Capítulo 10

1.1K 79 875
                                    


"Ainda que efêmeros, os amores proibidos compensam o tempo curto com intensidade."
_________________________________

Anahí permaneceu conversando com Manoela por um bom tempo, enquanto aproveitavam o café da manhã naquele dia ensolarado.

Em poucas trocas de palavras, ambas notaram que tinham coisas em comum. Manoela se via em Anahí quando estava no auge da sua juventude. Talvez por esse motivo, já nutria coisas boas pela garota.

Anahí estava tão à vontade com a mulher que ficou alheia a tudo que acontecia ao seu redor.

Após saciarem sua fome, Marcos e uma Sabrina enfurecida já haviam saído do local e foram-se sabe lá para onde. Alfonso estava muito calado, porém atento na conversa das duas, até que seu telefone começou a tocar.

— Herrera — atendeu a ligação após se afastar da mesa.

Alfonso, está na hora  — disse Javier — Matias está nos aguardando no depósito.

Matias era um fornecedor que começou a trabalhar com Alfonso há pouco mais de um ano. A cocaína do cara era uma das mais procuradas, principalmente nas regiões de Chiapas e Veracruz. No entanto, soube de uns contra-tempos do parceiro que não lhe agradou nem um pouco.

— Te encontro em 10 minutos — falou sério e desligou o telefone. Voltou para a mesa onde estavam sua mãe e Anahí — Ana — olhou ao chamá-la — vamos! – Apontou com a cabeça para a direção da casa.

— Para onde? — Perguntou de imediato, não querendo sair dali no momento.

—Você vai para o quarto — colocou suas mãos na cintura — eu irei sair. Preciso resolver assuntos.

— Deixe-a aqui, filho— interferiu Manoela — Estamos fazendo companhia uma à outra — sorriu para Anahí.

— Outra hora vocês continuam esse papinho interessante, mas agora quero que suba — tocou no braço da mulher que imediatamente o olhou furiosa.

— Por que isso, Alfonso? — perguntou a mãe — a menina está comigo, longe do perigo. Não irão encostar nela ... — afirmou, sabendo o que se passava na cabeça do filho. Igualzinho ao pai. Decretou.

— Só vamos! — dispensou a mãe. Ficaria mais tranquilo se soubesse que Anahí estava no quarto longe dos olhos dos homens daquela casa, principiante de seu irmão — O meu tempo é curto, Anahí — disse, sem paciência, ao vê-la relutar para sair do lugar.

— Que indelicado — fez birra a fim de pirraça-lo — estou muito bem aqui com a sua mãe. Pode sair para fazer o que quiser — Manoela segurou o riso ao ver a moça enfrentar seu filho – A chance de eu escapar daqui é mínima, se é isso o que te preocupa – mexeu no cabelo como quem não quisesse nada.

— Ah, meu Deus — falou baixo, descrente com a forma de como ela o peitava — Anahí, levanta dessa cadeira e suba para seu quarto — a encarou — estou cheio de problemas agora e você só piora a situação.

— Mas, cariño — virou-se para ele, que se surpreendeu com aquele apelido, mesmo que num tom debochado — os problemas são seus, não meus — pegou seu copo na mesa — não tenho nada a ver com isso — bebeu um gole do seu suco, olhando para o homem com um sorrisinho no rosto.

Alfonso estava com a cabeça a mil e Anahí tomava a maior parte de suas adversidades. Lidar com ela estava sendo um desafio em tanto, já que a mesma o fazia sair totalmente da zona de conforto.

— Por que tão teimosa, hum? — perguntou entredentes no ouvido dela após abaixar-se em sua altura – é só obedecer, amor. É fácil — beijou a bochecha dela para provocá-la.

El Intocable Onde histórias criam vida. Descubra agora