. Sua irmã havia sido atropelada à uns três meses, desde então, não passava uma semana sem visita-la. Geralmente visitava em dias aleatórios, mas mudou sua rotina só para ouvir o garoto das sardas conversar sozinho.

Fazia semanas que Chan sempre prestava suas homenagens à irmã e ouvia Lee. O garoto, mesmo rodeado de mortes, ria alegremente para seu falecido avô e Bang achava adorável. Apesar de todos os risos, havia dias que Felix chorava como uma criança e num desses dias, o menor parecia tão devastado que Chan não se aguentou.

Felix chorava se lamentando pelo vovô, alegando que era sua culpa ele ter morrido. O senhor, antes de morrer, tomava remédios para um determinada doença, mas eles o deixavam incapacitado e fraco demais para brincar com o neto. O avô, não querendo parar de se divertir com o pequeno Lix, cortou seus remédios secretamente e a falta deles causou o infarto. Só havia sido descoberto que ele havia parado com todos os remédios após uma autópsia minuciosa.

Bang andou devagar até o garoto choroso e parou ao seu lado, pensando se deveria chama-lo e perguntar como estava ou se deveria ir embora, mas já que tinha chegado até ali, então tocou seu ombro.

─ Oi, você está bem?

─ A-Ah, estou sim. É só... Uma crise de choro.

Lee sorriu para o estranho, limpando suas lágrimas, e ficou um tempo quieto, percebendo só depois que nem havia perguntado o nome do moço em pé. Felix foi um pouco para o lado e sinalizou para Chan se sentar.

─ Eu me chamo Lee Felix e você?

─ Bang Chan. Me perdoe a pergunta, mas quem você perdeu aqui?

─ Meu avô, faz alguns anos e eu venho aqui toda semana, não falto uma. ─ O menor sorriu para a foto do avô. ─ E você, se não importar-se em falar.

─ Meus pêsames. Perdi minha irmã à uns três meses atrás, ela foi... ─ Bang engoliu o choro, lutando contra a vontade de desabar como fez em muitos dias e noites. ─ Ela foi atropelada por sem noção.

─ Oh eu sinto muito. Ela deveria ser uma pessoa muito boa.

Os garotos estenderam a conversa, agora sentados num banco de pedra em baixo de uma árvore. Falando sobre seus entes queridos e outros assuntos avulsos.

─ Que tal irmos à uma cafeteria? Conversar num cemitério me parece um pouquinho estranho. ─ Chan deu a idéia, fazendo Felix corar e deixar suas sardas transparecerem um pouco mais. ─

─ Claro! Deveríamos ter pensado nisso antes.

Ambos saíram rindo dali, não sem antes se despedirem dos falecidos familiares. Chan e Felix foram até uma cafeteria na esquina do grande cemitério, entrando e se instalando numa mesa no meio do estabelecimento.

O lugar estava consideravelmente cheio, então enquanto a garçonete demorava para atende-los, os garotos ficaram num silêncio confortável, sem ser um clima pesado. Enquanto Yongbok analisava a cafeteria, Bang lhe encarava, reparando em alguns detalhes que não havia visto antes.

O mais novo tinha olheiras que começavam à aparecer, já que sua maquiagem deveria estar saindo, os olhos um pouco mais inchados de chorar ou de cansaço, seus cabelos loiros bem desbotados e com a raiz grande... Felix não parecia estar se cuidando muito nos últimos tempos.

─ Como anda seus dias? ─ Chris chamou a atenção do outro. ─

─ Ah estão indo bem, algumas noites de insônia mas nada frequente. ─ Lee deu seu melhor sorriso. ─

Nada tão frequente... Para Bang era claro que o mais novo não dormia bem a dias, quem sabe semanas, meses ou anos. Naquele momento, Bang Chan jurou a si mesmo que iria deixar aquele garoto, que havia acabado de conhecer, em bom estado novamente.

O tempo passou e ambos pegaram os números telefônicos um do outro. Conversa vai, conversa vem, eles acabaram se aproximando muito rápido, mais rápido do que eles próprios imaginavam. E a promessa que Chris tinha feito para si permanecia de pé.

Um dia levou o Lee para pintar seu cabelo (Sendo uma cor vermelha mais alegre), outros dias dormia na casa do mesmo para ter certeza que ele iria dormir suas oito horas ou até mais, cozinhava tudo do bom e do melhor para Felix, garantindo que ele se alimentasse adequadamente... Aos poucos um romance foi inevitável entre os amigos, porém não era um namoro, era apenas uma amizade colorida.

Era até engraçado a forma com que ambos estavam quebrados internamente devido a morte dos entes queridos e como tinham se conhecido da forma mais inusitada possível. Mal sabiam eles, porém ambos se completariam e suportariam suas dores juntos, mesmo que o caminho fosse tenso, um amor bem maior estaria para fluir ali. E, de algum lugar, o avô de Felix e a irmã de Chan observavam felizes os garotos, sabendo que não passariam por suas dificuldades sozinhos.

Fim.
Nossa, que merda de one-shot foi essa? Só posto porque demorou para escrever e porque a idéia veio de um sentimento muito forte meu. Eu até queria dar esse plot à alguém, mas infelizmente é algo muito pessoal.
Vão ver outras fics minhas, eu juro que são boas KKKKKKKKKKKK.
Bye bye.

Coletânea de Fanfics [Stray Kids]Where stories live. Discover now