Capítulo 11

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Max Osíris.

-- Deixe-a comigo. -- Sugiro, interrompendo a conversa entre meu pai e Michael River.

Os dois homens mais velhos, me olham, surpresos por eu ter aberto a boca depois de duas horas escutando seus debates intermináveis, sobre o que fazer com a garota River e a nova ameaça à sua vida.

Ambos me analisam de cima a baixo, se certificando de que meu desejo em proteger Lilith não vem de qualquer plano sórdido e maléfico, que ronda em minha mente cruel e sádica. Eu sorrio, passando a confiança que sei não merecer.

-- Nem pensar. -- Michael nega, batendo os dedos nervosamente no tampo de madeira da mesa.

Seu orgulho sempre foi um problema.
O correto Michael River. Atleta prodígio dessa pequena cidade que aos 20 anos foi convidado para conhecer um dos clubes dos Osíris, e se apaixonou por uma puta Apodyopsis. Claro que ele não ficou contente em trepar com a puta, e precisou engravidá-la.
Todos nós sabemos que o caos que ronda essa cidade desde que Lilith nasceu, é culpa de Michael e da porra do seu pau.

Garotas Apodyopsis tem filhas Apodyopsis.
É a regra.

Lilith não é uma garota Apodyopsis.
Ela é a exceção à regra.

No dia que Lilith respirou pela primeira vez neste mundo, foi aprisionada ao sangue Osíris. Não há nada que pudesse ser feito pela vadia da sua mãe. Lilith era propriedade dos Osíris e ela seria vendida ao longo da vida, mas nunca deixaria de ser nossa.
Cresceria nos clubes e teria tido a virgindade leiloada, quando completasse dezesseis anos. Era isso que acontecia com as garotas que nasciam aqui dentro.
É claro que tentamos controlar a natalidade do lugar, mas as vezes...bem, alguns bebês nascem e nós não os negamos. Afinal, eles podem trazer um bom dinheiro na hora certa.

Mas, Michael a comprou.
Ele nos vendeu o seu Motel, em troca da liberdade daquela linda bebezinha de olhos verdes e inocentes.
Permitiu que todas as profanações e crimes horrendos dos nossos negócios fossem realizados por trás daquelas paredes, para que Lilith estivesse longe da vida dos clubes Apodyopsis.

Tudo isso, porque o homem amou uma puta.

Lunna tinha vários amantes dentro do clube, quase toda a cidade já passou por sua cama, e Lilith poderia ser filha de qualquer um. Mesmo assim, Michael a quis.
E o desgraçado é mesmo o pai dela, em todos os sentidos.

Nunca serei grato o suficiente por ele a ter tirado desse lugar, e ter lhe dado uma boa vida com o amor de um pai. Graças à ele, aos doze anos eu pude comprar o destino de Lilith River em troca de protegê-la por toda a minha vida.
A família Osíris assinou um acordo naquele dia.
Lilith é uma Osíris desde que o sangue de Liam manchou minhas mãos, marcando minha iniciação nesse mundo.

-- Ele a salvou, Michael. -- Meu pai ajeita seu terno, seus frios olhos azuis presos no pai de Lilith, enquanto tenta sair ao meu partido.
-- E nós dois sabemos que a garota é dele. -- Completa.

Abro um sorriso largo e insano ao me lembrar das minhas mãos naquele desgraçado, arrebentendo sua cara sem conseguir parar... Ele a machucou.
Ousou tocar nela. Na minha Lilith.

-- Não até que complete dezoito. -- Michael suspira, seus olhos verdes parecendo cansados e destruídos.

Ele me lembra Lilith.
Os dois tem o mesmo cabelo loiro, os olhos verdes e aquele sorriso gentil.
Lilith não se parece em nada com a puta que tirou minha virgindade quando tinha dez anos. Lunna é uma vadia, gananciosa e cruel. Muito diferente da menina doce e sorridente que sou obcecado desde a infância. Me pergunto como Michael River se apaixonou por ela.

Segredos Profanos [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora