Capítulo 21

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Foi aquele dia, o dia em que eu sem querer derramei café em um desconhecido. O homem

 O homem

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Vanessa

Cheguei a porta de casa, pronta para me sentir acolhida pelo aconchego que somente a minha cama poderia me oferecer.

Adentrei a pequena residência sendo recebida por Bart, meu pequeno gatinho, que olhando rapidamente parecia mais magro.

Fazia dois dias que eu não ia em casa, a última vez que ele me viu, foi quando eu parti em busca da encomenda para minha mãe fugitiva.

Bart olhava para mim, me julgando, se ele falasse com certeza ele me daria um esporro por ser uma dona ruim, mais quem poderia julga-lo, afinal eu fui mesmo uma péssima dona nos últimos dias.

Agora provavelmente eu era uma dona ruim e desempregada, Paulo nunca me aceitaria ou me empregaria novamente, depois de desaparecer do serviço e não lhe dá nenhuma justificativa.

Séria demitida por justa causa.

Tirei os sapatos assim que entrei no quarto, jogando as roupas de qualquer jeito no chão, peguei no armário uma toalha limpa, pronta para tomar um banho e dormir, muito.

Assim que entrei no banheiro, abri o chuveiro esperando a água atingir a temperatura desejada, me joguei em baixo do chuveiro, sentindo a água quente tocar a extensão da minha pele, me dando um alívio repentino.

Soltei os cabelos, colocando a chuxinha no registro, aproveitei para lavá-lo, e deixá-lo levar junto com a sujeira todo o peso dos dias anteriores.

Não sei o que eu fiz para merecer tudo que está acontecendo a minha volta, não sei em que ponto da minha vida tudo desandou.

Não!! Mentira!!

Foi aquele dia, o dia em que eu sem querer derramei café em um desconhecido. O homem de olhos azuis, que mesmo tão claros abrandiam uma escuridão, medo, dor, tristeza, solidão.

Foi aquele dia que a minha vida deixou de ser normal, quando Arthur entrou nela com seu terno sob medida e sua camisa branca, quando ele me segurou para que eu não caísse.

Talvez, se ele tivesse me deixado cair... Não. O que aconteceu depois não foi culpa dele. Não foi culpa dele eu estar naquele beco escuro aquele horário. Não foi culpa dele eu querer salvar a vida de um imbecil que fugiu me deixando lá.

Não foi culpa dele eu ter sido perseguida e quase alvejada, nada daquilo foi culpa dele.

Mas também não foi minha. Até agora só tem um culpado. Rosalinda Albuquerque. Minha mãe que fugiu disposta a me deixar nas mãos de um desconhecido.

Não a culpo, longe de mim. Eu não sou mais criança, devo aprender a me virar, mais... Custava me dar mais informações do que a porra de uma carta? Me ligar para dizer que está bem, viva!

Para Sempre: MinhaOù les histoires vivent. Découvrez maintenant