À la recherche de rêves

310 43 71
                                    

Alfonso se acordou antes de Anahi no dia seguinte. Apesar de o quarto estar ainda escuro por causa das cortinas fechadas, o relógio biológico dele não o deixava passar de um determinado horário. Ele despertou com o cheiro dos cabelos dela, que estavam esparramados sobre si. Alfonso achava que nunca conheceria melhor forma de acordar do que sentindo a maciez daqueles fios loiro escuros se derramando sobre seu peito. Anahi tinha o corpo colado ao dele, os braços envoltos em sua cintura e parecia muito confortável ali. Ele ainda aproveitou um pouco, abraçando-a direito e trazendo o corpo dela um pouco mais para cima do seu, o que ela respondeu com um leve ressonar.

Ele adoraria ficar ali a manhã toda, sentindo a pele nua dela morninha pelo sono. A imaginação dele voou longe, mostrando cenários que eram um verdadeiro martírio para ele na situação em que estava. Quando ela despertasse, ele beijaria todo seu corpo, venerando cada centímetro daquela pele macia. Depois ele se afundaria dentro dela, como estava com vontade de fazer desde que acordou e percebeu que ela estava enroscada feito uma gata nele. Ele enterrou os dedos na cintura dela, olhando o corpo pequeno dela se moldar perfeitamente ao seu. Precisou se esforçar para se lembrar que Anahi provavelmente acordaria desorientada e que mesmo que ele quisesse muito, não poderia fazer nada daquilo com ela.

Pelo menos não agora. Mas um dia se vingaria dela por cada tortura que ele estava passando. E Alfonso pensava em maneiras muito interessantes de fazê-la pagar.

Por fim, decidiu que deveria se levantar, não iria ficar ali testando seu autocontrole. Se desvencilhando dela com cuidado, ele saiu da cama e Anahi mal se mexeu, apagada em seu sono profundo.

Alfonso pegou a toalha que havia deixado na cadeira na noite anterior e rumou ao banheiro, se presenteando com um banho frio que não fora nada agradável aquela hora da manhã, mas que era necessário para esfriar seu corpo. Se esforçou para não pensar nela durante o banho, ou acabaria fazendo o que não devia.

Quando saiu do box, ele se pôs a vasculhar o armário em busca de uma escova de dentes e felizmente Anahi parecia uma mulher prevenida, pois havia algumas ali em embalagens novas.

— Que escova grande para uma mulher tão pequena. — Comentou consigo mesmo, olhando o tamanho da escova dela.

Alfonso deu de ombros, fazendo sua higiene bucal e por fim vestindo a mesma roupa do dia anterior. Ele franziu o cenho, pois era uma roupa um pouco desconfortável para se estar em casa em um domingo de manhã. No final, ele ficou só de calça mesmo, tomando o rumo da cozinha.

A casa estava silenciosa ainda, bem como a vizinhança. A primeira coisa que fez foi procurar a cafeteira para passar um café. Tnha esse ritual toda manhã: parecia que só acordava de verdade quando sentia o aroma daquela bebida e sentia o líquido fumegante despertar seu corpo. Enquanto a cafeteira fazia seu trabalho, ele foi vasculhar a geladeira. Achou material suficiente ali para fazer sanduíches com diversos recheios.

O grito fino que o alcançou quase o fez derrubar a lata de atum no chão. Ele se virou de repente, a respiração pesada de susto.

— Meu Deus, você quase me matou! — Exclamou Maite, branca de susto, contrastando com seu pijaminha rosa neon.

— Me desculpe, não foi minha intenção. Desculpe assaltar sua cozinha, mas como achei que todo mundo nessa casa fosse acordar ainda com quantidades altas de álcool no sangue, eu decidi preparar o café. — Se desculpou, indo colocar as coisas que havia pego no balcão.

— Não tem problema — dispensou a morena —, eu me assustei porque não sabia que havia ficado.

— Eu não ia ficar, mas fiquei preocupado com o estado que Anahi poderia acordar. Misturar remédio com álcool nem sempre é uma boa idéia, mesmo ela não tendo tomado a medicação ontem.

À Travers Le MiroirWhere stories live. Discover now