Sem auréola

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Los Angeles | Home’s Grayskull

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Sarah Grayskull Wever adentrou a sua sala de estar pela manhã.

A mulher carregava uma bolsa de couro brilhante preta presa entre a dobra de seu braço e seu cabelos lisos estava um pouco desgrenhado graças à… ação de seu encontro da noite anterior.

Sarah estava divorciada há algum tempo, considerando esse acontecimento ela levou alguns anos para finalmente poder conhecer caras legais e decidir sair com alguns deles.

Adora realmente não se importava se a sua mãe ia à encontros no fim de semana, na verdade ela se sentia aliviada por vê-la aproveitando um pouco da forma que merecia. A sua faculdade também tomava grande parte de seu tempo, então não era como se ela pudesse se preocupar o bastante com sua mãe.

Mas Adora ainda se preocupava e esperava grandiosamente que a mulher não se metesse com babacas como seu pai.

As duas tinham - ou mais como eventualmente criaram - um bom vínculo familiar. As coisas se tornaram mais fáceis quando Adora mencionou que gostava de garotas e se sentia confortável com isso, o que não foi um problema para Sarah.

No entanto, a mulher se sentia um pouco desapontada já que a garota estava totalmente decidida em não ter uma namorada, Sarah cansou de verificá-la dia após dia praticamente engolindo seus próprios livros enquanto estudava incansavelmente.

A mais velha até tentou encorajá-la algumas vezes, é claro, mas Adora sempre disse que não precisava e nem queria alguém. Isso atrasaria seus planos e preferiu deixar tudo como estava, afinal, mais desempenho e zero dor de cabeça enquanto ela se direcionava para o objetivo profissional de sua vida.

Bem, Sarah aceitou isso após alguns meses e conversas inúteis que não a levavam a mudar de ideia, entendendo o lado de sua filha e a apoiando em suas decisões, mas ela não estava nem um pouco preparada para ver uma desconhecida incrivelmente bonita em sua cozinha colocando remédios sobre uma bandeja, virando-se lentamente para encarar a médica paralisada na arcada.

Catra ainda estava com as roupas da noite passada, a camisa de botões xadrez aberta um pouco amassada, um top esportivo branco com as alças perfeitamente cobertas pela camisa e calça cargo verde musgo um pouco caída em seus quadris bastante… definidos.

Sarah piscou algumas vezes, sem entender porque diabos notou um detalhe tão inútil, mas que foi impossível de não reparar. Ela nem percebeu quando a incubus se aproximou dela, fazendo seus olhos se arregalarem por um instante diante dela.

─ Bom dia - Catra estendeu sua mão amigavelmente ─ Sra. Grayskull, eu presumo.

─ Sim, claro - A mulher sacudiu a cabeça e apertou a mão da entidade em resposta ─ Pode me chamar de Sarah. E você deveria ser...?

─ Oh, Catra Wayne - Sarah sentiu um calafrio ao ver a garota sorrir largamente para ela, mantendo a postura enquanto ela estava dando tudo de si para não demonstrar que suas pernas estavam estremecendo sem nenhum motivo aparente ─ Sinto muito pela invasão a sua cozinha. Adora estava prestes a ter algumas dores de cabeça ao acordar, então eu decidi vasculhar um pouco para encontrar alguns dos seus medicamentos, espero que não se importe.

─ A-Adora? - Sarah franziu a sobrancelha após ouvir a menção de sua filha ─ Ela está bem? Aconteceu algo?

─ Ela passou um pouco dos limites na noite passada - A incubus caminhou de volta ao balcão para segurar a bandeja onde haviam algumas torradas, suco de laranja, um copo d’água e comprimidos para dor. Catra reparou traços de preocupação nas feições da mãe e respirou fundo ─ Sinto muito, Sarah. A culpa foi minha, quando eu cheguei na festa não tive muito tempo para impedi-la e ela já havia bebido demais. Como você não estava em casa, passei a noite para me certificar de que ela não teria enjôos ou mal estar.

The Devil's Touch - Catradora (G!P)Where stories live. Discover now