Capítulo 40 - Cachoeira.

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A noite estava clara e o vento refrescava meu corpo quase em ebulição, mas isso não era suficiente para acalmar as ondas de calor que vinham do fundo do corpo.

Minha loba queria trocar de lugar a cada segundo que eu perdia o foco e pensava em outra coisa. Então para não perder o controle, tirei minha blusa primeiro. Depois meu sutiã e em seguida cada peça de roupa restante, uma por vez, deixando-as em cima da cadeira quando terminei.

Desci os dois degraus e sem demora me transformei no gramado dos fundos. Minhas patas formigavam enquanto eu andava em direção a floresta. Tocando a vegetação fria e úmida com tanta familiaridade que assustava. Meu sangue parecia mais pulsante do que nas outras transformações e era a primeira vez que eu corria assim em plena lua cheia.

Os cheiros e os sons estavam mais vibrantes. Deixavam as minhas sensações e as da minha loba mais vívidas, mais conectadas. Permitindo que tudo ficasse mais claro e mais entregue ao íntimo da noite. E o cio... Só fazia as sensações aumentarem ainda mais.





Connor

Eu fui pra cozinha logo depois que Celine saiu. Pether continuou na sala mesmo depois que o jogo acabou.

Eu me apoiei na pia da cozinha e respirei fundo. Eu tinha que tomar fôlego antes que meu lobo perdesse o controle. Ele estava tão inquieto que eu poderia enlouquecer.

Meu pau começou a pulsar desde o momento que me sentei naquela poltrona e nossos olhos se encontraram minutos atrás. Não estava nem conseguindo prestar atenção no jogo por causa do aroma doce que vinha dela.

Ah, aquele aroma...

Eu estava atento a cada movimento do seu corpo. Não consegui desviar minha atenção das suas mãos tremendo, do seu peito subindo e descendo intensamente e dos seus lábios inchados.

Por um momento seu cheiro e seus feromônios aumentaram tanto que até Pether notou. E quando vi ela morder seu dedo ao ponto de quase rasgar a pele, meu lobo não conseguiu aguentar.

A descarga de feromônios tomou segundos preciosos da minha lucidez. Eu já estava quase no meu limite de tolerância. E mesmo que eu tenha prometido não intentar durante o cio, os olhos amarelos da sua loba vibraram, e como um ímã, se atraíram aos meus.

Era algo mais forte do que minha razão, quase animalesco. E naquele momento, eu pude sentir o desejo que ela estava sufocando dentro dela. Assim como o desejo que eu tinha de saciá-la.

- Já estou indo pro quarto. - Pether me acordou dos pensamentos e eu olhei pra ele. - Acho que as cervejas já fizeram um pouco de efeito. - Ele tinha tomado quase todas. Deu risada, mas pareceu um pouco preocupado. - Se eu não estivesse tão cansado hoje, sairia pra correr. - Olhou pra varanda.

- Ah sim... Vou ficar mais um tempo acordado. - Permaneci de costas pra ele. Não queria mostrar que eu estava como um animal louco aqui embaixo.

- Diga a Celine para não demorar tanto tempo lá fora, mesmo que ela precise de ar. Talvez a lua cheia possa influenciar ela mais que o normal. - Falou antes de se virar e se afastar até desaparecer pelo corredor.

Fui até a sala e andei de um lado pro outro. Não conseguia ouvir nada lá fora. Só conseguia sentir o rastro do cheiro dela.

Abri a porta de vidro e notei que foi um movimento mais rude do que eu gostaria. As roupas dela estavam sob a cadeira e seu cheiro ia em direção à floresta como a merda de um caminho perfeito.

Os meus olhos se acenderam e o instinto animalesco foi tão forte, que quando percebi, estava na minha forma lupina, atravessando o gramado o mais rápido que eu conseguia e indo em direção ao cheiro dela.

A LUA, O CAOS E A LIBERDADE [+18]Where stories live. Discover now