12 - The crash

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Athena

As férias foram mais curtas do que nós realmente pretendíamos. Passáramos mais tempo a estudar os passos de Derek, do que propriamente a relaxar como devíamos. 

Luke fora capaz de arranjar a medicação para mim, por um preço acessível, em troca de outros serviços. Neil, o seu melhor amigo, era um bom vendedor de droga na cidade, pelo que os serviços de troca pela medicação seria exatamente isso. 

Andrew estava fugido das mãos de Hale, após o ataque à empresa em Londres. Estávamos todos no covil de Luke, a trabalhar todos para o mesmo. Tínhamos de mandar Hale abaixo, custasse o que custasse. 

- Athena. - Oiço alguém chamar por mim, o que me faz abanar a minha cabeça e pestanejar repetidamente, para escapar da minha bolha de pensamentos. - Estás a ouvir? - Andy pergunta, pelo que olho por cima do meu ombro, para o ver.

- O quê? - Pergunto, confusa, pois não prestara qualquer tipo de atenção ao que quer que o loiro tenha acabado de dizer.

- Céus, não ouviste absolutamente nada, pois não? - Andrew solta uma gargalhada alta, pelo que acabo também por rir. - Acabámos de descobrir quem é a amiga do Hale. - Ele pronuncia, o que capta a minha atenção total. - Ela trabalha, na verdade, para a Malya. É o braço direito dela, é também o que podes chamar de "faz-tudo". - Ele explica. 

Respiro profundamente. Os meus dedos retiram os tubos do meu nariz, pousando os mesmos sobre o aparelho que me fornecia o oxigénio. Volto a olhar pela janela, observando as luzes da cidade pela janela. 

Malya era uma rapariga inteligente. Ela raramente se envolvia em qualquer confusão, ao contrário do irmão. Enquanto o irmão lavava dinheiro na empresa, ela seguia as coisas à risca. Não entendo como é que alguém como a Malya se envolve nestas situações. Penso que as influências do irmão a tenham levado a isso.

- Não compreendo. - Murmuro, virando-me totalmente para o meu irmão. - Não compreendo como é que a Malya se envolve numa situação destas, Andy. - Explico. Ele encolhe os ombros.

- Não é para nós compreendermos. - Responde-me. - Eu sei o carinho que tens por ela, mas não te masses mais por isso, pequena. 

Um silêncio pousa sobre nós dois, naquela divisão larga. Não havia palavras para descrever o que eu sentia no momento. Malya era realmente alguém que eu admirava e tinha um carinho especial; era a melhor amiga que eu nunca tive. Como é que chegámos a isto?

- Malta. - Trevor interrompe o silêncio, apercebendo-se depois que a sua entrada fora demasiado de rompante. - Oh, estou a interromper a conversa de família? - Ele questiona, num tom brincalhão, para animar o lugar. O meu irmão solta uma gargalhada curta, dando um encontrão no amigo. - Não, a sério. - Ele brinca e olha para mim. - O teu fofo já está a chegar. - Ele pisca-me o olho.

Visto o meu casaco, sentindo algum frio, para sair então daquele quarto. Os dois rapazes seguem-me, enquanto caminho para a sala, à procura de Luke. Os olhos dos nossos companheiros caem sobre mim e, por momentos, sinto-me fragilizada. Detestava este sentimento.

- Vieste à minha procura? - A voz rouca de Luke faz-se ouvir, pelo que o meu olhar procura por ele imediatamente. O seu rosto ferido surge no meu campo de visão, algo que faz o meu coração partir por momentos. - Sim, sim, já sei. Estou um desastre. - Ele dá uma gargalhada, colocando o seu braço em volta do meu corpo. 

- Onde é que vocês foram? - Pergunto. - Não me lembro de haver nada preparado, nenhuma missão. - Digo, com alguma confusão na minha voz.

