Capítulo 79 - Porão.

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Celine

— Acho que Jasmin na verdade... é menino.

— O quê?! — Ela se levantou com dificuldade e pegou carinhosamente o recém-nascido nos braços ainda ligado no cordão. As lágrimas escorriam no seu rosto e quando viu o sexo do bebê, ela riu. Gargalhou para ser exata. — Não é possível... — Olhei para Sury que sorria alheia enquanto olhava para os dois. Peguei uma toalha e entreguei para Lori. Ela colocou o bebê que na verdade não era Jasmin sobre o pano e eu entreguei a faca pra ela. Ela sabe melhor como usar isso. E fez numa agilidade que me surpreendeu.

Parece que vão ter que escolher outro nome...

— Então... Que nome vai dar agora? — Sury perguntou e vi Joseph aparecendo longe atrás do sofá.

— Acabou? — Ele perguntou e eu gargalhei.

— E você estava aí esse tempo todo? — Sury falou.

— Parabéns Lori. — Me aproximei dela.

— Obrigada... — Ela enrolou o bebê agora sem nome e começou a chorar e rir. Sury se aproximou e beijou a cabeça dela.

— Podia ter me ligado, queria poder ter ajudado em alguma coisa nem que fosse pra dar só apoio moral. — Joseph se aproximou e espiou de cima.

— É menino?

— É, parece que teremos história pra contar futuramente. — Ela assentiu e beijou o bebê. — Só não sei qual nome vou colocar agora. — Ela levantou uma sobrancelha e o canto da boca num sorriso torto. A cor já estava voltando pra ela. — Filho, você enganou a mamãe esse tempo todo e tem agora um monte de roupa rosa lá em casa. — Dei risada e encarei aquela cena belíssima por um tempo. Queria que Collin e Connor estivessem aqui pra ver isso. Posso até imaginar os dois lobos encarando a criaturinha e rindo da situação.

— Agora me falem, como tudo isso aconteceu? — Sury perguntou e eu olhei pra ela ao mesmo tempo que me levantei saindo do torpor.

— Podem explicar pra ela? Preciso voltar lá e tentar cuidar daquilo o mais rápido possível. — Olhei para Lori e ela assentiu.

— Cuidar do quê? — Coloquei meu casaco de novo nem me importando com as mãos ainda sujas do parto. Acenei e andei até a porta de trás.

— Joseph. — O chamei quando vi aquelas espingardas. Ele logo chegou. — Esconda essas armas pra mim, por favor. Sabe onde tem uma pá? — Ele assentiu e entrou num quartinho ali perto. Logo voltou e me entregou.

— Você quer... ajuda? — Percebi suas mãos tremerem.

— Não, não precisa. — Fui alisar seu cabelo, mas parei no mesmo momento quando vi minhas mãos sujas. — Daqui a pouco eu volto. — Falei e ele assentiu mais uma vez.

Encarei aqueles corpos na minha frente, encarei a neve manchada e senti meu estômago embrulhar. Tive que desviar o olhar por um momento e encarar algo que estivesse imaculado para não vomitar. Olhei em volta e percebi que era até um lugar bom para abrir uma cova, mas que ficava perto demais da casa. Então depois de minutos arrastando aqueles corpos para longe, eu finalmente comecei a cavar.

Não estava acreditando que estava fazendo isso. Eram humanos, e eu os matei para proteger a mim e meus lobos.

Travei com a pá na terra ao pensar nisso.

Meus lobos...

Sim, eu os matei sem pensar porque estava protegendo pessoas importantes pra mim. Connor teria feito a mesma coisa. Talvez teria feito um trabalho mais limpo, mais rápido, mas teria feito o mesmo.

A LUA, O CAOS E A LIBERDADE [+18]Where stories live. Discover now