10. Decisões

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Notas iniciais:

Oi bolinhos!

Preparem os coraçõezinhos pois fortes emoções estão por vir (não hoje, mas muito em breve).

Vejo vocês nas notas finais e boa leiturinha ❤

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2 anos antes:

Em uma manhã fresca, Megumi arrumava suas coisas, pegando os livros certos e os colocando na mochila enquanto terminava de se trocar para sair. Ele estava agora com o corpo quentinho pelo banho recém tomado e descalço, enquanto andava de um canto a outro, usando calça e camiseta pretas e vestindo um moletom escuro, para variar. Organizando os últimos detalhes, vestiu uma de suas meias confortáveis, colocou uma das alças de sua bolsa no ombro e abriu a porta, a empurrando para o lado.

Sim, o jovem Fushiguro ia sair. Ia colocar os pés para fora daquela propriedade, assim como vinha fazendo em todos os outros dias da semana. Bom, ainda teria que voltar no início da tarde, mas era tão bom poder sair...

Logo após aquele dia conturbado cerca de um ano antes, havia analisado suas opções com calma e passou a tentar se comportar, como se aceitasse o destino que os Zenin queriam para ele. Logo passaram a confiar um pouco no garoto, que estava sempre silencioso, e permitiram que ele saísse para estudar em uma universidade, há alguns meses. Como havia sido sempre um bom aluno e havia aprendido tudo o que precisava daqueles professores particulares nos anos anteriores, conseguiu ingressar sem dificuldades, mesmo que não houvesse ainda alcançado idade o suficiente para tanto.

Claro, aproveitava todo o conhecimento que adquiria e se empenhava em melhorar suas habilidades, tanto que conseguiam, ele e o namorado, juntar uma certa quantia de dinheiro na conta que um deles havia aberto. Mas um dos motivos para sair, era justamente poder encontrar, de vez em quando, o mesmo garoto com o qual fazia planos para o futuro. Eles não haviam desistido, mesmo após aquele dia ruim. Só que não poderiam mais se encontrar escondidos na propriedade, então aproveitavam algumas das saídas diárias para tal.

Megumi suspirou, contendo qualquer empolgação, já que hoje seria um dos dias em que o veria, mas ninguém poderia suspeitar. Pegou seu tênis antes de fechar a porta e seguiu pelo corredor semiaberto da construção tradicional japonesa, caminhando (aparentemente) de modo tranquilo.

Não havia muitas pessoas por boa parte do trajeto, até que se deparou com duas das figuras que menos queria ver. O Alfa se aproximava a passos lentos, soltando um bocejo longo, de olhos quase fechados. O acompanhando lado a lado – como na maioria das vezes em que o via – estava Naoya, cujos olhos afiados atacavam o mais novo, antes de suas palavras que vieram a seguir:

– Ora, se não é o ômega delicado... – Soltou o loiro, com um sorrisinho de desdém. – O bibelô da família.

Mas antes que o mesmo continuasse com qualquer insulto ou ataque verbal, ou mesmo que recebesse uma resposta – a qual o jovem ômega segurava com muita força, para não arrumar problemas – o sorriso morreu naquele rosto, já que o moreno não havia sido o único a se incomodar com aquelas palavras maldosas. O mais velho deles, que até então apenas estava sonolento, como se não prestasse atenção em nada, direcionou seu olhar firme até Naoya, que logo se calou.

Como se nada houvesse acontecido, o Alfa manteve suas mãos dentro das mangas do kimono, como de costume, e agora mais desperto, voltou-se para o garoto, com a voz grave e um sorriso charmoso:

– Bom dia, Megumi. Tenha uma boa manhã de estudos. – Disse, de modo calmo e completando com uma piscadinha de um dos olhos.

O cumprimentando com um aceno de sua cabeça – e engolindo uma resposta malcriada, assim como vinha fazendo nos últimos meses – o jovem Fushiguro continuou seu caminho, passando pelos dois Zenin. Mas não antes de ainda vislumbrar um olhar raivoso de Naoya direcionado a ele, escondido do outro.

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