Eu sempre vou amar você

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Hinata havia adormecido o caminho todo até em casa e Naruto decidido a aproveitar cada segundo que restava ao lado dela, subiu com ela em seus braços até o apartamento. 
Quando entrou em casa foi direto para seu quarto. Com cuidado ele a colocou na cama dele e quando com cuidado para não acordá-la retirou o tênis dos pés dela,  notou um que os tornozelos dela estavam  inchados e que em seu joelho direito havia escoriações e arranhões, permaneceu durante alguns segundos encarando seus machucados, se perguntando como ela os tinha feito.
Suspirou cheio de preocupação e voltou a sua atenção a face angelical de Hinata. Ela dormia tranquila, totalmente alheia a Naruto, tirou as roupas dela e a deixando apenas de calcinha e voltou a procurar mais machucados nos braço, seus olhos recaíram sob as mãos pequenas dela ficou com remorso pois suas juntas estavam machucadas e inchadas. Se sentiu um canalha, ao invés de proteger, permitiu que ela se machucasse.
Se levantou da cama, andando de uma lado para o outro no quarto. Fazendo aquilo durante o que pareceu ser uma eternidade.
Decidiu ir até o banheiro do quarto dele, pegou uma maleta de primeiros socorros e retornou para o quarto se sentando com cuidado ao lado de Hinata.
Cuidou calmamente de cada machucado dela, sentindo seu coração se comprimir ao se dar conta que talvez, aqueles seriam seus últimos momentos com ela, quando terminou de fazer aquilo, pegou uma toalha e foi para o banho, ligou o chuveiro e deixou a água escorrer pelo seu corpo dolorido, afinal havia levado uma surra de Hidan.
Mas isso não importava agora, pois existia uma única pergunta rondando em sua mente, que foi o jeito que Hinata encontrou de sair daquele quarto?
Suspirou frustrado, encerrou o banho colocando uma calça de moletom e ficando sem camisa.
Saiu do banheiro mas estagnou na soleira da porta. Se encontrava boquiaberto admirando aquela mulher. Sua mulher... dormindo de bruços com o cabelo espalhado pelo seu travesseiro, apenas com a parte de baixo do quadril coberta pelo lençol de linho branco.
A imagem dela banhada pela luz cintilante da lua que entrava sem timidez pela janela do quarto, refletindo nos fios de cabelo negro dando a impressão que uma deusa repousava em sua cama.
Um pequeno sorriso se formou em seu rosto.
Pegou o celular na bolsa e retornou ao quarto.
Tirou uma foto dela, pois desejou ter aquele momento guardado para todo o sempre, parecia que a pintura de um quadro caro acontecia bem na sua frente.
Admirou a cena por mais alguns segundos e se retirou do local.
Pegou a chave do quarto que ele havia guardado na carteira, parou em frente a porta e constatou que a mesma ainda estava trancada. Sentiu o sangue gelar.
Destrancou a porta e ao entrar perdeu o ar. 
A janela do quarto dela estava aberta, foi até a sacada não acreditando no que ela tinha feito.
Não… no que ele tinha feito ela fazer, colocou a vida de Hinata em risco. A imagem de Hinata caindo da sacada se formou em sua cabeça, sentiu uma forte vontade de vomitar, começou a entrar em pânico e se sentir tonto. Voltou para dentro trancando a janela e notando o telefone quebrado no chão, as marcas de sangue na porta dela o fez se dar conta como ele tinha sido inconsequente e irresponsável, deveria imaginar que Hinata não ficaria parada acatando a vontade dele.
Quando o telefone tocou em seu bolso logo atendeu.
— Fala. 
— Estou na porta do teu apartamento.
Naruto desligou o celular indo para a sala e  ao abrir a porta viu Shikamaru, o amigo parecia estar compadecido com a situação dele.
— Tem certeza?
— Tenho sim. — Naruto respondeu cabisbaixo.
— Boa sorte cara, você vai precisar.
Saiu sem se despedir.
Naruto entrou em casa e levou os papéis para o quarto onde Hinata dormia tranquilamente, sentou-se na poltrona que havia ao lado, de frente para a cama.
Permaneceu assim até os primeiros raios do sol entrarem na janela o lembrando que tinha coisas pra fazer antes dela acordar, trocou de roupa colocando um jeans de lavagem clara e uma camisa polo preta, fez sua mala e colocou ao lado da porta da sala.
Desde que chegaram em casa na noite passada, a cabeça de Naruto não parava de recordar coisas do passado, sentimentos e atitudes que ele devia ter tido e não fez, mas agora não tinha como voltar atrás. 
Foi para a cozinha preparar um suco que Hinata fazia para ele todas as vezes que voltavam das noites de festa entre os amigos.
Chegou no quarto a tempo de ver Hinata se espreguiçando, quando Hinata percebeu a presença de Naruto se escondeu debaixo dos lençóis.
— Bom dia Hina. 
— O que estou fazendo no seu quarto? — Hinata perguntou, colocando apenas a cabeça para fora do lençol. 
Naruto sorriu.
— Você bebeu mais que a vovó Tsunade ontem.
— Nem me lembre, minha cabeça está pra explodir.
— Pegue, fiz seu famoso suco anti-ressaca. Vê se ficou gostoso. — falou com um sorrisinho safado no rosto, pois sabia que aquele suco era bom em tirar ressaca mas nunca ficaria gostoso. — Esse suco já me livrou de tantas surras, se Kushina soubesse que você era minha cúmplice...
— Acho que você aprendeu a fazer direitinho pois está horrível igual ao meu. — Ela gargalhou, mas logo se arrependeu pois sentiu uma pontada forte na cabeça. — Você ficou acordado a noite toda sentado aí?
Ele não respondeu, ficou olhando para ela e isso começou a constrangê-la. 
— Naruto?... — sussurrou o nome dele.
— Sabe, estamos juntos desde crianças, não estamos? — começou a conversa, sem se importar se aquilo faria sentido. — Quando éramos pequenos, passávamos todos os feriados e festas juntos por causa da amizade de nossos pais. Estamos ligados a tanto tempo Hina, tive a ilusão que enquanto fossemos amigos eu nunca te perderia. Mas então eu cometi um grande erro…
— Do que você está falando Naruto?
— Estou falando de como me sinto Hinata. Se encararam por longos segundos, o silêncio dentro do quarto era quase reconfortante para ele, pois o dava tempo para pensar. As vezes ele fitava as paredes como se recordasse de algo do passado perdido em sua memória.
— Quando começamos a ficar maiores e nossos amigos começaram a namorar, eu fiquei muito ansioso e irritado com a possibilidade de um dia você se apaixonar por alguém. Até que comecei a receber cartas na escola, cartas de alguém. E eu só conseguia me perguntar quem iria querer alguma coisa comigo... o encrenqueiro e problemático do colégio, as meninas que queriam sair comigo era só porque eu era o  riquinho badboy, então não podia ser elas porque a pessoa que escrevia me conhecia bem de mais e por algum tempo eu quis… eu desejei muito que fosse você.
— E-eu? — Hinata sentiu seu rosto em chamas. Naruto tinha o olhar perdido, ele parecia envergonhado também. 
— Sim, você. Minha primeira paixão foi você. — Confessou e sorriu amargo, Hinata ficou petrificada ao escutar as palavras dele. Naruto estava se declarando para ela? Só podia estar sonhando e seria mortificante para ela acordar e se dar conta que tudo não passou de um sonho, sentiu seu peito se comprimir e ar se tornar escasso. — E aí está meu grande erro Hinata, porque isso me fez ficar mais louco do que já era, me fez tomar decisões erradas, como na festa de Natal na casa dos Uchihas que nós passamos, eu ouvi sem querer uma conversa sua com as meninas e você falava de um cara… uma paixão e na sua voz eu pude perceber o quanto você idolatrava tal pessoa. Naquele momento eu senti tanto… mas tanto ciúmes. Eu só queria ser aquele idiota de quem você falava. E foi naquele dia a primeira surra que dei no Toneri porque ele ousou dizer na roda dos amigos que você era dele. Bati tanto nele, até não sentir mais meus braços, mas então você chegou com as meninas me tirando de cima dele. A forma como você olhou para ele, me fez acreditar que ele era o garoto de quem você falava. Aquilo foi pior que um soco na boca do estômago… e Hinata, isso dói muito.
Hinata o escutava mas tudo parecia em câmera lenta, se sentia tonta com tanta informação.
— Depois de um tempo as cartas diminuíram, fomos pra faculdade e lá eu me envolvi com a Shion, mas as cartas começaram. Nesse tempo as famílias já queriam casar todo mundo por causa dos acordos… Você sabia que eu pedi para o seu pai que a gente se casasse? — Ele sorriu ao notar que ela ficou surpresa — Eu disse para mim mesmo que era para ajudar a Sakura, ela sempre amou o Sasuke e os dois estavam apaixonados. Teu pai é claro, disse não. Conhecendo meu histórico… mas quando a família do Toneri aparece querendo casar ele contigo… então o jogo virou. Hiashi nunca permitiria que se casasse com ele, então só restou eu, o prêmio de consolação. Um tempo depois do acordo assinado as cartas chegaram mais apaixonadas do que nunca e mais uma vez eu rezei para que fossem suas, parei de ver a Shion por um ano até que chegou a última carta marcando um encontro comigo para o fim do dia na praça onde sempre ficamos. Naquele mesmo dia vi você tão feliz e questionei a Sakura porque estava tão radiante e ela confessou que você tinha um encontro. Fiquei com ciúmes mas também havia uma centelha de esperança que queimava dentro do meu coração, acreditando que você seria a dona das cartas. Quando cheguei no lugar marcado, dei de cara com a Shion dizendo ser ela a menina apaixonada. Foi como um balde de água fria... não era você então. Shion me beijou e nos ficamos conversando porque fazia um ano que não nos víamos. Naquele mesmo dia  encontrei você chorando, comecei a pensar que era porque você não poderia casar com o Toneri. Eu me senti culpado, havia impedido você de ficar com quem amava. Então eu tentava me manter distante, estar casado com você não significava que poderíamos ter uma relação amorosa. Eu tentei entender isso.
Naquele momento Hinata deixou as lágrimas escaparem, Naruto imaginou que foi pela descoberta de ele ter impedido o casamento dela com Toneri.
— Quando nos casamos eu realmente queria te fazer feliz... queria que nosso casamento fosse de verdade mesmo sabendo que você amava outro. Na nossa noite de núpcias eu não... — a face dele enrubesceu ao recordar da noite de amor que tivera com Hinata — … não tava bêbado e para mim foi a melhor noite da minha vida e quando o dia amanheceu eu tinha tanta coisa pra te falar, eu ia te pedir a nossa história ser rela e não um contrato, mas quando você acordou me olhou assustada... apavorada como se tivesse cometido um crime e saiu pro banho falando que não lembrava de nada e que aquilo jamais deveria se repetir. Confesso que desabei naquela manhã mas respeitei a tua vontade. É horrível o que vou te dizer, mas durante o ano do nosso casamento eu saí com a Shion três vezes e as outras vezes ela apenas me ouvia, quando eu fiz a tatuagem pra você eu fui até Shion para dizer a ela que não a veria mais, que eu queria ficar com você. Vai parecer ridículo e nem quero que acredite em mim, mas quando cheguei lá tomei uma dose de saquê e não lembro do que aconteceu depois, quando acordei eu já tava todo marcado e quando eu fui pra casa eu já tinha te envergonhado publicamente. Te peço perdão Hinata por isso… e por tudo o que já fiz para você. 
Naruto pegou os papéis que Shikamaru entregou para ele, Naruto parecia prestes a chorar. Tirou uma caneta do bolso e começou a assinar tudo enquanto falava.
— Antes de ir… — "ir para onde?" Hinata quis perguntar mas ele continuava a falar sem parar. —  Gostaria de deixar algo claro. Não é que eu não consiga vencer uma luta sem você Hinata, você foi  meu maior incentivo tenho que admitir — Naruto disse sentindo seu rosto esquentar. — Mas quando eu te tranquei no quarto, eu estava decidido a levar porrada na cara — Naruto sorriu ao notar a careta que Hinata fazia — Eu só não queria que você visse isso acontecendo. Você é realmente meu talismã, mas isso não quer dizer que eu irei perder tudo se você não for a uma luta minha. Mas isso significa que eu largaria tudo se esse fosse o seu desejo.
As pessoas dizem que eu te uso como um amuleto da sorte — Sorriu amargo — Você acredita nisso? Isso é tão ridículo. Eu não tenho medo de perder… eu só tenho medo de perder minha melhor amiga. É por isso Hinata, que hoje eu liberto você. 
Os olhos dele se encheram de lágrimas, e de repente escutou um soluço escapar de sua garganta. Estava com muito medo de perdê-la, mas não podia mais deixar que ela padecesse ao seu lado.
—  Você tem que ser livre pra ficar com o cara que você realmente ama. Eu assinei estes documentos pra você e depois é só dar pro Shikamaru — Disse limpando as lágrimas que insistiam em cair  — Eu só preciso te dizer mais uma coisa — Se ajoelhou na beirada da cama segurando as mãos pequenas e delicadas dela entre as suas, os alhos azuis cheios de lágrimas — Hinata, não importa com quem você esteja ou onde esteja, eu sempre irei incondicionalmente e para todo o sempre… amar você. 
Hinata estava em choque e aquelas palavras dele a fizeram começar a sair do transe em que estava. Ele a amava? Ele a amava, foi o que ele acabara de dizer? Não pode ser, sua garganta não deixava ela falar uma palavra se quer.
Viu sua vida passar como um filme ouvindo a versão contada por ele, suas lágrimas a impediam de enxergar ou até mesmo entender o que estava acontecendo ali e quando Naruto colocou o envelope pardo em seu colo e deu lhe um beijo sofrego na testa. Foi como se o seu chão fosse retirado dos seus pés. Não viu ele se levantar, sair e fechar a porta porque estava abrindo o envelope e tentando enxergar com os olhos embaçados o que estava escrito lá e quando entendeu era como se tivesse levado um tiro no peito.

