Capítulo 45

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Eduardo

Raiva... Um sentimento que nunca consegui dominar de fato. Tento a todo custo me controlar, mas sempre acabo sendo dominado. E hoje não foi diferente, pois quando vi aquele cara em cima de Bárbara, uma fúria tomou conta de mim, que a única coisa que pensei foi em partir para cima daquele infeliz. Meu corpo ainda está agitado, pois sinto que a raiva ainda não foi extravasada. Droga! Me acuso mentalmente e decido sair daqui, antes que pire. Sai da sala de reunião deixando Babi sozinha, e sei que vou me arrepender disso.

Entretanto, foi melhor assim. Se eu ficasse lá dentro acabaria a magoando. Apesar de a imagem de seu olhar de decepção quando sai da dala pairar em minha memória, sei que foi melhor assim. Pego as chaves, desço em direção ao estacionamento e saio correndo com o carro para qualquer lugar. A imagem daquele cara a agarrando me irrita ainda mais. Dirijo aceleradamente e paro em um bar moderno, que mais parece uma mini boate.

Sei que não deveria beber com raiva, mas preciso tentar esquecer o que acabou de acontecer.

Estaciono o carro, sento no banco próximo ao balcão e tem uma ruiva com um decote daqueles, de avental e uma calca preta de couro. Ela prepara um drink para o homem que está sentado dois bancos depois do meu. Ele está levemente alcoolizado e seduzido pela moça de batom vermelho. Ela parece ser estar gostando de seduzi-lo, e ele cai feito um bobo. Se fosse há um tempo, estaria ensaiando mentalmente o que falar para poder leva-la para cama. Contudo, somente a imagem de Babi invade a porra do meu cérebro.

Sacudo a cabeça tentando afastar tais pensamentos, e a ruiva olha em minha direção percebendo minha presença que até então estava silenciosa, Seus olhos me devoram, e eu finjo não perceber, pois não estou com cabeça para dispensar uma mulher hoje. Ela vem e minha direção, deixando o homem sozinho.

 ― Oi gato... O que vai querer?

― Whisky, por favor. ― Respondo seriamente fingindo não notar seu oferecimento descarado.

― É pra já gato!

Diz piscando e pegando a garrafa com uma grande habilidade depositando o líquido dentro do copo. Ela entrega em minha direção e eu bebo tudo de uma vez sentindo minha garganta queimar. Ela arregala os olhos com um sorrisinho, e eu sinalizo visualmente mais uma dose. O recado é entendido, e ela coloca mais uma dose, enquanto me pergunta:

― Mulheres?

Eu permaneço em silêncio e ela sorri. O homem que estava sentado e sendo servido por ela anteriormente já foi embora. Ela arqueia a sobrancelha esquerda enquanto me observa virar a segunda dose mais uma vez. Sei que estou sendo bobo, mas estou puto e desiquilibrado. Passei todo esse tempo inibindo e evitando relacionamentos sérios, pois não sei muito bem controlar minha raiva. Sempre foi assim... Desde a época da faculdade eu tento inutilmente ser mais calmo.

Quando acho que estou no comando depois de alguns anos, Babi volta a minha vida tirando meu equilíbrio. Que sentimento insano é esse? Amor? Com certeza. É loucura achar que um dia admitiria que acredito nele de novo. E o mais engraçado, que é com a mesma mulher que me fez desacreditar.

― Me deixa descobrir... Foi traído e dispensado?

Pergunta a ruiva novamente e isso me irrita. Aponto para o copo mais uma vez, e ela coloca mais uma dose. Seus olhos estão presos em mim, e nem me importo mais.

Meu para sempre é você - ATUALIZAÇÕES INTERROMPIDAS TEMPORARIAMENTEWhere stories live. Discover now