Sr.G

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Como uma garrafa que cai e se funde ao chão espalhando cacos de vidro pontiagudos e cortantes para todos os lados, eu fui como esta, quebrada e fundida ao chão quando você, Sr. G, me deixou para sofrer e me machucar com minhas próprias pontas cortantes, você me deixou com perguntas e mais perguntas que corria o meu ser.

Eu chorava silenciosamente nas noites frias e madrugadas que me envolvia com um abraço dócil como se me entendesse e compreendesse o meu infortúnio, eram desgraçados os dias que me obrigava a levantar quando eu apenas queria dormir, para sempre.

Foram incontáveis as vezes que me olhei no espelho dizendo a mim que iria ter que seguir em frente mesmo quando não encontrasse forças em lugar algum, eu me tornaria a força.... a minha própria força.

No entanto, Sr.G talvez eu esteja mentindo para mim mesma esse tempo todo, você foi uma corda que enlaçou meu pescoço me levando para uma força, e quando meus pés não alcançou algo que pudesse aliviar a dor e trazer de volta o oxigênio em meus pulmões, percebi que lutar não adiantaria e não iria mudar nada.

Gradativamente sua lembrança foi se desintegrando em minha mente, assim como o seu rosto, o seu rosto, seus olhos castanhos e cabelos claros estavam sumindo pouco a pouco de mim, e eu realmente não sabia se deveria agradecer o tempo...

O professor que ensina a paciência e a ver a beleza do tão incurável coração, se curar.

Foi inverno por meses Sr. G, acredite, as estações mudavam para as pessoas ao meu redor, mas para mim foi inverno em todas as estações. 

Lágrimas e Vidro Para o JantarWhere stories live. Discover now