Capítulo Um

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Senzala...

Ela acaba de chegar na fazenda do seu novo dono, com mais um lote de escravos. Todo o seu corpo dói, por conta da longa viagem de carruagem pelos caminhos de terra batida.

Nala tenta se acalmar.

O que mais a assusta é não saber nada sobre ele. O seu medo com a possibilidade de que ele seja tão ou mais cruel que o anterior é intenso. Ela já estava acostumada aos castigos, torturas e abusos; mas pelo menos com o falecido dono já sabia como lidar para evitar isso.
Lembra bem da primeira surra que levou, de todas as chicotadas e do pior de todos: a forma como foi abusada por ele pela primeira vez.

Lembranças...

Venha aqui, sua nega fedida! — Seu grito me sobressalta.

Por favor, Senhor, não me machuca. — Minha voz sai trêmula e baixa.

Não ouse mais me contrariar, ouviu!? Se eu mandei vir para o meu quarto, é para vir! Entendeu!? — Meu senhor grita de forma hostil.

Sim, senhor. Me perdoe.

Ele me arrasta pelos cabelos, até dentro da casa. Os outros negros não fazem nada, apenas me olham com pena. Eu sei que eles não podem fazer nada por mim. Se algum tentar, morrerá sendo torturado. Infelizmente já assisti a muitas mortes e torturas feitas aos escravos que fossem mais rebeldes e tentassem se defender, ou defender outros. Nós, os negros, sabemos que não somos nada, e temos menos valor que um animal para os nossos senhores.

Os nossos gritos e súplicas só aumentam o prazer dos que nos escravizam e torturam. Eu já estou acostumada com as chicotadas sem ao menos ter feito mal algum, mas meu senhor usa tanto a mim como a outros para servir de exemplo aos que tentarem algo, como fugir, por exemplo.
Eu sei o que acontecerá, algo que eu já tinha evitado muitas vezes.

Ele sempre me procurava, podre de bêbado; e eu sempre arranjava um jeito de escapar. No dia seguinte, o homem nem lembrava.

Dessa vez é diferente. Ele está bem sóbrio, e ainda mais furioso, pois ignorei à ordem que deu ao capataz, para que eu vá até o quarto dele.

Agora você vai ver o que acontece com escrava que não obedece o dono! — rosna.

Eu não falo nada, pois sei que nem adianta.

Lágrimas escorrem pelo meu rosto. Sinto muito medo, apesar de toda a violência que já sofri.

Ele rasga a minha roupa e me atira sobre a cama, em seguida, tira a calça e fica diante de mim, com um sorriso diabólico.

Meu senhor é um homem já com alguma idade, ainda mais envelhecido pelo abuso do álcool. É baixo e barrigudo.

Frio, cruel e asqueroso. Desde que perdeu seu único herdeiro e sua mulher num acidente, começou a se embebedar e a maltratar cada vez mais os escravos, abusando das jovens. Algum dia tinha que chegar a minha vez.

Aposto que ainda é virgem! Espero bem que sim, senão, mato o negro que ousou tomar algo que é meu, e em seguida, você, por ter permitido. — Suas palavras saem rudes e em tom de ameaça.

Eu apenas choro e tremo de medo. Ele, vendo o meu silêncio, grita:

Você ainda é intocada, não é!?

Sim, Senhor. — Assinto.

A voz embargada quase não sai, de tão aterrorizada que estou.

Amor Escravo  ( Série Amores Proibidos ) Degustação Livro IWhere stories live. Discover now