"Quebra de contrato e separação do então casal Naruto Namikaze Uzumaki e Hinata Hyuuga Uzumaki. A partir deste dia fica livre de qualquer contrato de união, devendo este ser assinado por ambas as partes."

Mas seu coração quase parou mesmo quando constatou que a assinatura de Naruto já estava ali.
— Co-como assim? — Tentava segurar as lágrimas mas elas transbordaram. Seu corpo tremia, sentindo os soluços incontroláveis fugirem de sua garganta.
Desesperada, ela se enrolou no lençol e correu com os papéis na mão até o corredor para tentar chegar até onde  Naruto estava. Mas ele não estava mais, ele havia partido. Deixou seu corpo ir ao chão em pranto.
Sentiu seu corpo ser envolvido em um abraço quente.
Por um segundo pensou que fosse Naruto, que ele havia voltado. Mas quando levantou a cabeça para ver quem era, viu os fios rosados de Sakura. 
— Sakura… e-eu…
— Shhii, não precisa dizer nada, Hinata.
Levantou a amiga do chão e a ajudou a entrar para o apartamento. 
— Vou  ficar com você Hinata, pode descansar, depois conversamos. 
Deitou a amiga no seu colo, enquanto acariciava o cabelo dela. Depois de tanto chorar, Hinata finalmente dormiu.
— Ah, esses dois…

.

