𖤐 ONE: GEORGE, THE HERO˖ ࣪ .

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Londres, 13:21 p.m

Eu achava que era louca, mas quando me mudei para Londres com apenas vinte libras, uma mala com a roda quebrada e meu gato Harry, eu pude ter certeza da minha insanidade.

Porém acho que o cara lá de cima gosta muito de mim, já que dessas vinte libras consegui fazer dinheiro suficiente para ter meu próprio apartamento. Okay, não era exatamente meu, mas como sou uma ótima inquilina que paga suas contas em dia quem sabe, um dia talvez, o senhor Conner possa pensar em me vender este apartamento (acho icônico eu querer isso mesmo sabendo que caso ele realmente queria vender o apê, eu não teria dinheiro para comprá-lo).

Agora sou professora de música em uma escola local e nossa, para um lugar que foi berço dos Beatles, eu esperava mais da Inglaterra. Aquelas crianças conseguem ser piores do que quando eu tentei tocar piano com os dedos quebrados aos onze anos.

O ponto da questão é que agora eu posso dizer que venci na vida, ou em parte dela na verdade. Reformulando a frase, posso dizer que venci todo que tinha para se vencer aos vinte e três anos. 

Quer dizer, eu sou uma mulher livre, tenho um teto sobre a minha cabeça (não sei por quando tempo exatamente, já que meu maldito vizinho do andar de cima deixou uma torneira ligada durante a noite e toda aquela água se infiltrou no meu teto, que pode cair na minha cabeça a qualquer momento inclusive), consigo comprar o que eu quero, posso acordar depois das dez e não tenho hora para voltar para casa. Sou uma mulher independente.

Ao menos em parte.

Já que meu querido vizinho está há hora mexendo no meu novo computador, já que sou extremamente burra para qualquer coisa que seja relacionada a computação.

— Tá tudo bem aí? — Perguntei me aproximando de Geoge, que parecia ter fumaça saindo de sua cabeça. Eu quase podia ouvir as engrenagens rodando por ali, tentando entreter o que diabos estava acontecendo. — Tem certeza que consegue lidar com isso mesmo? Parece complicado.

— Na verdade não, é só um código que, aparentemente, foi corrompido. Ou talvez seja a placa de vídeo, ou quem sabe....

Gorge falava coisas estranhas sobre o computador, parecia que estava falando outra língua. Tentei imaginar como ele aprendeu todas aquelas coisas.

— Bom, eu não entendo muitas coisas sobre computação. Na verdade não entendo nada. — Eu soltei um riso constrangido. — Então acho que não vou conseguir compreender o que você tá dizendo. 

— Programação não é tão difícil assim, Kate.

— Disse o programador.

Nós rimos.

— É uma questão de prática. — Ele pressionou algumas teclas e clicou no mouse algumas vezes e de repente meu computador voltou a funcionar normalmente. — Voilá.

— Uau. Você realmente é um programador afinal de contas.

— Sou o melhor.

Claro. — Provoquei sorrindo. — Claro que é.

— Bom — Ele se levantou da cadeira, batendo uma palma. — Acho que terminamos por aqui. Vai ficar umas 50 libras.

— O quê? — Eu ri. — Como é?

— Qual é, Liz, eu fiquei umas quatro horas com a minha bunda nessa cadeira, mereço ganhar alguma coisa. — Cruzou os braços fazendo uma cara séria, mas eu conseguia ver que ele estava segurando o riso.

— Acho que você não ficou aí nem quarenta minutos, George. — Ele riu Alto bufando. — Mas acho que consigo te recompensar com um jantar, o que acha? Afinal, você salvou minha semana de trabalho de qualquer forma.

— Às 7?

— No Muniz?

— Fechado! — Exclamou ele.

George me deu um abraço apertado antes de ir embora para seu apartamento. Fiquei sentindo o cheiro de seu perfume por alguns minutos pelo apartamento.
Me sentei no sofá sentindo algo estranho borbulhar no meu estômago. Um certo frio na barriga, que eu não seu dizer exatamente quando começará, mas sempre que George estava por perto, alguma coisa louca borbulhava dentro de mim.


- ̗̀──ぬ ָ࣪  ฅ 💡🩰 𖦆 ִ ͙▸𓏲˖࣪ ꉂ

— Você já parou pra pensar que talvez isso seja amor? — Amber sussurrou em meio à nossa chamada.

— Amor? Pelo George? Sem chance! — Exclamei rindo. — Ele é meu vizinho.

— E daí? Bom que você não precisa gastar com transporte.

— Gorge é só um amigo e além do mais acho que ele não me veria assim.

— Então quer dizer que você já andava pensando nisso... Hmmm

— Amber! — Gritei rindo. — A gente pode falar de outra coisa que não seja o George?

— Tudo bem. — Pela chamada de vídeo pude vê-la levantando mãos em rendição. — Posso perguntar pra onde vai toda arrumada assim.

— Jantar fora.

— Sozinha?

— Não.

Ficamos em silêncio por alguns segundos encarando uma a outra pelo Facetime para então explodirmos em risadas altas. Minha crise de riso e bochechas nitidamente vermelhas entregaram quem seria meu acompanhante da noite.


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𝐋𝐎𝐍𝐃𝐎𝐍 𝐁𝐎𝐘 ✦ 𝐆𝐄𝐎𝐑𝐆𝐄𝐍𝐎𝐓𝐅𝐎𝐔𝐍𝐃 Where stories live. Discover now