04 - À garota que anda olhando para o céu

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Levi não era o tipo de homem que frequentava bares ou restaurantes, mas as vezes ia quando era convidado por seus companheiros.

Alguns membros do Reconhecimento estavam festejando naquela noite (ou afogando as dores no álcool). O capitão estava sentado num banco, debruçado no bar enquanto bebia seu drinque que estava um pouco mais forte que o de costume. Seus companheiros riam e gargalhavam por todo lado. Moblit falava um pouco alto demais sobre o quanto Hange era impressionante e inteligente. Uma boa parte já estava bêbada o suficiente para começar a entregar seus segredos.

Quando começaram a cantar, ele decidiu que já era hora de ir embora. Pegou seu casaco e se levantou, mas levou um susto assim que olhou para trás. No canto do bar, Diana estava sentada conversando com um membro do Reconhecimento. Levi não sabia o nome dele, mas seu rosto estava vermelho e seus olhos parcialmente fechados. Ele estava claramente alcoolizado. Diana ria como se não houvesse amanhã enquanto o rapaz passava o braço por seu ombro, puxando seu corpo cada vez mais para perto. Aquilo deixou Levi tão irritado que o fez agir sem pensar.

-Ei, você! -Ele disse se aproximando e puxando o rapaz pelo ombro.

-C-capitão? -Ele parecia surpreso e assustado.

-Não acha que já bebeu demais?

O rapaz não conseguiu responder, apenas gaguejou até Levi perder a paciência (o que demorou apenas alguns segundos).

-É melhor ir para casa.

-Tudo bem, senhor. -O rapaz rapidamente se levantou e se afastou.

Levi encarou Diana que não parecia nada contente. Só naquele momento ele percebeu o que havia feito. Por que diabos ele fez aquilo? Ele também não fazia ideia. Ele simplesmente virou de costas para partir, decidido a não falar com ela, mas é claro que ela não deixou isso barato.

-Está trabalhando de babá hoje? -Ela perguntou.

-O que você disse? -Ele não queria mesmo responder aquilo.

-Perguntei se está trabalhando de babá hoje.

-Acho que aqui não é lugar para garotas como você. -Ele disse se virando para ela. -Não é um ambiente muito familiar.

-Lugar para garotas como eu? -Ela deu uma risadinha. -O que seria uma garota como eu?

-Eu não preciso responder isso. -Ele se irritou com ela, mas não conseguia evitar torcer para que ela dissesse mais alguma coisa.

-O que aconteceu? Não consegue dizer? -Ela se levantou e foi até ele. O encarava de frente, embora ainda fosse um pouco mais alta que ele.

-O que você está dizendo?

-Está bêbado demais, capitão? -Ela tinha um sorriso sarcástico.

-Eu pareço bêbado para você?

-Não. Por isso eu esperava que pudesse me responder.

-Eu posso, só não quero. -Ele respondeu, mas o sorriso em seu rosto só aumentou.

-Que rude! -Ela riu. -Capitão, eu sempre frequentei "lugares como este".

-Que bom para você então. Eu já vou indo. -Ele tentou se virar, mas mais uma vez, não conseguiu.

-E você, capitão? O que te traz aqui?

-O Reconhecimento está reunido aqui hoje, e eu sou um membro do Reconhecimento.

-É, mas não pareceu muito reunido com o pessoal. -Ela disse se sentando novamente. -Só ficou ali sentado, isolado, enquanto os outros conversam e dão risada. Ficou encarando sua bebida o tempo inteiro.

Flower Girl, Levi AckermanOnde histórias criam vida. Descubra agora