Capítulo 6

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A segunda parte da reunião foi especialmente ruim, não por as coisas estarem sendo difíceis de resolver, mas sim porque foi o tempo inteiro falando sobre como livrar Sirius Black de Azkaban (como se eu ligasse para a liberdade dele); em alguns momentos Dumbledore me dava olhadas estranhas e Harry ficou choroso e carante. A sua vontade de voltar para casa era grande e a sua cabeça ainda sem compreensão de responsabilidades e compromissos não entendia porque eu simplesmente continuava sentado enquanto ele me olhava com os olhos cheios de lágrimas. Apenas abraça-lo não era suficiente e logo ele se afastava do meu peito para tentar descer no meu colo e assim que ficava de pé no chão começava incansavelmente a puxar as minhas vestes como se fosse o suficiente para me fazer levantar da cadeira. Ele também ainda não entende que não tem tanta força quanto pensa.

A reunião foi interrompida várias vezes por causa dele, mas que culpa ele tinha se o seu maior desejo era apenas não ver tantas pessoas?

Ele também fez cocô e Dumbledore permitiu que eu usasse o banheiro dos seus aposentos para poder trocar a fralda dele e o limpar. Ele parou de chorar enquanto estávamos a sós e seu sorriso banguela aliviou a tensão que já estava me consumido por saber que eu não poderia fazer ele se sentir melhor já que não podíamos ir para casa, não ainda, mas é justamente isso que o incomoda tanto.

Depois de mais uma hora de reunião Harry começou a demonstrar cansaço pelo choro continuo e aos poucos foi cochilando em meios aos soluços. Quando ele finalmente deitou a cabeça no meu peito em um sono tranquilo todos da sala pareceram suspirar aliviados, a angústia dele estava aos poucos deixando todos angustiados também. Pomfrey fez a gentileza de pegar a coberta dele de dentro da bolsa e cobrir o seu corpo pequeno nos meus braços. Depois disso conseguimos avançar mais rápido e sem interrupções, mas não tanto quanto eu gostaria.

O céu escuro é visível através das janelas da torre e o clima também esfriou na sala. A lareira foi acesa e os biscoitos junto com chá já estavam acabando, os elfos trouxeram durante a tarde, mas o horário do jantar já se aproxima.

   — As cartas que foram escritas vão ser enviadas amanhã logo cedo e também espero que antes do fim do dia vocês já estejam instalados no castelo — Dumbledore instrui a Black e Lupin que decidiram ficar no castelo até que tudo se resolva.

   — Vamos estar — Lupin afirma.

   — As proteções da casa vão ser ativadas assim que jogarem o glamour, quanto mais rápido melhor — Shacklebolt instrui.

   — Esse glamour realmente é forte? Tem coisas que vão ficar na casa e eu gostaria que não fossem danificadas — Lupin insiste. Esse é um ponto que incomoda ele desde cedo. Certamente são bens de valor sentimental.

   — Garanto que sim, mas você pode trazer as coisas mais importantes por via das dúvidas.

   — Pode deixar Monny, eu pego tudo — Black diz sorrindo e acarincia o braço do companheiro.

   — Bem, as coisas com o Sirius estão todas resolvidas, podemos finalizar as do Harry — Minerva sugere. Movo a cabeça em negativa no mesmo instante, ela apenas se encosta na cadeira e diz simplista. — Acredito que não falte muito a ser falado, também será melhor que não precisarão vir outro dia apenas para tratar disso.

   — Harry está exausto, ele precisa deitar mais confortável e a muito que me pede para voltar para casa — Digo decidido.

   — Tente colocar ele na cama novamente — Ela insiste.

   — Você viu o que aconteceu quando tentei! Ele acorda no mesmo instante e volta a chorar, não vou fazê-lo chorar por causa da sua insistência — Digo decidido e dou a última sentença quando vejo que ela vai falar. — Vamos voltar para casa.

O amor que você semeiaWhere stories live. Discover now