capítulo 6.

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Dois anos depois...

Azriel

Quando minhas sombras me atravessam pro quarto dele, sussurram mais uma vez que eu deveria ter avisado que viria, ele dorme tranquilamente em sua cama, o cabelo preso em um coque pra não bagunçar e usando apenas um shorts de cetim, ele nunca usa cobertores, é quente demais pra isso.

Posso ver uma rasa poça de babá que se forma perto de sua boca, isso me faz rir baixinho, já disse pra ele que babá enquanto dorme e ele me retrucou dizendo que pelo menos a babá dele não incomoda ninguém, diferente do meu roncar e depois mostrou a língua pra mim.

Sua forma dormente quase me faz esquecer do real motivo de estar aqui na corte primaveril, na mansão das rosas onde Lucien mora, as proteções da casa antiga já estão tão acostumadas com minha presença que em algum ponto não preciso mais da permissão de um dos moradores pra entrar, já me consideram morador mas as malas prontas ao pé da cama me fazem lembrar o porquê estou aqui.

Sem cerimônia nenhuma tiro a maior parte das minhas roupas em silêncio, ficando apenas com minha peça íntima e o par de meias.

Me lembrando do começo disso, a dois anos quando nos rendemos as nossas vontades e fomos pra cama juntos. Apesar da saída rápida de Lucien no dia seguinte, as coisas não ficaram estranhas, usamos isso como um oportunidade pra ter alguém com quem satisfazer os desejos.

A melhor idéia que já tivemos, o que temos agora é ótimo. Temos uma amizade foda e fazemos sexo bom pra caralho, que combinação poderia ser melhor que essa?

Nunca precisamos conversar sobre isso, era simplesmente fácil. Se tínhamos vontade fazíamos, se tornou frequente ao ponto de que acontecia sempre que nos encontrávamos, as vezes eu vinha atrás dele só pra ter isso, sem nenhum outro motivo pra ir do outro lado de Pytrian até aqui, apenas pra velo e ter essa conexão que temos.

Exatamente como deveria ser agora, mas dessa vez tinha algo errado nessa visita e eu sabia que tinha que confronta-lo.

Minhas sombras continuam dizendo pra eu deixá-lo em paz, para deixar que ele descanse e durma bem.

Eu as ignoro completamente, sei que já é tarde, mas a idéia de se não for agora não vou poder vê-lo até o próximo ano me embrulha o estômago.

Deito encostado em suas costas e começo a fazer carinhos com os dedos em sua cintura desnuda, as sombras como de costume simplesmente começaram a se embrenhar na orelha dele, o fazendo ter arrepios mesmo no estado de sono.

Demoram poucos minutos pra que acorde, mas sinto o exato momento em que acontece, por algum motivo ele finge que não acordou e isso me faz dar uma risadinha frouxa.

Deixo que ele continua sua pequena encenação por alguns breves minutos enquanto apenas faço carinho nele.

—Sua respiração e seu batimento cardíaco estão mais rápidos, eu sei que tá acordado Luci.- Digo e sorrio mais quando o ouço bufar e continuar em silêncio.

Isso me incomoda mais no momento do que o assunto que vim resolver.

Começo a beijar suas costas fortes e deixar pequenos chupãozinhos que sei que o fariam gemer e se contorcer sob minhas mãos, mas ao invés disso tudo que recebo é a respiração dele entrecortada e os músculos tensionados como se ele tentasse reprimir suas reações.

Certo, isso está realmente diferente do que esperei, quem deveria estar chateado sou eu, não ele.

—Por quê tá me ignorando, foguinho?- - pergunto quando deixo de chupar suas costas e encaixo meu queixo na curva do pescoço dele.

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