ATLANTIS ─ cobra kai

7- did you know that?

Me encontrei com Victoria na porta da casa dela para sairmos pra correr.

— Eu fui em uma aula do Cobra Kai. — eu falo quebrando o silêncio. — Mas não voltei lá, o Nick sim. Ele foi na aula ontem e voltou contando que entrou um menino de moicano azul.

— Moicano? Quem usa moicano hoje em dia? — Ela pergunta com uma risada.

— Eli Moskowitz. — eu falo parando de correr para ver a reação dela.

— Pera, você tá falando sério? O amor da sua vida tem um moicano? Um momento. — ela se afasta um pouco e começa a rir (lê-se: gritar) igual o Coringa. Por que eu me dei o trabalho de contar isso pra ela?

— Que mania que vocês têm de falar que eu sou apaixonada por ele. Eu só acho ele uma pessoa interessante, com aquele jeito de não falar com ninguém e tal. — eu falo desviando o olhar pro chão e voltando a correr o mais rápido possível.

— Por... favor... me espera. Você... é atleta... não eu. — ela fala sem fôlego — Tô só te zuando, Toka. Aposto que ele gosta de você também, ele sempre te olhava nos intervalos. Muito fofo. — ela fala piscando os olhos com um falso olhar apaixonado.

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— Sabe quando a gente lutava junto e eu sempre desviava dos socos na cara porque não queria estragar meu rosto bonito? — Nick pergunta entrando no meu quarto e eu desvio o olhar no notebook para ver ele com um hematoma se formando na bochecha e um filete de sangue seco escorrendo do nariz. — Pois é, na aula de hoje o sensei disse pra todo mundo levar um soco na cara para "desvacilar" a turma. O soco da Aisha machuca.

Levanto da cama para ver o estrago na cara dele. Ele tomou uma surra bonita. Concentra Dakota, não é hora de rir do seu irmão.

— Senta aí na cama, vou pegar meu kit de primeiros socorros e um gelinho. — eu falo saindo do quarto. Peguei o estojo com os materiais no banheiro do corredor e um um saquinho de gelo na cozinha.

— Primeiro eu vou ver se o nariz quebrou e depois limpar o machucado, pode arder. — eu falo tirando álcool e algodão do kit e parando para analisar se o nariz dele estava torto. — Boa notícia, olha, não quebrou, mas vai ficar bem roxo depois. — ele balança a cabeça e eu pego um cotonete com álcool para limpar o sangue. O garoto faz uma cara de dor ao sentir o ardor e eu já coloco o gelo por cima. — Agora vê se passa a desviar de socos de novo.

— Obrigada, doutora Miller. Para você, é sempre um belo dia para salvar vidas. — ele fala citando a frase mais famosa de Grey's Anatomy e eu balanço a cabeça rindo enquanto ele sai do quarto.

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Estava parada no corredor da escola arrumando meu armário por dentro quando sinto uma presença do meu lado, fecho a porta só para me deparar com o novo Eli de cabelo doido.

— Meu Deus, meu irmão não estava brincando quando disse que você fez isso aí. — eu falo o encarando com choque enquanto ele só dá um sorriso de canto. O que aconteceu com o Eli tímido que tinha medo de olhar pra mim?

— É, resolvi mudar o roteiro. Olha, queria saber se você não quer sair hoje de noite.

— Tipo um encontro? — eu pergunto desconfiada, mas surtando por dentro.

— Não se você não quiser chamar assim. — vejo o antigo Eli sair um pouco e sorrio com isso. — Mas é, pode ser um encontro.

— Ok, que horas?

— Sete tá bom pra você?

— Tá incrível, quer dizer... é, pode ser. Sete tá de boa. — eu respondo como se não fosse grande coisa.