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Cecília 🇧🇷

Abracei o meu pai forte, sentindo o beijo dele na minha testa, ele passou a mão no meu rosto e me olhou nos olhos, com um sorriso imenso.

Deco : Te amo minha princesa, acalma o teu coração, confia que eu volto. -Secou o meu rosto e eu beijei o rosto dele. Vi minha mãe do batente da porta e ela se aproximou.

Deco : Minhas duas mulheres lindas, papo pra vocês ficarem de boa e tranquilas, nada disso é com vocês, responsabilidade é minha.

Ele abraçou nós duas de uma vez e eu me confortei nos braços deles.

Deco : Henrique dormiu aqui? -Perguntou e eu me afastei dele pra responder e concordei com a cabeça, mesmo com vergonha.

Cecília : Não contei pra vocês antes, mas já rolou entre a gente. -Falei e meu pai mudou a expressão na hora e minha mãe, a mesma coisa. -Foi bom pra mim e eu curti...

Deco : Se tu se sentiu confortável, ta suave. Mas se cuida, papo reto. -Falou e eu sorri, concordando. -Depois a gente troca mais ideia.

Beijei que outra vez e ele e minha mãe saíram do quarto, sei que ela sempre chora quando ele sai assim, mas eu fui deitar com ela, que me perguntou mais sobre eu ter tido relação com o Henrique e eu expliquei tudo, bem tranquila, recebendo o apoio dela.

Ela dormiu e eu até fiquei mais tranquila, voltei pro meu quarto, indo direto pra sacada, eram quatro e pouca da manhã, as luzes do morro estavam acesas, e eu encontrei a minha paz ali.

Olhei pra rua, ouvindo vozes e vi a Geovanna descendo devagar em uma moto, ela tava com um coturno preto no pé, e um macacão, que cobria o corpo todo dela, na cor preta também e o fuzil nas costas.

Geovanna : Psiu. -Vi que ela tava falando comigo e prestei atenção nela. -Vou trazer ele bem, relaxa. Qualquer merda que ele for fazer, eu chego e proibo.

Eu ri, negando com a cabeça e disse um "boa sorte, toma cuidado também" pra ela, que deu o toque acelerando e descendo o morro.

Henrique 🕊️

Esperei a Geovanna descer pra barreira e assim que ela chegou, parou a moto do lado do carro que eu estava dirigindo.

Henrique : Entra ai. -Apontei pro passageiro do meu carro, já que os moleques estavam atrás e ela negou. -Tu não vai ai nem fudendo, uma bala que te acertarem já era.

Geovanna : Não conseguem pô, relaxa. Vou subir por cima, atacar la do topo, onde a gente combinou, vão demorar pra chegar la, se eu precisar de assistência te aciono no radinho.

Neguei com a cabeça, não concordando com ela, que não deu ideia. Qualquer parada que acontecesse com ela, eu ia ficar mal pra caralho, mas a maluca não liga pra vida dela, quer só proteger os outros, pra ela é só matar e pronto.

Geovanna : Eu fico bem, relaxa. -Falou outra vez e eu suspirei, dei o toque no radinho pros cara irem saindo e cada um foi pra um canto.

Nós entramos pela lateral, onde não tinha concentração de muita gente, troquei de lugar com o outro cara, ficando no passageiro e dei a ordem pra ele abaixar um pouco do vidro da janela.

Já tinha uma movimentação dos cara e eu fui atirando em quem era envolvido, pra da o aviso que a gente tava subindo. Tinham mais dois atrás, mirando bala e ai nem demorou, pro confronto iniciar.

(…)

Henrique : A Geovanna porra, localiza ela. -Falei no radinho, escondendo atrás da mureta e recarreguei a arma.

Geovanna : Me esquece garoto, tô bem e te vendo daqui. -Falou rindo e eu neguei com a cabeça, olhei para os lados e vi ela, mirando pra um cara atrás de mim.

Sai correndo, subindo por cima e cheguei no final do morro, avistei o Deco e ele tava com o frente na mira, fiquei escondido e vi que tinha outra mira no mermo cara. Era o R7 e eu sabia que um dos dois ia matar ele.

Deco pelo fato dele ter invadido nosso morro duas vezes e o R7 pelo fato dele ter matado o Max. De qualquer forma, o cara ia cair, e não demorou pro R7 acertar nele, que caiu duro no chão e ai começou a trocação dos soldados dele.

Deco subiu pela viela principal e eu tentei dar cobertura pro R7, mas foi em vão, porque acertaram nele, que caiu no chão.

Neguei com a cabeça, correndo e pedi reforço pra Geovanna, que falou que ia me dar cobertura. Eu cheguei onde ele estava e o Deco tava atrás, acertando os caras que estavam comigo na mira.

Henrique : Calma pô, vou te tirar daqui. -Falei tentando pegar ele, que estava quase desmaiado. O tiro havia pegado na barriga e ele tava sangrando pra caralho.

R7 : Calma. -Segurou minha mão. -Esse...esse tempo todo eu menti. -Tossiu e eu neguei com a cabeça, fazendo o possível pra tirar ele dali.

Nessa hora a Geovanna já estava do meu lado e desesperada, não parava de chorar, pedindo pra ele ficar bem e eu consegui arrastar ele pra um beco ali e o Deco veio.

R7 : Eu...eu sou o seu pai. -Tossiu outra vez e eu olhei pra ele sem entender, meu mundo parou na hora, papo reto. Nada acontecia, eu não conseguia fazer parada alguma. -Você e a Geovanna. -Tossiu outra vez. -São irmãos. Quero que vocês tenham segurança, esse morro agora, é de vocês.

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