3º CAP.

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Coloquei uma pomada no rosto pra aliviar aquela dor que tava

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Coloquei uma pomada no rosto pra aliviar aquela dor que tava. Fui grossa com o Matheus e isso me deixa um pouco apreensiva. Separei bombons pra ele, eu vou me desculpar.

A minha avó me bateu de novo, a professora Barbará ligou pra ela e contou que cheguei tarde na aula.  Na cabeça da minha avó eu tenho que ser a pessoa mais certa do mundo, depois dela, claro.

Calcei as minhas chinelas e peguei no saquinho de bombons que guardei pro Theus. Fechei a porta da casa e mandei mensagem pra minha tia, avisando que eu ia brincar na casa do Theus, ela concordou e disse que daqui a pouco o turno dela acaba.

Avistei o Matheus correndo na minha direção, me animei pois poderia aproveitar e pedir desculpa aqui mesmo.

— Deixa eu ficar aí contigo? — Segurou a minha mão.

— Ué, claro que pode... Se minha avó chegar você se esconde. — Falei. — Tá nervoso assim porquê?

— Lá na favela tá rolando invasão, alguns caras chegaram aqui pra cobrar. — Falou.

— Ah não... — Suspirei. — A minha avó Theus...

Alguns caras da favela vêm aqui pra cobrar imposto dos moradores, isso não faz nenhum sentindo. Quem normalmente não paga, eles machucam, dependendo do valor da sua dúvida, eles te matam.

Me virei e abri o portão de novo, Theus e eu entramos e fechamos tudo.

— Não seria perigoso a gente ficar aqui ? — Perguntei me sentando no sofá.

— Melhor do que ficar na rua e apanhar uma bala. — Theus falou e eu tampei a minha boca. — Além disso eles não virão cobrar aqui. Tua avó é toda madame, deve pagar até demais pra eles. — falou. — Não fica com medo, eu tô aqui com você.

Tô nervosa e não vejo a hora desse caos todo passar, não entendo o motivo das pessoas serem tão incoerentes ao ponto de matarem pessoas inocentes por conta de dinheiro.

Ficamos esperando tudo passar, ouvindo tiros e pessoas gritando, uma verdadeira cena de filme de terror, daqueles que minha tia não deixa eu assistir.

— Eu nunca mais quero vivenciar algo desse tipo. — Falei com a cabeça entre os meus joelhos.

— Você não vai precisar, baixinha. — Falou pensativo. — Espero que não né...

Concordei com a cabeça e fixei meu olhar no dele, Theus não parava de fazer cosquinha na minha cabeça.

Eu e Theus pulamos assustados quando ouvimos passos de alguém entrando em casa, pelo menos os barulhos do tiro já tinham cessado.

O Destino - MORRO (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora