Capítulo Quarenta e Cinco.

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O som de tiro começou lá dentro também, a Polícia Civil conseguiu se infiltrar com sucesso, os homens do lado de fora perderam a atenção, vi com clareza quando uma das balas de Ashido se enfiou no ombro de um deles derrubando-o no chão com força.

— Continuem, não podemos permitir que entrem agora. Estamos perto. – Gritei por cima de todo o caos.

— Vamos avançar, se conseguirmos entra vai ser fácil ajudar. – Ashido falou

— Não, continuem onde estão, se sairmos de formação agora perdemos a proteção dos carros, não vamos arriscar hoje.

— O que é aquilo ali? – Bruno perguntou apontando para a pista de decolagem.

— Estavam preparando um avião. – Dias falou

— Se estavam era para o LaFontana, fiquem atentos, se for ele dispare para derrubar, ele não pode fugir.

Um grupo saiu correndo do Heliporto direto para o pequeno avião.

— Pegue a Ashido e vá, os caras da civil não estão vendo isso. Vou dar cobertura. – Dias falou disparando contra os homens

Puxei Ashido pelo colete colocando-a atrás de mim.

— Me dá cobertura e vou abrir o caminho para passarmos.

Ashido obedeceu minha ordem e veio atrás de mim atirando e me empurrando ao longo do caminho.

— Continue, vai, vai.

Os tiros vinham em nossa direção, ao olhar para trás vi alguns dos homens caindo.

Puxei Ashido para trás de uma viga na primeira oportunidade de manter ela segura.

— Eles vão usar o avião para poder fugir, precisamos de ajuda aqui na pista de decolagem. – Falei pelo rádio.

— Vou mandar dois homens até aí, pode comandar a equipe Tenente. – O Delegado respondeu.

Não demorou muito dois policiais civis saíram de dentro do Heliporto.

— Qual o plano? – Um deles perguntou.

— Usem as armas para inviabilizar o avião, ele não pode fugir, se tiverem mira disparei contra o próprio líder, não pode ser letal apenas para contenção.

— Sim, senhor. – Ashido e os outros dois homens falaram em coro.

Assim que saiu do meio dos homens que o puxavam pude ver claramente LaFontana correndo.

Disparei mirando no homem que corria na frente abrindo o caminho, acertei seu ombro, nem mesmo a dor da bala o fez parar de correr, os outros que cercavam LaFontana puxaram suas armas e começaram a disparar contra nós.

— Avancem. – Ordenei vendo todos me obedecerem.

Alguns passos para a frente ainda usando as vigas disponíveis como escudo, dessa vez os tiros dos policiais civis encontraram seus alvos derrubando dois dos homens de LaFontana.

Continuei avançando por entre as vigas, tendo certeza de proteger meus colegas.

Procurar mira entre o caos era quase impossível, mas mesmo assim continuei tentando, dois homens ainda empurravam e guiavam o chefe até o pequeno avião, por um segundo um deles abriu guarda e consegui mirar certeiro no peito de LaFontana, disparei no mesmo instante sem prestar muita atenção no outro que já havia atirado contra mim.

A bala perfurou meu ombro e atravessou do outro lado, a dor foi sufocada pela adrenalina que impulsionava meu corpo para a frente, Ashido a essa altura corria ao meu lado, pude ver terror em seus olhos quando ela percebeu que o tiro havia acertado, o terror dela foi substituído rapidamente por raiva letal, ela levantou a arma em frente ao rosto firmando os pés no chão, disparou dois tiros seguidos e o homem que acertou em mim caiu no chão na mesma hora.

— LaFontana, pare. Você não tem para onde ir. Não dificulte ainda mais a situação, neutralizamos todos os seus capangas, renda-se. – Ordenei apontando a arma diretamente para ele.

Parei de correr e todos os outros pararam também, todos tinham ele na mira, esperando que ele fizesse apenas uma mínima estupidez.

LaFontana parou e levantou as mãos.

— Você está preso. – Falei puxando as algemas do me cinto e me aproximando dele.

Mesmo agora a bala que atravessou meu ombro não doía, a sensação de vitória me empurrava para a frente e fortalecia meus ossos, a sensação de que Mako estaria segura e que ele não poderia mais leva-la foi mais libertadora que qualquer outra.

— Tem o direito de permanecer calado, tudo que disser poderá e será usado contra você no tribunal. Tem o direito a um advogado se não puder pagar por um o estado vai lhe fornecer. Quando chegarmos na delegacia vou informar quais são as acusações formais apresentadas contra você. Entendeu seus direitos? – Mesmo depois de ter me ouvido falar ele permanecia em silencio com ar de escárnio, apertei mais as algemas e lhe dei um empurrão para frente. — Entendeu seus direitos?

— Sim Gamagoori, eu entendi os meus direitos.

O Revés Do Seu AmorWhere stories live. Discover now