07 - Sobre quando nos entregamos um ao outro

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-Você demorou. -Ela disse com a voz embargada. -Demorou muito.

-Me desculpe.

-Está tudo bem. -Ela se abaixou e começou a juntar os pedaços de porcelana que haviam se espalhado. -Me perdoe se fui intrometida demais, mas eu voltei aqui todos os dias para limpar e cuidar das flores. Não queria que estivesse tudo sujo e morto quando voltasse.

-Diana, tem uma coisa que eu preciso te dizer.

-O que foi? -Ela ergueu os olhos rapidamente, mas logo voltou a pegar os cacos de porcelana no chão. Levi se ajoelhou e começou a ajudá-la.

-Você sabe que se continuarmos próximos isso vai ser cada vez mais comum, não sabe? -Ele falou com dificuldade. -Eu vou sair e não sei se vou voltar.

-Eu sei.

-Isso nunca vai acabar. E se acabar, provavelmente será porque eu... porque eu morri.

-Eu também sei disso. -Ela pegou o último caco, se levantou e descartou-os na lixeira. -Eu sempre soube, Levi.

-Mesmo assim você me esperou.

-Esperei.

-Por que fez isso? Eu poderia estar morto agora.

-Mas não está. -Ela olhou para ele com um sorriso largo e lágrimas nos olhos. -Você não está morto. Está vivo. É isso que importa para mim.

-E se um dia eu não voltar?

-Então eu sofrerei. -Ela respondeu com uma sinceridade quase cruel. -Quanto mais nos aproximarmos, mais eu sofrerei se um dia você não voltar, mas eu não me importo com o que pode ou não acontecer. Você está vivo agora, Levi. Eu não estou disposta a sacrificar o meu presente por um futuro incerto. Você pode morrer? Sim. Ou talvez não morra. Talvez você volte de todas as suas missões. Eu não sei, e você também não sabe. A única coisa que eu sei é que você está vivo. Está vivo aqui e agora. E é isso que importa para mim.

-Diana... -ele se aproximou e segurou sua mão. -Você tem certeza disso?

-Com todo o meu coração. -Ela falou com um sorriso doloroso.

-Nesse caso, tem algo que eu quero fazer há muito tempo.

Ele se aproximou lentamente. Com os olhos fechados e com os dedos entrelaçados, Levi beijou-a com delicadeza. Sentia como se estivesse beijando o tesouro mais precioso e delicado do mundo. Seu corpo inteiro se arrepiou. Com a mão livre, Diana tocou o rosto do rapaz e acariciou sua bochecha. Quando o beijo terminou, Diana não pode evitar dar um sorriso.

-Poxa, achei que me deixaria esperando por mais um tempão. -Ela deu uma risadinha.

-Já que você tem certeza, Diana, então saiba que nunca mais vai precisar esperar por mim. Enquanto eu estiver aqui, estarei sempre ao seu lado. Você me trouxe uma alegria incomparável, Diana. Eu nunca senti essas coisas antes, não faço a menor ideia de como lidar com isso.

-Descobriremos juntos. -Mais uma vez ela o beijou.

O segundo beijo pareceu ainda mais profundo que o primeiro. A cada vez que seus lábios se afastavam, os dois não conseguiam conter a vontade de beijarem-se novamente. Seus corpos se aproximaram e então, Levi a abraçou com força. Queria poder se aproximar ainda mais. A garota entrelaçou os braços em volta de seu pescoço e o beijo se intensificou. Num impulso, Levi a empurrou contra a parede sensualmente e interrompeu o beijo, deixando as testas coladas e os olhos fechados.

-Diana, sabe que eu sou bem mais velho do que você, não sabe? -Ele disse. -Pelo menos uns dez anos...

-Ainda está tentando encontrar razões para que eu desista de você? -Ela parecia indignada e divertida com a situação. -Eu não sou nenhuma criança, Levi. Já tenho bem mais que vinte anos.

Flower Girl, Levi AckermanOnde histórias criam vida. Descubra agora