O Destruidor de Corações

Dezessete

   Ouvir sua voz ao telefone me faz sorrir. Conto a boa notícia a Jiminie e me ofereço para levar os documentos para ele examinar, no caminho do meu compromisso das quinze horas. Ele promete um delivery pouco saudável para mim em troca do meu tempo. Sua versão de pouco saudável e a minha versão são totalmente diferentes, mas estou ansioso para vê-lo de novo, de qualquer maneira.

   O trânsito está muito mais tranquilo do que o habitual e chego antes da hora no centro de treinamento de Jiminie. Antes do horário. Eu nunca chego a nenhum lugar antes da hora. Mesmo que não haja nenhum carro na rua, eu normalmente me atraso. O cara na porta me olha desconfiado quando entro; ele provavelmente acha que estou entrando no prédio errado. O terno vermelho que estou usando é um dos meus favoritos. Ele aperta na cintura e realça as minhas curvas em todos os lugares certos. Mas eu definitivamente estou vestido de maneira inadequada para uma academia.

— Tenho a sensação de que você está no lugar errado, mas estou feliz que você esteja aqui, porque acho que me apaixonei. — Sua frase pode ser toda errada, mas seu sorriso é simpático, então eu sorrio de volta, inocentemente.

   Jiminie dá um tapa na parte de trás da cabeça do rapaz, mas posso dizer que ele realmente não queria machucá-lo. — Fique avisado, Bae. Guarde seus olhos e comentários para você ou, da próxima vez, você não conseguirá parar em pé, no ringue, porque vou chutar o seu traseiro.

   Jiminie caminha pela recepção e coloca o braço em volta da minha cintura, puxando-me para ele, protetoramente, antes de me beijar docemente nos lábios.

   Bae dá um riso abafado, enquanto esfrega a parte de trás de sua cabeça e murmura algo sobre Jiminie ter muita sorte.

   Com sua mão na parte inferior das minhas costas, Jiminie me conduz pela academia. Eu não sei ao certo se as pessoas com quem ele se relaciona apenas não vêm aqui com frequência, ou se me ver com Jiminie surpreende as pessoas, mas noto que todos param o que estão fazendo à medida que caminhamos para um escritório, na parte de trás da academia.

   Um homem está sentado atrás da mesa digitando em um teclado com apenas um dedo. Catar milho seria uma descrição mais apropriada. Ele olha para cima e inclina-se para trás na cadeira, com um sorriso no rosto.

— Namjoon, este é Jungkook.

— Olá, Jungkook. Eu já ouvi muito a seu respeito. — O homem se levanta e estende a mão para mim, com um caloroso sorriso no rosto. Gosto dele instantaneamente, obviamente não sei o porquê, apenas gosto.

   Eu olho de Namjoon para Jiminie, levantando uma sobrancelha, questionando Jiminie em silêncio, perguntando o que esse homem pode ter ouvido falar de mim.

— Acho que eu deveria te agradecer — Namjoon fala com a sua mão ainda envolvendo a minha, enquanto continua a apertar por mais tempo do que um aperto de mão normal.

 
— Você pode soltar a mão dele agora, Namjoon — Jiminie tenta parecer ameaçador, mas é óbvio que os dois homens se respeitam mutuamente e provocações são algo a que ambos estão acostumados.

   Jiminie diz a Namjoon que fui competente e consegui rescindir o contrato e Namjoon parece impressionado. Em seu caminho para sair pela porta, Namjoon dá um tapinha nas costas de Jiminie. — Inteligente e bonito. Então, que diabos ele está fazendo com um idiota como você?

   Jiminie ri do comentário e fecha a porta atrás de si. Eu vejo quando ele tranca a porta antes de se virar para mim com um sorriso diabólico no rosto.

   Sem falar, ele coloca as mãos na minha cintura e facilmente me levanta, posicionando-me em cima da sua mesa. O olhar em seus olhos faz o meu corpo todo formigar. Ele levanta uma das suas grandes mãos e a envolve na parte de trás da minha cabeça, segurando-a onde ele quer. Eu o espero se inclinar para baixo e cobrir a minha boca com a dele. Não é um beijo de oi. É um beijo que me faz sentir como se ele quisesse me marcar. Como se ele precisasse me mostrar que não haverá mais ninguém depois dele.