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Vanessa

Acordei ouvindo barulhos estranhos, passos e mais passos eram dados para todos os lados e eu me sentia completamente perdida.

Tentei novamente me soltar, mais eu estava muito mais fraca que antes, e minha visão não favorecia a minha atual situação.

Queria gritar mais eu não tinha forças, meus olhos se abriam e fechavam no mesmo instante.

Eu já não sabia a quanto tempo estava aqui, nessa mesma posição, sem ingerir uma gota de água ou até mesmo um pedaço de pão.

A garganta seca doía e qualquer palavra que eu tentava dizer, parecia que tinha vários pregos rasgando minha garganta.

De repente eu consegui ouvir uma voz.
Era Júlio e ele parecia desesperado.

Ele não falava comigo, na verdade parecia estar discutindo sozinho, já que a arma em sua mão balançava de um lado para outro.

Óbvio que ele era esquizofrênico, nenhuma novidade.

Júlio se aproximou de mim sussurrando algo que eu não consegui indêntificar, apenas senti quando ele desamarrou minhas mãos e me suspendeu como se eu fosse um saco de batatas.

Meu corpo batia em suas costas e a minha coluna por incrível que pareça agradeceu por finalmente ter saído daquela posição.

Apesar da dor intensa que eu sentia nela e nas pernas.

Tentei me esforçar para ver para onde ele estava me levando, mas eu não conseguia nem me mexer com precisão.

Meus movimentos lentos e fracos faziam Júlio rir, assim que subimos uma escada barulhos de tiros eram ouvidos com precisão, eu sabia o que isso significava.

Arthur.

Ele veio me salvar.

E por alguns segundos eu me permitir sentir alívio, mas depois fui tomada por uma preocupação sem fim.

Não era para ele estar aqui.

Senti quando as lágrimas jorraram dos meus olhos, eu não conseguia nem chorar direito.

Júlio me jogou sobre um sofá e apontou a pistola na minha nuca.
O objeto gelado fez todo meu corpo arrepiar.

A trocação de tiros do lado de fora me deixava apreensiva, e eu só conseguia desejar que Arthur estivesse bem.

Júlio, apesar de parecer calmo, não estava, eu sentia a arma tremer na minha nuca. Ele estava com medo.

E conhecendo bem o Arthur, era bom o Júlio ter medo.

De repente os tiros cessaram, Júlio respirou fundo, e eu consegui abrir os olhos com muito esforço, assim que ouvi passos.

Passo decididos e imponentes, e logo Arthur estava de frente para mim e Júlio, a alguns metros de distância.

Arthur apontava a arma para cabeça de Júlio com firmeza, mas nos seus olhos dava pra ver, ele estava apreensivo.

— Não te disse que ele viria? Júlio sussurou no meu ouvido.

Para Sempre: MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora