DA TIMIDEZ A FANTASIA

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Estava saindo com Fernanda há pouco mais de três meses. Eram sempre saídas tranquilas, passeios românticos. Já havíamos transado, mas ela sempre foi muito recatada, muito quieta. Demonstrava timidez, mas ao mesmo tempo, deixava claro o que sentia por mim. E o que eu sentia era recíproco. Certa noite, enquanto jantávamos, resolvi arriscar: "Fer, o que acha de irmos no motel um dia desses?", disse com receio do que viria de resposta. Ela abaixou a cabeça, arrumou os cabelos e, olhando em meus olhos de baixo para cima, disse, enquanto mordia os lábios: "acho que sim, mas só se eu puder escolher, Giovani! Vamos hoje?". Fiquei sem reação. Não sabia o que dizer, porém, eu não poderia desperdiçar tal oportunidade.

Perguntei se sabia como chegar. Ela apenas arrumou o GPS e disse para irmos. A pegação no caminho era intensa. Eu não sabia em que prestar atenção: na direção, no toque delicado de Fernanda em meu pescoço, fazendo com que eu me arrepiasse inteiro ou em todos os cenários que passavam pela minha imaginação. Afinal, toda aquela vergonha havia desaparecido, elevando os ânimos e despertando ainda mais a minha curiosidade. O caminho nos levou até o Motel Le Nouage. Eu já tinha ouvido falar daquele lugar, mas ainda não havia visitado. "Boa noite!", disse aquela voz misteriosa que veio da recepção do motel. Antes mesmo de perguntar quais suítes estavam disponíveis, ela me interrompeu: "Deixa comigo, querido. Moça, a suíte 29 tá livre?". Mais um momento daqueles que eu não sabia o que responder. Ela parecia certa do que queria. Fiquei perplexo. 

SEGREDOS REVELADOSWhere stories live. Discover now