Ruggero

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Não acredito que estou prestes a contar a Karol algo que eu tenho para mim, somente Camila sabe que tenho pesadelos mais nunca falei o que sonho para ela.
Mais essa garota, tira de mim algo que não consigo controlar.

- Eu fiquei quatro anos fora quase cinco estudando e estava feliz por voltar para casa. Falo e estou olhando para o teto.
- Quando desembarquei minha mãe estava lá fora, me esperando. Engulo o nó que se forma na minha garganta.
- Ela me entregou as chaves do carro, não gostava de dirigir a noite, a verdade é que ela quase não pegava o carro.
Arrisco meu olhar para Karol e ela está com seus olhos em mim esperando.
- Viemos conversando o caminho todo, estava chovendo, depois que sai da rodovia e fiz a curva um animal pulou na frente do carro e eu tentei desviar acabamos rodando várias vezes na pista, até atingir o meio fio e capotar.
Fecho os olhos e sinto sua mão apertar a minha.
- Ela estava ao meu lado...
Morta e eu não pude fazer nada para ajudá-la.
- Você não tem culpa, não tinha como ajudar.
- Era eu no volante, era minha obrigação deixá-la segura, a culpa é minha.
As lágrimas que eu segurava a muito tempo começam a cair sem que eu tenha controle e fico assustado que não percebo que Karol está ao meu lado e me puxa para os seus braços, sinto sua mão subir descer por minhas costas e a outra entrar nos meus cabelos fazendo um carinho.
- Shiii, você não tem culpa de nada, não pode se sentir assim.
Ela não se sentia segura em dirigir, pensa que se fosse ela ao volante, você também estaria morto, ela não teria chance de desviar do animal e muito menos tentar achar uma saída, você mesmo disse ela não tinha experiência com carro.
-Mais eu sim...
- E fez o melhor para manter os dois ao seguro, infelizmente ela não conseguiu, mais isso não te faz culpado, você tentou Ruggero, você tentou quando freou o carro, você tentou quando desviou do animal, você tentou quando o carro dançou na pista tentando achar um meio de parar, você tentou quando o carro capotou e a viu morta, você segurou a mão dela, você tentou porque você ama sua mãe e você lutou por ela até o fim.
E isso não te faz culpado, te faz corajoso.
Fecho os olhos deixando que as palavras de Karol encontrem um caminho dentro do meu coração.

Desperto aos poucos, e abro os olhos tem cabelos no meu rosto, olho para baixo, para onde minhas mãos estão segurando o corpo...
Levanto de vez e ela resmunga se virando para o outro lado, esfrego os olhos e olho para Karol novamente na minha cama, acabamos dormindo juntos.
Caralho....

Ela é tão linda, quando escutei ela ontem, pensei que havia alguém com ela, até ouvir meu nome, e ela gozar chamando por mim me deixou mais necessitado, eu já estava duro e quando dei por mim já estava gozando chamando seu nome.
E ela correu para minha casa, me viu no meu pior momento e ainda estendeu a mão para mim.

Entro no banheiro e faço um banho rápido, consigo me vestir e ela ainda está dormindo, vou para a cozinha fechando a camisa social, ligo a cafeteira e faço uns ovos mexidos, coloco café na xícara, quando escuto passos vindo no corredor, e uma Karol descalça com uma camisola minúscula e com o coque no cabelo bem bagunçado me encara.
- Bom dia flor dia. Ela me lança um sorriso forçado.
- Não sabia que acordava mau humorada.
- E eu não sabia que acordava falante. Sorrio e entrego uma xícara de café a ela que estranha.
- sem açúcar, amargo igual você. Ela me mostra o dedo do meio.
- Está com fome? Ela bebi um pouco do café e me lança um sorrisinho malicioso, e aponto para a mesa.
- Estraga prazer. Sorrio e acabo mordendo os lábios.
- Não faça isso se não quiser que eu arranque suas roupas, já dividimos uma cama e uma parede, nada me impede de dividir minha... Enfio uma uva em sua boca.
- Isso mastigue, você é ótima de boca cheia. Fecho os olhos e aperto a mão, me dando conta do que falei, e ela está rindo tanto que se joga na cadeira.
- Se você for encher eu aceito. Jogo um guardanapo nela.

- Obrigado por... Não termino de falar.
- Não precisa agradecer, sei que você já deve ter ouvido isso de alguém, mais procure ajuda profissional, pode parecer bobeira mais vai ver que se sentirá muito melhor.
- Com você foi assim? Ela faz que sim.
-  Com treze anos você pensa que psicólogo é coisa de doido.
- Bem você não é muito normal. Brinco.
- Olha só ele tem senso de humor.
- Ah eu tenho meu charme.
- E põe charme aí doutor. Ela brinca e olha a hora, da um pulo da cadeira.
- Tenho que correr, obrigado pelo café. Vai saindo.
- E pela cama. Abre a porta e quando vai fechar.
- E pela arrochada, você é realmente delicioso.

Ah garota.....

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