10 Maneiras de Acabar Com o Natal / Vol. 1

Capítulo 21: Dia da Ação de Graças.

Hoje era oficialmente dia 25 de novembro, ou melhor, dia da ação de graças. Eu entendo pouco sobre dia. Não faz parte da minha cultura. Mas gosto de pensar que ele é um ótimo ponto de início pro Natal.

-Bia, senta aqui do lado do Zack. -Emma me empurrou até me colocar sentada ao lado de Zack. Abri um sorriso forçado, tentando não matá-la por aquilo. Emma depois da nossa conversa está sempre achando motivos para me colocar ao lado de Zack.

Zack não aprontou nada comigo por enquanto. Na verdade ele está estranhamente quieto. Eu havia esperado que ele aprontasse algo aquele dia à noite, mas ele não fez absolutamente nada. O que me faz pensar que ele vai aprontar uma em algum momento que eu não esteja esperando.

Hoje era nosso último dia na casa dos pais de Josh. Amanhã cedo já voltaríamos para a cidade. Eu estava um pouco ansiosa e animada para falar com meus pais de novo. Talvez uma semana longe já tenha sido o suficiente para que eles percebessem o quão errados estão agindo. Minha mãe pelo menos.

-Bem, estamos mais um ano aqui. -Josh começou, quando todos nós estavam sentados em volta da mesa. -Vocês sabem que eu costumo sempre falar alguma coisa antes do jantar. É meio que uma tradição. -Josh riu. -Primeiro eu queria agradecer por ter todos vocês na minha vida. Tivemos momentos difíceis nos últimos anos mas conseguimos superar tudo. -Josh segurou a mão da minha tia que estava sentada ao seu lado, com Caleb no colo. -Ganhamos mais um lindo presente esse ano. Mais um motivo para alegrar a nossa família. E também, estou feliz por mais um ano com vocês. -Ele olhou para os seus pais, sentados um ao lado do outro. O vovô era quieto e calmo. A vovó realmente não era uma vó comum. Mas eu gostava dela. -E claro, estou feliz por você estar aqui também, Bia. Mesmo que esteja aqui a umas poucas semanas, saiba que a consideramos parte integral da família. Uma filha. -Abri um sorriso para Josh e minha tia. -Bem, estamos todos com fome, não é?

-Ah sim, meu filho. Muito lindo seu discurso familiar... -A vovó começou.

-E lá vem. -Zack murmurou e se afundou na cadeira ao meu lado.

-Mas toda essa comida é pavê ou pacumê? -Ela questionou e eu virei o rosto para esconder a risada, quando vi as caras de todo mundo.

-Misericórdia. -Emma sussurrou do meu outro lado e balançou a cabeça rindo. -A véia não se cansa dessa piada.

-Tudo bem, mãe. -Josh riu. -Vamos jantar.

Todo mundo começou a se servir e eu esperei a minha vez. Fiquei observando Zack, que estava de pé com seu prato na mão. Os cabelos dele já estavam grandes o suficiente para caírem sobre os olhos, o que fazia ele passar mão no cabelo a cada minuto tentando ajeitá-lo.

Zack virou o rosto na minha direção como se soubesse que eu estava o observando. Não tive tempo de virar o rosto e tentar disfarçar, já que ele abriu um sorriso automático pra mim, revelando suas covinhas. O que, como sempre acontece, prendeu minha total atenção.

Abri um sorriso pra ele também e observei ele trocar seu prato já pronto pelo meu, totalmente vazio. O encarei confusa e ele apenas piscou, ainda com aquele sorriso no rosto.

-E depois a doída sou eu. -Ouvi Emma murmurar e minhas bochechas esquentaram.

Peguei o garfo e lancei um olhar desafiador a ela e a mesma riu, me ignorando completamente.

[...]

Encarei as chamas da lareira, sem prestar atenção no filme que todos eles estavam vendo. Menos os pais de Josh, que já haviam se recolhido. Era pouco mais de 10 da noite e o clima parecia ter esfriado mais ainda. Minha tia estava balançando Caleb no colo, que estava acordado e agarrava os dedos dela. Josh estava prestando atenção no filme, enquanto tinha Kyle dormindo com a cabeça no seu colo.

Me levantei, vendo Emma e Peter sentados no outro sofá mais dormindo do que assistindo o filme. Zack havia saído para ir ao banheiro e não havia voltado ainda. Eu me levantei a passos leves para não chamar a atenção deles e me dirigi até as escadas para ir dormir.

Abri a porta do quarto e coloquei a mão na boca para tampar o grito de susto quando dei de cara com Zack usando uma máscara do Jason. Eu tropecei para trás e bati com as costas na porta, que se fechou no mesmo instante, enquanto eu via minha alma sair do corpo.

-Deus é mais! -Falei, arregalando os olhos e Zack tirou a máscara, começando a rir sem parar. -Seu grande idiota! -Me escorei na porta e coloquei a mão sobre o peito, sentindo meu coração completamente acelerado. -Você queria me matar? Porque eu juro que minha alma saiu do corpo quando eu te vi.

-Caramba. -Zack me olhou, com as bochechas vermelhas de tanto rir e uma respiração ofegante. -Você está branca.

-É claro, olha o tamanho do susto que você me deu, Zack! -Exclamei, sentindo uma certa raiva. -Onde você arrumou essa mascara maldita?

-Eu tinha ela em casa. Tinha trazido na mochila achando que poderia ser útil. -Afirmou e voltou a rir, enquanto eu o encarava sem expressão.

-Isso não tem graça, Zack! Eu disse que não era pra me assustar de novo! -Falei, ainda com o coração acelerado. Zack parou de rir vendo minha expressão séria e a sua mudou para algo como preocupação.

-Você está com raiva de mim? -Questionou surpreso. -Era só brincadeira, Bia. Desculpa eu não achei que você ia ficar tão brava.

Ele se aproximou totalmente preocupado e eu comecei a rir da cara dele. Zack parou na minha frente e franziu a testa ao perceber que eu estava tirando com a cara dele.

-Qual é, Bia, achei que você tinha ficado com raiva mesmo. -Resmungou em meio a uma careta e eu ri mais ainda.

-Você tinha que ver sua cara de preocupação. Foi até fofo. -Apertei as bochechas dele que ainda estavam vermelhas pelas risadas de antes e ele pareceu surpreso, já que fixou os olhos no meu rosto, vendo meu sorriso imenso.

Parei de sorrir me sentindo tímida e minhas bochechas esquentarem. Zack notou a mudança e logo abriu um sorriso com o canto dos lábios.

-Você fica linda sorrindo. -Falou, quase como se as palavras saíssem sem ele pensar.

Continua...