Capítulo 3

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Depois de destrancar a porta, Ana entrou na suíte de iluminação discreta, colocou a bolsa na poltrona perto da porta e deixou os sapatos de salto alto encostados na parede, quase suspirando quando seus pés descalços tocaram o carpete.

Christian lançou um olhar divertido em sua direção. Ela olhou para os dedos dos pés — tinha tirado os sapatos no piloto automático. Era um de seus rituais. Seria falta de educação fazê-lo quando estava acompanhada? Talvez fosse melhor voltar a calçá-los. Seu estômago se revirou e seu coração disparou.

Ele a poupou da decisão tirando os sapatos de couro preto e colocando-os ao lado dos dela. Depois tirou o blazer e jogou na poltrona, ao lado da bolsa, revelando a camiseta branca e lisa que usava por baixo, bem justa no peito e nos braços, e a calça jeans de cintura baixa. Para Ana, era impossível não olhar.

O corpo dele era todo músculos definidos e membros bem coordenados. Ele era o homem mais impressionante que ela já havia visto.

E os dois iam transar naquela noite.

Apavorada, Ana respirou fundo e foi para o banheiro, onde apoiou as mãos no granito frio da pia e observou seu reflexo no espelho. Seus olhos estavam um pouco arregalados, seus lábios, ressecados e seu rosto parecia pálido. Não era capaz de prosseguir com aquilo. Não devia ter escolhido um acompanhante tão bonito. Onde estava com a cabeça?

Seus lábios se curvaram num sorriso. Sua cabeça não estivera nem um pouco no lugar. Depois de analisar os perfis dos acompanhantes durante horas, observando incontáveis rostos e informações que se misturaram em sua mente, bastara uma única olhada em Christian para saber que seria ele. Tudo por causa dos olhos. Cinzas-escuros, sob sobrancelhas bem desenhadas, e tão intensos... mas, ainda assim, gentis. A semelhança com o ator coreano mais bonito do mundo também ajudava. Bom, não naquele momento. Havia uma boa chance de Ana acabar vomitando a janta na pia.

Pelo espelho, Ana o viu se aproximar e se encostar no batente da porta, num movimento tão sensual que ela sentiu o coração pular, voltando a bater com muita dificuldade. Christian entrou no banheiro e parou atrás dela, com os olhos cravados nos seus através do espelho. Agora que não estava mais de salto, Ana notou que ele era uns vinte centímetros mais alto. Ela não sabia se gostava de se sentir tão pequena.

__Posso soltar seu cabelo? - Christian perguntou.

Ela assentiu com a cabeça. Em questão de segundos, a tensão em seu couro cabeludo se foi, e seus cabelos se libertaram. O elástico preto caiu sobre a bancada da pia, e ele deslizou os dedos por seus cabelos, separando as mechas para que escorressem pelos ombros e pelas costas. Ana sentiu seu corpo vibrar enquanto esperava que o contato íntimo fosse iniciado, provocando um colapso nervoso nela. Quando acontecesse, ele perceberia com quem estava lidando.

Uma mancha preta no braço dele chamou a sua atenção, e ela se virou para examinar mais de perto. Ergueu a mão para tocá-lo, mas interrompeu o gesto. Ela nunca encostava em ninguém sem permissão.

__O que é isso?

Os lábios dele se curvaram num sorriso lento e torto, revelando dentes brancos e perfeitos.

__Uma tatuagem.

Ela engoliu em seco de forma involuntária, e uma onda de calor a invadiu. Ana nunca tinha entendido o motivo pelo qual se fazia uma tatuagem. Até aquele momento. A tatuagem de Christian era a coisa mais sexy que ela podia imaginar.

Ana se coçava para levantar um pouco mais a manga da camisa, mas ficou hesitante por um momento, até Christian segurar sua mão e pressioná-la contra o próprio braço. Um choque elétrico percorreu o caminho da ponta dos seus dedos ao coração. Ele parecia perfeito, como se entalhado em pedra, mas sua pele era macia e quente, firme e flexível, viva.

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