.

.

Foi difícil, mais difícil do que poderia imaginar.
Quando alcançou o elevador se permitiu chorar.
Era até difícil respirar.
Ele nunca mais a teria, se bem que ele nunca a teve de verdade. Mas a partir de hoje ele não poderia nem ao menos tentar.
Quando saiu do elevador foi amparado por Shikamaru e Sasuke, o ajudaram a entrar no carro.
O carro ficou parado na garagem até que Naruto se acalmasse.
Ele mal conseguia respirar e soluçava sem parar.
— Naruto, me diga o que aconteceu. Qual foi a resposta da Hinata?
O que ela disse? Naruto não tinha deixado ela falar em nenhum momento, como ela teria dito algo?
Foi covarde e fugiu no último segundo, não queria ver ela assinando aqueles papéis.
— Naruto, me diz a resposta da Hinata! — Shikamaru perguntou mais uma vez, totalmente aflito.
— Pela cara dele, ela deve ter assinado.
— Eu… eu não sei. Ela não disse nada, não houve tempo.
Os amigos se entreolharam, Shikamaru se exasperou.
— Como assim Naruto?
— Eu só disse tudo o que eu sentia…
— Não escutou o que ela tinha para dizer?
Naruto fitou a janela do carro. Não queria falar sobre nada daquilo agora. Sua cabeça doia ao ponto de querer explodir.
— Vamos para o aeroporto.
— Mas…
— Vamos para o aeroporto, agora! — o loiro disse entredentes.
Sasuke suspirou. Pelo desenrolar das coisas, mais uma vez houve um mal entendido entre os dois.
Era nítido que Hinata amava ele, mas parecia que tudo iria se complicar mais uma vez.
— Tudo bem — cutucou o motorista para chamar a atenção — Direto para o aeroporto internacional.
O caminho foi feito em silêncio. Naruto fitava a janela de vidro, perecia um zumbi.
De repente o corpo de Naruto começou a tremer e começou a chorar copiosamente.
Bagunçava os fios dourados com uma certa urgência, tinha a sensação que enlouqueceria.
Já Sasuke observava aquela cena patética com desdém. Não se controlou e começou a rir.
Naruto cessou o choro, olhou para Sasuke com indignação.
— Me ver sofrendo te gera divertimento Sasuke? — Naruto balbucia, sem deixar que o choro recomeçasse.
Sasuke revirou os olhos.
— Na verdade eu estava pensando. Você fez o certo em sair correndo, Hinata deve ter corrido para os braços de Toneri.
— Sasuke…
Shikamaru tentou falar, mas foi repreendido pelo olhar de Sasuke.
— Naruto, me escute bem. Quando entrar naquele avião, tente não chorar muito. Me desculpe por isso… eu só quero que você seja feliz.
Sasuke disse sincero, sabia que as coisas entre Naruto e Hinata não acabariam daquela forma.
Quando chegaram no aeroporto, foram direto para uma área VIP, exclusiva para os donos de jatinhos.
Conversou durante alguns segundos com os amigos, ficaria a viagem inteira sem pegar no celular para resolver problemas.
— Vá em paz amigão — Shikamaru abraçou Naruto por um bom tempo, sabia que o amigo precisava disso.
— Então é isso pessoal. Não precisam se preocupar comigo, prometo não fazer nenhuma besteira.
Naruto disse andando em direção ao jatinho particular dele.
Antes de subir as escadas que o levariam para longe dali, se virou para os amigos e acenou dando adeus.
— Volte menos cabeça oca, Naruto — Sasuke gritou, fazendo Naruto rir.
- Prometo que vou tentar.
Ele sorriu, e então pode seguir seu caminho.






 




Nocaute.Where stories live. Discover now