Capítulo 36: Mandando Uma Mensagem Para O E.J.

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Escrito por: TheTrueHSMStans

Ok, já faz uma semana desde que meu pai me consolou no meu quarto, e eu bolei um plano. Sim, agora eu sou uma pessoa que inventa planos, mas esse daqui vai servir para destruir qualquer resquício do meu último plano. Mandei uma mensagem para o E.J., deixei um bilhete no seu armário, caso ele não veja uma delas. Basicamente diz: Estarei no parque, onde tivemos o nosso primeiro "encontro". Eu sei que aquilo não foi bem um encontro, mas é como se tivesse sido. De qualquer maneira, disse que estaria lá depois que a aula acabasse, às 16:50, até às 0:00. Se E.J. não aparecesse, eu vou entender que ele não quer mais falar comigo, e honestamente, não o culparia. Eu também não iria querer falar comigo mesmo. O que eu fiz foi horrível. Eu não me perdoaria, mas realmente espero que ele me perdoe... Espero que ele entenda no que eu estava pensando e de onde esses pensamentos vieram. Mesmo que eu o tenha machucado tanto... Pelo menos acho que machuquei.

Hoje era o dia. Passei o dia todo olhando para os relógios e esperando o sinal tocar. Hoje no corredor, E.J. nem me empurrou com o ombro, coisa que ele faz TODOS OS DIAS! Então, isso significa que ele já leu o meu recado? Isso é uma coisa boa ou ruim? Será que ele me odeia tanto que não quer ao menos encostar em mim? Ou ele quer ouvir o que eu tenho à dizer? Argh, pensar demais é uma merda. De qualquer maneira, o sinal tocou e eu saí voando do meu lugar. Subi no meu skate e fui o mais rápido que pude até o ponto de encontro. Nosso ponto de encontro... Porque se E.J. chegar e eu não estiver lá, ele poderia ir embora, e essa era a última coisa que eu iria querer! Meu pé começou a doer, mas eu não ligava. EU PRECISAVA chegar naquele lugar. EU PRECISAVA ter certeza de que E.J. não iria embora! 

Este plano era realmente muito sólido, mas muito apressado. EU PRECISAVA falar com o E.J. Disse à minha mãe e meu pai o plano e eles super toparam, mesmo comigo passando a noite fora, esperando por um garoto. Acho que talvez tenha a ver com o fato de que tentei me matar duas vezes, mas quem sabe? Meus pais sempre me apoiaram em tudo o que eu fiz, mas mesmo assim, ainda fico com receio de pedir algo para eles, mesmo que seja só a permissão. Embora eu ache que não deveria ficar tão preocupado. Digo, meu pai meio que teve que me forçar a fazer isso. Fiquei assustado. Até contei para a Nini também. Ela estava animada, por eu finalmente me desculpar com ela. Ela ME ODIAVA pelo o que eu tinha feito, e eu também... Foi tão horrível. Nini conversou comigo sobre o assunto. Ela me ajudou a criar esse plano. Fico tão feliz de que ela seja minha amiga... espera, ela é? Acho que sim, mas talvez eu não seja só um amigo para ela... Não, é melhor deixar isso para outro dia.

Quando cheguei lá, estava vazio. Eu não esperava que ele chegasse tão cedo, então eu não estava chocado. Talvez o garoto nem venha. Apaguei esses pensamentos da minha cabeça e coloquei uma toalha para sentar embaixo da árvore. A árvore que tivemos a nossa primeira dança lenta. Bom, a minha primeira dança lenta. A sua primeira comigo. Dei risada com a memória daquele dia... Sei que isso vai parecer meio clichê, mas só olhe para mim. Tudo o que você precisa fazer é se mover. E eu posso fazer o resto... Uau, quem diria que Ricky Bowen é um dançarino tão natural? Isso me deu um desejo de ouvir aquela música que E.J. colocou para dançarmos, e que ficou chocado quando viu que eu não tinha ideia de que música era. "Flightless Bird, American Mouth." Eu repetia isso nas últimas semanas, essa música ficava repetindo, e eu chorava toda fez que a ouvia... Acho que se tivéssemos que escolher uma música para chamar de "nossa música", com certeza seria essa, certo? Uma hora se passou... Duas horas se passaram... Três horas se passaram, até que já eram 23:50, e eu quase não conseguia mais manter meus olhos abertos. Ele não iria vir... e eu tinha que aceitar isso. Eu até entendo o motivo, acho que no lugar dele, faria o mesmo. Eu só gostaria de contar para ele o que eu queria dizer quando falei aquele monte de merda... Fui tirando a toalha de piquenique, quando ouvi uma voz sem fôlego atrás de mim: "Estou muito atrasado?"

Tristeza SuicidaWhere stories live. Discover now