Capítulo 19

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Capítulo revisando em: 04/04/2023

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Já passava da meia-noite quando Izuku saltou na parada próxima à sua casa. Pegara um ônibus que não conhecia; quando saiu da Jeanist, avistou um ponto perto da empresa e leu, num painel, que ele o deixaria a dois quarteirões do complexo de apartamentos. Considerando que ultimamente ele andava indo para cima e para baixo de carro, era comum não saber como funcionavam os transportes na região da Jeanist.

Mas não ligou para isso. Afinal, não precisava mais do carro dele. Não precisava mais dele.

Chegando ao prédio, Izuku pegou o elevador, que pareceu demorar uma eternidade para chegar ao seu andar, e, sortudo como era, ficou um tempão plantado do lado de fora revirando os bolsos até finalmente encontrar suas chaves.

A porta recebeu o peso de suas costas assim que ele a fechou, e, no fundo de seu peito, havia um pequeno chiado. Izuku fechou os olhos por um momento. Tateando a parede à direita, encontrou o interruptor e ligou-o.

Após alguns segundos, abriu as pálpebras para se acostumar com a claridade. Precisava acalmar a mente, mas tinha medo de fazer isso, pois isso significava pensar no que havia acontecido. Porque... o que deu em Bakugou, afinal? Por que ele fez aquilo? Izuku não acreditava que ele... que ele realmente...

Grunhiu. Arrastou-se até o sofá e nele desabou.

Não sabia o que pensar. Izuku havia acabado de dar o pódio a ele, como havia prometido, e então Bakugou simplesmente fez o que fez... e para quê? Izuku não conseguia pensar em outra razão que não aquela... A verdade era que não tinha como existir outra razão. Até então ele e Bakugou nunca... Izuku nunca viu ou percebeu nada que pudesse explicar o que rolou há menos de duas horas, nada que pudesse tê-los feito caminhar para algo assim, então...

Para tipos como o dele, não precisa haver uma razão. Você, mais que ninguém, deveria saber disso.

Engoliu em seco. Realmente. Izuku fora um idiota completo. É claro que foi algo assim... Não deveria estar surpreso, principalmente por aquela não ser a primeira vez.

Roía a unha enquanto pendia o corpo para frente e para trás. A adrenalina não o deixaria tão cedo, sabia, mas, encarando as pilhas de revistas na mesinha à frente, todas estampando o rosto dele, teve certeza de que, se ficasse ali, não teria paz. Os casacos no mancebo; os utensílios de higiene pessoal e hidratantes no banheiro; os chás e biscoitos nos armários, tudo era um lembrete de que, gostasse ou não, Izuku não estava sozinho em seu apartamento.

— Não posso ficar aqui.

Em dois minutos estava no quarto, mochila na mão enquanto, com a outra, a enchia com mudas de roupas, seu notebook e suas duas mesas digitalizadoras. No banheiro, pegou sua escova de dentes e, de volta à sala, sacou o celular e discou um número.

Após quatro toques, foi atendido.

— Izuku? — A voz de sua mãe estava grogue, o que significava que ele a acordou. — Ainda não foi dormir, filho?

Izuku cerrou os olhos. O aperto no celular oscilou.

— Mãe... eu tô indo praí, tá?

— Hein? Por quê? O que aconteceu?

Era esperado que ela ficasse confusa, afinal a voz dele não carregava mais a alegria de quando se falaram mais cedo. Izuku, no entanto, não tinha forças para fingir ânimo.

— Eu explico quando chegar, ok? Eu juro.

— Izuku, me fala. — Um tom mais sério somou-se à preocupação. — O que foi? Você e o modelo brigaram?

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