11 - Clearwater

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Me prendi nas palavras de Jacob para não perder a cabeça com aquele sonho que tive.

O toque íntimo que compartilhamos, o cenário perfeito que minha mente criou durante meu sono, eu nunca imaginei que seria capaz de criar algo assim até acordar com uma sensação intensa tomando conta do meu corpo. Se sonhos produzem orgasmos na gente, eu definitivamente tive um.

Harry morreu, eu lembrava a mim mesma. Preciso limpar minha mente para isso. Charlie deve estar arrasado.

— Estamos chegando, Bella — a voz de Jacob rompeu meu raciocínio nublado. — Tem muita gente por aqui, não tire suas luvas.

— Por que não?

— Charlie vai ver e brigará comigo — havia um sorriso fraco em sua voz e senti seus passos diminuindo o ritmo. — Não quero que ele pense que eu lhe machuquei, isso afastaria a gente.

Meu coração apertou no peito com o pensamento de ficar longe de Jacob. Desde aquele beijo que trocamos, alguma coisa em mim disparou pelas veias e agora eu só conseguia pensar em como éramos certos juntos. A magia no sangue dele me afetava por ser sua parceira? Eu perguntaria depois.

Senti ele parando e se inclinando na direção do chão para me colocar sob meus pés. Eu não queria essa distância, mas precisávamos manter aparências até Charlie estar pronto para saber sobre nós. Embora nem eu soubesse exatamente o que éramos. Ouvi passos se aproximando e Sam chegou no meu campo de visão de mãos dadas com Emily. Eles sorriam um para o outro, mesmo que Sam ainda parecesse um pouco preocupado com a situação. Jacob e ele trocaram um breve olhar e fomos caminhando para fora da floresta, conversando algum assunto aleatório sobre barracas para disfarçar o fato de que não estávamos todos juntos. Ou em barracas.

Emily me deu um breve abraço quando chegamos na vista de todos, dizendo algumas palavras que não entendi muito bem antes de se afastar com o noivo. Jacob soltou minha mão e me olhou por um instante. Eu queria um último beijo antes de nos afastarmos, antes de abraçarmos a fachada de apenas amigos, mas não podia fazer isso naquele momento. A reserva estava de luto, Charlie estava de luto e precisava de mim.

Quando avistei meu pai, não pensei duas vezes antes de correr até ele.

— Você está bem? — Perguntei quando ele me abraçou.

— Acho que sim — ele respondeu, claramente triste. — Não precisava ter voltado.

— Emily precisava, é parte da família — falei, me afastando um pouco. — Jacob e eu achamos melhor virmos junto.

Charlie franziu a testa, calculando os nomes que eu disse.

— Vocês estavam juntos? Os quatro?

— Pai...

— Tipo um encontro duplo? Na floresta?

— Charlie — a voz de Jacob me trouxe grande alívio e ele estendeu a mão para meu pai, que o olhava um pouco desconfiado. — Podemos conversar depois, nesse momento é importante que você esteja bem.

Eles se encararam por um tempo antes de Charlie finalmente aceitar o aperto de mão de Jake. Respirei aliviada, mas sabia que nosso plano de ser discretos havia falhado miseravelmente antes mesmo de tentarmos. Não que isso fosse ruim, eu não queria fingir que não sentia nada, não queria fingir que nada existia entre nós. Ainda não temos rótulos, mas isso é questão de tempo.

Jacob me ajudou a guardar as coisas na picape e já ia entrar para me deixar em casa quando Sam apareceu.

— Venham comigo — ele disse, autoritário, e eu sabia que era uma ordem que não podíamos fugir.

MoonriseWhere stories live. Discover now