O silêncio torna-se constrangedor e os rapazes não olham mais para mim. Afasto-me do corpo de Luke, para conseguir observar melhor os rapazes presentes naquela sala.

- Rapazes? - Os seus olhares são quase de pena, algo que não me deixa absolutamente nada confortável. - Não... - Afasto-me deles, bastante desiludida. Não sabia com quem me encontrava mais desiludida: com a minha própria equipa, com o meu irmão ou com o meu namorado.

- Athena, escuta... - Andrew começa por dizer, mas eu ergo a minha mão, para o impedir de continuar a conversa. 

- Não. - Murmuro. - Não quero ouvir desculpas. Não quero ouvir nada vindo das vossas bocas. - Respondo, bastante magoada. 

Olho à minha volta, agarrando na arma de Luke. 

Eu sabia que não estava em condições de lutar, a minha saúde estava apenas a deteriorar-se tempo a tempo. Eu sabia que isto era para o meu bem. Mas, ainda assim, eu merecia saber das situações. Eu merecia ser mantida a par. 

- Athena... - Luke murmura. Eu sabia que ele ia tentar impedir-me de sair, mas eu não ia permitir isso. - Athena, pensa bem... O Derek está por aí...

- Ainda por cima ele está na cidade. - A minha voz sai mais arrogante do que eu pretendia, mas já não ia voltar atrás. - Que bom. Fui a última a saber. - Murmuro. 

Pousei o meu telemóvel na mesa de onde tirei a arma e retirei as chaves do carro das mãos de Neil, arrancando para fora da casa de Luke.

Se eu sabia para onde ir? Não fazia a menor ideia. Mas já trabalhei com bem menos informação e cheguei onde pretendia. Também já tiveste bem mais pessoal para te ajudar, o meu subconsciente alerta-me e eu suspiro. 

Entro no carro de Luke, após ouvir a discussão no interior da casa, devido à minha saída. Arranco, vendo Neil, Luke, Trevor e Andrew pelo espelho retrovisor, a sair do interior do edifício em ruínas. Enquanto dirijo, procuro cuidadosamente por um localizador que pudesse indicar-lhes a minha localização. Neil era um belo génio a esconder estes aparelhos. Se calhar devias parar o carro para descobrir o localizador, Athena, o meu subconsciente avisa.

Quando ergo a minha cabeça, já não vou a tempo de desviar o carro. 

A última coisa que vejo são os faróis de um carro a embater contra o carro do Luke e tudo fica escuro.



A minha cabeça está a latejar. Dói-me o corpo todo. E também não me consigo mexer.

Esforço-me para abrir os meus olhos, para conseguir entender onde estou. A luz faz com que os meus olhos ardam, de tão intensa que parece ser.

- Ora, ora, ora... Quem decidiu acordar. Finalmente. - Oiço alguém dizer. A voz não é familiar, ou pelo menos, não a consigo reconhecer.

- O-Onde estou? - Pergunto num sussurro, tentando observar o ambiente à minha volta, mas o espaço é demasiado escuro para eu conseguir entender onde estou. 

- Oh, minha querida Athena. - A sua voz tem um tom brincalhão. E já me é mais familiar. - Não eras quem eu esperava encontrar dentro daquele veículo, mas também não desapontas. - Ele brinca, passando a sua mão pelo meu rosto. 

- O Luke vai encontrar-me, Derek. - Sussurro.

- Oh, aposto que vai. - Ele solta uma gargalhada. - Mas quando o fizer, eu já não vou estar mais aqui. 

**

HERE WE ARE AGAIN!!

Provavelmente muitos dos antigos leitores de Poison já não têm tempo para ler, porém, eu voltei! Voltei para reescrever, voltei para ajustar os erros!

Voltei, não sei se para ficar, mas voltei, amiguinhxs.

Por favor, perdoem a minha demora. Sei que foram praticamente 4 anos sem escrever, mas espero regressar em força! 

With love,

LT17_4ever.

POISONOnde histórias criam vida. Descubra agora