Amor Escravo ( Série Amores Proibidos ) Degustação Livro I

Capítulo Dez

Os seus olhos estão inchados de chorar. Ela quase não dormiu essa noite, de tanto que seu peito agoniado doía. Uma dor diferente de todas as já foi sujeita, e essa não cicatrizará tão rápido quanto à dor dos ferimentos carnais.

Beatriz a olha, preocupada pelo seu visível estado abatido; mas ela mente, dizendo que foi pelo incidente de ontem com Lívia. A moça então a tranquiliza, dizendo que o seu pai não a castigará. 

A família do barão toma o café da manhã num estranho silêncio, ainda na ausência de Lucas, que chega uns minutos depois, com ar abatido, dando um bom dia fraco a todos que já estão à mesa, em seguida, senta, sem nem olhar na direção de Nala, o que confirma as suas suspeitas. 

Seu coração bate descompassado. 

A muito custo, ela tenta controlar suas mãos trêmulas. Serve-lhe o café, afastando-se em seguida, como se ele fosse fogo.

— Muito bem, uma vez que já estamos todos reunidos, informo que o casamento de Lucas e Lívia será daqui a uma semana. — O barão fala, o que deixa tanto a baronesa como Beatriz surpresas, a se olharem mutuamente.

A respiração de Nala para e ela sente uma leve tontura. Fecha os olhos por uns segundos, tentando controlar sua respiração e as lágrimas que ameaçam escapar, sendo o mais discreta possível. 

Agora entende o motivo do comportamento de ontem à noite, no seu quarto. Há quanto tempo ele tem o casamento programado? Pensa no fato de Lucas ter a induzido até seu quarto durante o baile para se deitar mais uma vez com ela, e isso dói ainda mais. Foi tão ingênua, acreditando na seriedade dos sentimentos dele, achando que ele fosse diferente. Mais uma vez não passou de uma diversão para o seu senhor. 

— Como assim, meu pai? Lucas vai se casar com Lívia? — Beatriz pergunta, ainda incrédula.

— Lucas será pai. Lívia está esperando um filho. Por isso o casamento terá que ser logo antes que comecem com falatórios. — O barão responde.

— Mas, que boa notícia, meu filho! Você vai me dar o neto que eu tanto desejo! — A baronesa fala, feliz, abraçando o filho, que não mostra emoção alguma. 

— Lucas, você tem certeza? Essa mulher é capaz de tudo! — Beatriz o questiona; mas Lucas se limita a tomar seu café, com o olhar distante e vazio, sem nem prestar atenção ao que falam. 

— Beatriz, pare com isso. Além do mais, Lívia me deu todas as provas necessárias para confirmar isso. — O barão responde, por sua vez. — E quanto a você, Nala: vou fechar os olhos sobre o desastre que provocou ontem; mas espero, para o seu bem, que tenha sido o último, pois não perdoarei mais erros. — Ele fala, de forma ameaçadora; e ela assente, de olhar baixo.

Alguns dias se passam, e Lucas sempre sai cedo com seu pai e volta tarde. Algumas noites, nem aparece para o jantar, o que leva Nala a crer que está fazendo a corte à sua noiva. Lucas também nunca mais olhou nem se dirigiu a ela, o que de certa forma a deixa aliviada, pois assim poupa o seu constrangimento. 

Uma noite antes do casamento...

Nala ouve uma batida de leve na porta do seu quartinho. Logo imagina ser Ba, com algum recado sobre a organização do casamento de Lucas; mas é o próprio, que entra, com o olhar triste.

— Eu não consigo ficar longe de você — sussurra e se aproxima, olhando-a nos olhos e a abraçando.

Ela fica em silêncio, estática e de olhos fechados, sentindo o seu cheiro. Seu coração bate forte. 

Como ela sentiu falta desse abraço, do cheiro, do calor do seu corpo... 

Lucas começa a beijar seu pescoço, acariciando seu corpo; mas por mais que seu coração queira corresponder, ela trava uma batalha interior, mantendo-se imóvel.