Capítulo 3
Bárbara
Depois que meus possíveis pais adotivos se foram, resolvi ir para o alojamento e tentar digerir tudo que aconteceu comigo. Eu nunca imaginava que poderia ser adotada a essa altura, e o pior era que também não imaginava que ficaria tão perdida e confusa. Antes dessa conversa, estava decidida a não dar continuidade a essas visitas e ao processo, mas agora já não sei. De certa maneira, me identifiquei com a dona Débora. Ela tem um jeito calmo, doce, amoroso e ao mesmo tempo solitário. É totalmente diferente da Malu, que sempre demonstrou ser forte e guerreira! Confesso que também refleti sobre o que a Malu me disse, que ter uma família bem de vida, me ajudaria a estudar e ter um futuro melhor. Quem sabe eu peço pra ajudar o Edu também?
Eu tenho o direito de ficar na dúvida né? Afinal eu nunca tive nada pra chamar de meu. Aqui no orfanato tudo é dividido e não dura muito tempo. Se eu tivesse uma casa e um quarto, tudo seria diferente. Não quero me sentir egoísta, mas não é pecado desejar essas coisas e também é inevitável não me sentir traidora em relação ao Edu.
Ainda tenho que achar uma maneira de explicar a ele, que pretendo dar continuidade as visitas. Acho que vai se sentir decepcionado. Mas quero conhecer mais a dona Débora, e talvez seja a coisa a certa a se fazer. Me dar uma chance de ter algo, uma identidade, um lar. E além do mais, eu não vou embora do país, só não vou morar mais aqui, mas poderei vir visitá-lo sempre que quiser. Se ele quiser meu bem, vai entender (assim espero).
Enquanto estou perdida nos meus pensamentos, escuto a porta se abrindo e vejo que é Edu. Parece estar bem melhor. Não está com os olhos inchados, mas com um ar sério. Quando me vê, dá um sorriso fraco e senta na cama onde estou, perguntando:
— E ai moleca, como foi a visita?
Sinto sua voz falhar um pouco, mas percebo que está diferente. Talvez com a esperança de não ter gostado. Ou que tenha decidido desistir do processo.
— Foi legal.
— Só isso, legal?
— Ah, o que posso dizer? Eu não conheço eles direito. Mas pareciam ser legais, principalmente a dona Débora, que no caso é mãe adotiva.
— É a mãe adotiva? Então já decidiu? Vai ir embora e me deixar?
Edu fala com sofrimento nos olhos, e isso dói mais em mim do que nele. Não sei se vou conseguir convencê-lo de que é o certo a se fazer, devido a uma intuição minha em querer tentar conhecer essa família por causa de uma identificação com a dona Débora. Ele me chamaria de louca, e talvez eu realmente seja mesmo. Mas eu quero fazer isso.
— Edu, eu não vou te abandonar, ok? Eu só quero conhecer mais esse casal. E se eu for adotada, vou só me mudar de casa, mas estarei sempre aqui te visitando.
— Isso não é a mesma coisa Babi. Você e eu combinamos sempre estarmos juntos! E agora você vai cair fora!
— Ei! Fale direito! Não vou cair fora não... e além do mais eu não decidi se quero ir. Uma visita é muito pouco pra decidir isso. Só quero que me apoie por enquanto e que aproveite comigo o nosso tempo juntos!
— Então não tem certeza se vai ir?
Ele pergunta quase sussurrando, como se fosse um segredo. Aquele olhar de esperança volta novamente, e meu coração dói. Estou me sentindo a pior amiga do mundo. Eu amo o Edu, não quero vê-lo sofrer e tomar a decisão será muito difícil.
— Ainda não Edu.
— Ótimo então. Vô lá fora jogar bola com os lekes!
— Até mais.
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Meu para sempre é você - ATUALIZAÇÕES INTERROMPIDAS TEMPORARIAMENTE
RomancePLÁGIO É CRIME- Artigo 184- Que traz o seguinte teor: Violar o direito autoral: Pena- detenção de 3 meses a 1 ano, ou multa. Obra registrada na Biblioteca Nacional. ...