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𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐔𝐦: 𝐈𝐧𝐯𝐚𝐬𝐨𝐫𝐚 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐚 𝐈𝐧𝐯𝐚𝐬𝐨𝐫 

𝓓𝓮𝔃 𝓪𝓷𝓸𝓼 𝓭𝓮𝓹𝓸𝓲𝓼,
𝓽𝓮𝓶𝓹𝓸𝓼 𝓪𝓽𝓾𝓪𝓲𝓼

𝑺𝒐𝒐𝒌𝒊𝒆

𝑸𝒖𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒂𝒃𝒓𝒊𝒖 𝒐𝒔 𝒐𝒍𝒉𝒐𝒔, havia perdido mais tempo do que podia.

Já era noite e não estava nem vestida com o traje especial.

Sookie gostava de praticar meditação, no entanto sempre acabava se perdendo em memórias passadas e elas costumavam ser demoradas.

Ela vestiu as gastas calças de couro e pôs o único par de botas que ainda possuía alguma resistência nas solas. Precisava que as botas resistissem, já que em alguns minutos estaria correndo pelos telhados da cidade.

Não teve tempo de arrumar a trança no cabelo, por isso estavam desleixadas, com fios escapando aqui e ali.

Fez dezoito anos há um mês e trançar o cabelo ainda era uma tarefa. Talvez fosse por conta dele ser volumoso demais, ou por estar muito longo. Ela não sabia o que culpar ao certo, mas jamais cogitou ser uma mera falta de talento para mexer com fios.

Ela apoiou a bolsa – que mais parecia uma sacola de tecido com alças – sobre a cama e verificou se tudo que precisava estava dentro dela. Relógio, luneta, um pedaço de pergaminho em branco e um grafite encapado. Também verificou se havia pego o mapa atualizado da cidade.

A garota costumava expandir os desenhos dos lugares por onde já havia passado sempre que visitava um novo, indo cada vez mais longe e esgotando os espaços do pergaminho. Agora possuía um total de três folhas remendadas com desenhos irregulares.

Tinha tudo em mãos, era hora de partir.

Sookie abriu a janela circular do quarto e simplesmente saiu. Ela fez do sótão da casa um lugar para chamar de "seu". Na verdade, a razão para tê-lo escolhido como quarto após anos dividindo um cômodo com a irmã, era porque a janela permitia acesso direto ao telhado, e também porque o teto abobado permitia que ela amarrasse cordas para treinar algumas técnicas de escalada.

Agora a garota já deslizava para o telhado da próxima casa terminando de vestir as luvas.

A Cidadela havia sido projetada para estar conectada. As ruas estreitas eram como canais de um rio que desemboca em um único lugar, a Fortaleza do Rei. A Cidadela era dividida em duas partes: o Lado Alto e o Lado Baixo. Sookie morava no Lado Baixo, onde o custo de vida era mais barato por ter mais proximidade com o limite dos Mundos, consequentemente menos segurança.

Só restavam as luzes douradas dos postes para iluminar as ruas e o brilho das estrelas sobre sua cabeça enquanto a Cidadela inteira dormia.

Sookie seguiu o caminho em direção aos limites. O Lado Baixo era uma porção de terreno irregular, cheio de descidas e lugares para escalar. Já estava próxima o suficiente do limite entre Mundos, tanto que podia ter um vislumbre da magia da Membrana Divisora. O céu adiante se misturava com um tom de rosa vibrante, que oscilava mesmo sem brisa.

O lugar onde estava era chamado de Cais, onde barcos ficavam atracados no Rio da Fossa.

O Barco Voador sairia em alguns minutos, pois alguns homens ainda carregavam caixas azuis para dentro dele.

𝐀 𝐄𝐬𝐩𝐢ã 𝐃𝐨 𝐒𝐨𝐧𝐡𝐚𝐝𝐨𝐫Where stories live. Discover now