Capítulo Dois

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Na manhã seguinte, bem cedo, Nala ajuda Ba a preparar o café da manhã. Já os aguarda na sala para servi-los quando o barão e sua esposa chegam primeiro, e logo em seguida, Beatriz.

— Pode servir o café. — O homem ordena, e a baronesa dá um pequeno sorriso a Nala.

— Bom dia, Nala! — diz Beatriz.

— Bom dia, Senhorita! — responde, com cabeça baixa.

— Nala, pode me chamar apenas de Beatriz, por favor?

— Senhorita, eu não quero causar problemas. — Com a voz quase inaudível.

Ela encara o seu pai, como que o questionando. Ele a encara de volta, com ar de quem está a perder a paciência, e finalmente fala:

— Tudo bem! Você deve dirigir-se à minha filha como ela ordenar. Entendeu, Nala?

— Sim, Senhor! — fala timidamente, retribuindo um pequeno sorriso a Beatriz, que sorri de forma vitoriosa.

— Pai, estive pensando... Nala poderia ser minha mucama. Assim, poderá me acompanhar nos meus passeios, quando montar a cavalo ou pé, e não terei que esperar por Lucas nem pelo capacho do Valdo.

— Tudo bem, desde que você se comporte, senão, não tarda, e lhe arranjo um marido. Estou ficando farto das suas doidices.

— Obrigada, pai! — Ela salta da mesa, em seguida, abraça e beija de forma alegre o barão, que tenta disfarçar um pequeno sorriso.

A baronesa sorri para a filha, feliz. Beatriz logo sorri também para a escrava.

— Nala, se prepare, depois do café da manhã, pois quero sair pelos jardins. Já não aguento mais ficar aqui trancada.

Ela assente.

— Bom, vou indo, que tenho muito o que fazer. Até mais tarde. — O barão se despede e sai.

— Mãe, quando Lucas volta?

— Não sei, Beatriz. Enquanto ele não conseguir resolver todos os problemas pendentes nas outras fazendas, seu pai não o deixará voltar tão cedo.

— Já sinto saudade dele.

— Eu também, minha filha.

Nala se mantém o mais quieta e discreta possível, enquanto elas terminam o café da manhã, e fica imaginando se o irmão é tão bondoso quanto ela demonstra ser.

Depois do café da manhã, Beatriz entrega à escrava algumas roupas novas de mucama, e ambas saem para um passeio, pelas terras.

— Que idade você tem, Nala?

— Tenho vinte, Senhorita!

Ela a olha, suspira e, segurando suas mãos, fala:

— Nala, pela última vez... quero que se dirija a mim apenas como Beatriz, ou terei que a castigar. — Logo ri, o que mostra que suas últimas palavras são brincadeira.

— Tudo bem, Beatriz. — Dá um pequeno sorriso.

— Eu também tenho vinte anos. Somos da mesma idade. Que bom. Ao menos, agora terei alguém que me entenda. — Ela diz, revirando os olhos. — Você sabe montar a cavalo?

— Não, Senh... Beatriz. Eu sou escrava, nunca tive permissão para tal. Aliás, quase não saía da senzala. Apenas para trabalhar.

— Hummm... sabe ler?

— Não — responde, de cabeça baixa.

— Então eu te ensinarei a ler e a escrever.

— Beatriz, eu não sei se será uma boa ideia. De que servirá eu aprender? Não passo de uma escrava, e sempre o serei.

Amor Escravo  ( Série Amores Proibidos ) Degustação Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora