•Capitulo 8•

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UM MÊS, fazia um mês que estávamos todos isolados de qualquer convivência com outras pessoas que não fossem nós mesmos. Estar no meio de um bando de estranhos era um tanto anormal, mas nada com que eu não pudesse me acostumar. Eu havia feito algumas anotações mentais sobre todos eles.

Denver é o cabeça-quente, ele é engraçado e sempre faz algumas piadas. Com certeza ele só está aqui porque Moscou achou que fosse uma boa.

Moscou. Um bom coração, sempre fazendo o melhor pelo seu filho. Ele não é muito otimista. Moscou tem um espírito paterno, e sempre tem ótimas piadas para contar.

Rio. Um bom hacker, mas também um grande crianção. Ele e Tokio mantém um rolinho secreto, qual vai contra uma das principais regras do professor.

Tokio. Corajosa e um tanto imatura, ela é do conjunto de pessoas que de vez em quando surtam e ferram com tudo. Mas ainda sim, eu tenho que adimitir, Tokio é uma mulher fodona.

Helsiki e Oslo. Eles são quase que um só. Helsinki é como um grande ursinho de pelúcia, ele pode parecer assustador, mas é uma das pessoas mais fofas que já conheci. Oslo não é muito de falar, talvez porque ele ainda não domine o espanhol tão bem, não tem o que falar sobre ele.

Nairóbi pode ser resumida em apenas uma palavra: fodona. Ela é engraçada e talvez até um pouco louca, mas também é uma grande companheira.

Professor é inteligente, arrisco dizer que ele está pronto para qualquer contra tempo que surgir durante o roubo.

Por fim, Berlim. O que falar dele? Ele é meio estranho, ou seria diferente? As vezes parece que ele está tentando me "bajular", assim como ele diria. Clássico, educado, elegante e romântico, isso define ele ao meu ver, ainda existem alguns extras. Lindo e gostoso, hum... talvez.

Não dá 'pra mentir pra mim mesma, Berlim chama a minha atenção de um jeito. Não é como se eu gostasse dele, não, é só uma atração. Ou talvez eu goste de me enganar com isso.

Eu estava muito confusa, e isso eu não nego. Eu precisava respirar o ar puro, eu me sentia um tanto presa na casa em Toledo. Não podíamos ter celulares ou quaisquer outros eletrônicos, não podíamos sair, não podíamos nada. Era uma série de regras insuportáveis, não sou do tipo que anda na linha, eu gosto de viver do meu jeito, de um jeito livre e espontâneo. Eu não gosto de socializar, ainda mais com estranhos. Eu gosto de ser livre, da liberdade e todos as coisas boas que ela trás.

Abro a porta do meu quarto silenciosamente, e caminho na ponta do pé até o jardim. Vejo uma sombra masculina embaixo de uma das grandes árvores presentes na área externa. Eu iria me virar para voltar pra dentro, quando escuto uma voz.

— O que está fazendo, Texas? – logo reconheço o dono da voz como Berlim. Pigarreio, me virando para encara-lo.

— Eu estou... eu estou só saindo um pouco do meu quarto, as vezes é bom respirar um ar puro sabe, o contato com a natureza. – ele me encara profundamente, como quem não acredita nas palavras ditadas por mim – e você, diz aí, 'tá fazendo o que aqui?

— Estava desenhando. – responde.

— Legal. Posso ver?

Berlim vira o caderno na minha direção, colocando o desenho no meu campo de visão. O-olho surpresa.

— Se parece um tanto comigo. – o desenho era de uma mulher ruiva, os olhos castanhos escuros e os lábios carnudos. Andrés encarou o meu rosto, como se quisesse dizer algo, mas sem palavras – hum. Sou eu?

— Sim. Eu vim aqui pintar, porquê eu queria relaxar, mas a verdade é que quando não estou pensando no assalto, tudo que me vem a cabeça é você, Texas. – ele falou isso como se tirasse todo um peso das costas dele.

Texas | Plano PerfeitoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora