26. 𝙿𝚛𝚘𝚖𝚎𝚝𝚒𝚜𝚝𝚎

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(Se quiser ouvir a música enquanto ler, vá em frente...)

CAPÍTULO 26

.Gulf

Foi tudo tão rápido, minha nuca dói com o impacto da coronhada que levei na cabeça. Demoro alguns minutos para compreender tudo que está acontecendo, ouço a voz de Kenny ecoando em minha mente, tornando-se cada vez mais límpida em meus ouvidos. Abro meus olhos lentamente e sinto dois tapas leves em cada lado do meu rosto, fazendo com que eu desperte completamente.

Retomo minha consciência pouco a pouco, lentamente, analisando todo ambiente. Levo uma mão até minha cabeça, verificando se o lugar onde fui atingido está sangrando, porém, percebo que tudo não passa de uma dor aguda e extremamente incomoda. Meus olhos finalmente vai de encontro com a pessoa parada à minha frente, identificado por fim, a figura masculina diante de mim. Kenny!

— Olha só, a princesa acordou. — Kenny diz em tom de deboche. — Antes que se assuste, não tenho a intenção de lhe machucar, pelo menos não por enquanto. — ele gargalha — Vamos ter uma conversinha.

O ambiente em que eu estava era um tipo de escritório, a julgar pelo estado dos móveis dispostos no lugar e pela decoração, tudo parecia ser usado com uma certa frequência.

— O que você quer? — Pergunto com dificuldade, me forçando a manter meus olhos abertos ainda sentindo o impacto da pancada em minha cabeça —  Não tenho todo tempo do mundo. — Digo firme — A propósito, você não parece nem um pouco com alguém que precisa de dinheiro. Esteve fazendo o Mew de idiota esse tempo todo?

— Ora, ora... Você não é burro, Gulf Kanawut. — Proferiu de forma lenta, de modo que me fizesse entender que ele sabe exatamente quem eu sou e acrescentou: — Fui um pouco mal educado, admito. Deixa eu me apresentar decentemente; sou muito conhecido como S-

— San!! — Exclamei— Eu deveria saber. — liberei um riso fraco— Você... Você é asqueroso! Envolveu seu próprio filho nessa merda toda para mascarar suas sujeiras? — Mantenho minha expressão impassível

— Meça suas palavras! — Ele rosna — Eu não tinha a intenção de prejudicá-lo a princípio, mas aí você entrou na vida dele, começou a se meter onde não deveria e, posteriormente, começaram com essa relação... Nojenta.

Tento controlar às reações do meu corpo ao ouvir cada palavra sair da boca de Kenny, sinto meu sangue ferver e uma veia saltar em minha testa, concentro-me em manter a calma.

— Não pretendia prejudicá-lo? — indaguei irritadiço — O que nossa relação tem a ver com a sua falta de caráter? Não venha com essa desculpa descabida, eu não sou idiota! Se você falsificou aqueles contratos e colocou o nome dele naquela merda, você tinha SIM a intenção de prejudicá-lo. Que tipo de pai é você afinal?

— Nunca fui um bom pai — Respondeu com tranquilidade. — Mew sempre me odiou por eu gostar de jogos e apostas, e, depois que a mãe dele morreu, ele passou a me desprezar mais ainda. Às vezes, me sinto um pouco melancólico quanto a isso — O homem debocha — mas no final, eu não me importo realmente. Para começo de conversa, eu nunca quis ter um filho, duvido até hoje que ele seja realmente meu. Não puxou o pai em nada, é decepcionante. Talvez por isso, nunca nos damos bem.

— Isso esclarece muita coisa. — Digo com escárnio — Como você se tornou chefe de uma organização de tráfico de pessoas?

Quem Se Apaixona Primeiro?Onde histórias criam vida. Descubra agora