capítulo 1.

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Azriel

Meus olhos piscam uma vez e se fixam na figura ruiva ao meu lado, Lucien está sorrindo com uma suavidade que só pode ser proveniente do relaxamento de ter pelo menos o resto desse dia como uma folga.

Terminamos a missão a umas hora e desde então estávamos caminhando até chegar nessa pequena pousada, conseguimos matar os espiões que Beron mandou para matar o próprio filho para que pudesse ter acesso livre a Primaveril novamente.

A quinze anos a corte primaveril tinha sido uma zona de conquista, quase todas as outras cortes queriam um pedaço mas nenhuma deu um passo realmente importante em relação a conquista do território antes que a terra florida tivesse um novo guardião já que Tamlin abandonou sua racionalidade e deixou seu lar desprotegido, isso fez com que outro tivesse de protegê-lo.

Outro significava Lucien. 

Lucien que após quebrar a parceria com Elain, havia finalmente se aproximado do círculo íntimo sem pesar nenhum.

Lucien que tinha se tornado parte do "trio Ilyriano" como se sempre estivesse lá. Trio esse que não era mais um trio e sim um quarteto.

Lucien que se tornou meu melhor amigo em apenas dois anos e que agora com quase quatorze anos de amizade já era tão importante quando meus irmãos em meu coração.

Lucien que tinha o coração bom demais para deixar que a corte em que morou por tanto tempo fosse dizimada pela fauta de um governante competente.

Lucien que se mudou pra corte das rosas para proteger suas fronteiras, cuidar do povo, fazer as negociações comerciais, zelar pelo bem estar da flora e fauna do local,  se encarregar de toda a papelada típica de um grão senhor.

Ele era o grão-senhor da primaveril agora.

Todos sabiam disso, mesmo os que não concordavam com isso- o próprio pai de Lucien por exemplo- ainda assim eram obrigados a respeitar o domínio de Lucien sobre aquela região e admitir que a corte primaveril nunca foi tão bem administrada quanto nos últimos anos.

Todos sabiam que Lucien era o grão-senhor da Primaveril, menos Lucien.

O ruivo se recusava a aceitar esse posto e corrigia qualquer um que se referisse a ele dessa forma.

Mesmo que o mais novo já houvesse lhe confidenciando que algumas vezes sentia seu poder aumentar até uma potência que nunca teve antes e a aura que um dia sentiu de Tamlin viesse de si agora ele não aceitava que foi a ele que a magia primaveril escolheu depois de anos cuidando dessa corte.

Mas isso não é um pensamento para agora, tinha que se concentrar em comemorar e ficar com Lucien em um dos poucos momentos em que o mais novo estava livre de responsabilidades e focado apenas em si.

Estavam tão cansados da caça aos assassinos que Beron mandou, os desgraçados tinha fugido até quase chegarem na fronteira da Outonal antes que Lucien e Az os pegassem.

Quando terminaram com eles, não restava nada além de pó já que Lucien tinha feito questão que seus corpos fossem tão queimados  que desintegrou até seus ossos.

Os pensamentos do que havia acontecido foram desviados para o momento presente quando Lucien me cutucou para que prestasse atenção na senhora que estava atrás do balcão de madeira no hall de entrada da pitoresca pousada que encontramos.

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