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Henrique 🕊️

Cheguei na minha casa ia da três e meia da manhã já, acabado de deixar a cismada em casa. Tirei uma roupa e tomei um banho, deitei e peguei meu celular.

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Cecília :  Eu também te amo meu preto. Não quero que você ache que eu estou te forçando, só quero te ver feliz.

Henrique : Fica tranquila que eu tô no caminho neguinha. Qualquer coisa amanhã a gente se encontra.

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Papo reto, nem consegui dormir, fiquei pensando em várias coisas. R7 veio com papo que tem uma proposta pra mim.

Disse que se eu for trabalhar como segurança dele, me passa informações sobre minha família biológica, e aquilo pesou na minha mente.

Não que fosse uma parada que eu quisesse, mas pô, eu nunca tive certeza de nada na minha vida. Até meus nove anos meus pais eram a Lorena e o Cadu, e depois que descobriram que eles eram infiltrantes eu fiquei sem ninguém.

Tipo, meus avós de consideração me criaram, mas não era a merma coisa. Sou grato a eles demais, por tudo. Mas eu ia pegando idade e via os muleque tudo com pai, mãe, e eu la, sem ao menos saber de onde eu vim.

Não sei quem é minha mãe, de onde eu sou. Nem sei se esse nome é o meu verdadeiro e é foda pô.

Depois de um bom tempo eu fui dormir, pra tentar esquecer um pouco, mas o bagulho é tão louco que até pesadelo eu tive. Ai eu acordei, peguei o celular e eram quatro e meia ainda, ai foi no automático vê a mensagem da Cecília.

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Cecília : Eu sei que eu já te perguntei sobre aquele cara de hj, não tô falando pra vc me contar. Mas só me responde uma coisa, eu confio nele?

Henrique : Não tem razões pra você ter contato com o R7, ele vai chegar perto de você.

Cecília : Não tô falando dele, tô falando do Max.

Henrique : Não sei pô. Isso vai de você, se tu tem dúvida, dá um tempo, pensa e vê se faz diferença na tua vida.

Cecília : Diferença não vai fazer, porque eu não tenho sentimentos, Henrique. É um lance que eu curto, só isso, tô te perguntando pela situação de hoje, que envolveu o pai dele, tenho medo, já que você não demonstrou tanta confiança.

Henrique : Deixa eu conversar com o teu pai amanhã, depois a gente resolve, mas não consome sua mente com isso.

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Cecilia 🇧🇷

Depois que o Henrique me respondeu eu consegui dormir. Eram dez e pouca quando eu ouvi o meu pai bater na porta, ele entrou e eu fiquei sentada na cama, ele se aproximou e me deu um abraço.

Deco : Que saudades neguinha. -Beijou o meu rosto e eu fiz o mesmo. -Quase dois dias sem mim, muitas saudades?

Cecília : Bastante. -Murmurei. -Cadê a patroa? -Perguntei me levantando e eu calcei.

Deco : Ta subindo ai, foi no banheiro antes. -Ele saiu e eu fui escovar os meus dentes, me ajeitei e quando eu tava saindo minha linda entrou no quarto.

Madu : Oi gatinha da mãe. -Beijou meu rosto passando a mão no meu cabelo. -Trouxe teu bolo favorito.

Sorri e a gente foi tomar café juntinhos, fui ouvindo as novidades e fiquei sabendo que até bolsa da gucci eu ganhei, minha mãe disse que tava na caixa no carro.

Cecília : Vai descer pra boca agora, né? -Perguntei e ele me olhou negando.

Deco : Minha filha, domingueira, só quero minha cervejinha, meu churrasquinho e fumar um de boa. -Passou a manteiga no pão e eu olhei sem entender pra ele.

Cecília : Mas e o cara que veio procurar o senhor ontem a noite? -Ele me olhou negando sem entender.

Deco : Que cara?

Cecília : Ai pai, chegou ai falando que queria falar só com o senhor, mas depois falou algo com o Henrique. R7 o vulgo dele.

Juro, eu falei e a feição deles mudaram no mesmo momento. Minha mãe parou de comer e eu só vi o pai levantando, jogando o pano na mesa.

Madu : Luan, não vai querer fazer as coisas com a cabeça cheia, pelo amor de Deus.

Deco : Não começa Maria Eduarda, não precisa se intrometer nas paradas, que eu mermo resolvo. -Falou alto e eu continuei comendo.

Madu : Não tô falando que você não vai resolver, só tô te pedindo pra manter a calma, pra não esquentar cabeça com coisa desnecessária.

Deco : Coisa desnecessária? -Perguntou rindo e eu virei minha cabeça pra olhar pra ele. -Desnecessário foi o que ele fez há quinze anos atrás, beijar minha mulher grávida da minha filha? Me talaricar na alta.

Juro, engasguei. Fiquei dividindo o olhar entre os dois, nunca soube de nada disso, tava sem entender real.

Madu : Deco. Nós já falamos sobre isso naquela época, discutimos a situação e tudo foi resolvido. Tentar voltar com essa situação toda pra que?

Deco : Me resolvi com você, não foi com ele.

Cecília : Você traiu o meu pai? -Perguntei olhando pra ela, que negou com a cabeça, mas depois fez sinal de mais ou menos.

Madu : Você tava morto, Deco.

Deco : Pior ainda, cara esperou eu morrer pra tentar colocar a pica na minha mulher. -Eu ri. -Não se intromete Maria Eduarda, eu resolvo.

Ele saiu e minha mãe subiu pro quarto também, o que eu fiz foi mandar mensagem pra dindinha Julia, ela me mandou um áudio de cinco minutos, ai eu entendi.

Logo em seguida mandei mensagem pro Henrique e ele disse que meu pai havia chamado ele, disse que estavam conversando e que o R7 tava subindo o morro também.

Tinha mensagem dos meninos me chamando pra descer pra praia, mas eu disse que qualquer coisa depois eu ia.

Desci pra pracinha em frente a boca e fiquei de boa sentada, enquanto mexia no celular. O Henrique parou do meu lado e sentou.

Cecília : Que que tá pegando em? -Perguntei, mas nem precisou dele responder nada. Só vi o R7 saindo de lá mancando, com um tiro no pé. -Puta que pariu em. -Neguei com a cabeça e assim que ele foi, eu entrei pra dentro.

Deco : Ta na minha mente que ele é pai daquele cara que você ta ficando. Quero que você se afaste, não tô confiando muito no papo dele, preciso investigar antes. Não quero tu dando mole por lá. -Concordei sem nem falar nada.

Fiquei pouco tempo ali, mas logo em seguida a gente subiu pra almoçar e o Henrique foi junto.

Transceder  ²  [M] Where stories live. Discover now