Capítulo um

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Clara:

A notícia de que eu entraria para a faculdade de arquitetura foi uma felicidade para os meus pais que logo se empenharam para orgazinar as coisas para que eu ficasse confortável em Seul.

E em menos de um mês estava tudo pronto para a mudança da minha cidade para a capital. Essa seria a segunda grande mudança da minha vida, depois de vir do Brasil para a Coreia do Sul. A diferença é que agora eu moraria sozinha.

E finalmente chegou o dia de ir para meu novo apartamento, meus pais fizeram questão de irem comigo mesmo eu dizendo que estava tudo certo. O meu novo lar ficava em um prédio onde a maioria dos inquilinos eram estudantes da mesma universidade que a minha, já que a distância era de menos de quinze minutos até o campus.

Meu apartamento ficava no quinto andar, no número 201. O lugar era consideravelmente espaçoso para uma pessoa viver sozinha, eu com certeza ficaria solitaria em algum momento.

-O apartamento é lindo, bem localizado, próximo da faculdade e de um mercado -minha mãe diz observando a sala enquanto minha irmã corria até a janela de vidro que também estava com uma tela de proteção.

-É um ótimo lugar -meu pai comenta olhando ao redor com os braços cruzados e balançando a cabeça -Não acha, filha? -ele me olha

-Claro, eu amei! A vista da janela é linda também -olho para minha irmãzinha observando atentamente as luzes da rua -Não acha, Yoonie?

-SIM! -a menor grita, bem feliz e eu sorrio

-Bom, vamos orgazinar o que falta e amanhã voltamos para casa, porque segunda feira a gente tem que trabalhar. Vai ser tão triste deixar nossa filhinha aqui sozinha -minha mãe aperta minhas bochechas, com um tom choroso

-Querida, ela já é uma adulta agora, já tem quase vinte e dois anos!

-Eu sei, mas ela é como se fosse minha bebezinha. Parece que foi ontem que eu via ela engatinhando pela casa -ela me abraça forte

-Mãe... -retribuo seu abraço -Eu vou ficar bem. Mas agora tô com fome

-Eu também! -Yoonie diz, levantando o braço enquanto estava sentada no sofá balançando as perninhas

Então, minha mãe me ajudou a terminar de guardar as roupas no armário do quarto para finalmente tomarmos banho e comermos a comida que pedimos.

Ficamos na sala enquanto meus pais e minha irmã assistiam um filme de animação eu pesquisava vagas de emprego para que eu pudesse me manter bem em Seul, mesmo que meus pais tenham pago um ano do meu aluguel e sempre me mandassem dinheiro eu precisava de um emprego de meio período.

Encontrei diversas vagas, mas deixei para resolver isso de vez na segunda feira. Já que era um sábado à noite eu só deixei o celular de lado, dando atenção ao filme que parecia bem interessante. E depois de algumas horas meus pais dormiram no colchão da sala e eu no sofá

~~~🐈~~~

Na manhã seguinte, meus pais me acordaram cedo para sairmos e tomarmos café em algum lugar antes deles pegarem a estrada de volta. Troquei de roupa mesmo contra minha vontade por estar cedo para um dia de domingo e saímos para alguma cafeteria, não havia visto nenhum dos meus vizinhos até agora, eu estava ansiosa para os conhecer já que as aulas iriam começar na próxima semana.

Mas quem acorda 8 da manhã num domingo?

Paramos numa cafeteria não muito longe dali, logo que chegamos, sentamos em um lugar próximo a janela e decidimos o que iriamos pedir e então meu pai foi fazer nosso pedido no caixa.

Enquanto eu obserava o lugar minha atenção acabou indo para a mesa da frente, onde notei notei um homem que parecia ter a minha idade sentado, distraído mexendo no celular enquanto bebia seu café. Ele usava uma jaqueta de couro preta e não pude deixar de notar o quão bonito ele era.

Só percebi o quanto eu o encarei, quando o mesmo levantou os olhos tirando a atenção do celular e me fitou, quase que na mesma hora eu desvio o olhar para a mesa e depois lentamente volto a o olhar, péssima escolha. Ele ainda estava me observando. Quando cruzamos os olhares ele deu um sorrisinho de lado, colocou o celular em cima da mesa, cruzou os braços e tombou a cabeça levemente para o lado. Entendi seu ato como um desafio, e manti meu olhar firme no dele.

Até que meu pai chega com os cafés e para bem na minha frente, o que me obrigou a "perder" para o olhar felino do garoto na mesa da frente, e quando meu pai se sentou eu olhei para a outra mesa e vejo o rapaz pegar sua mochila e sair de seu lugar, quando passou por mim ele deu uma risadinha vitoriosa, saindo logo em seguida.

-Não é filha? -minha mãe chama minha atenção

-Oi? Desculpa eu tava... -balanço minha cabeça para os lados e volto minha atenção para ela

-Eu disse que você devia adotar um animalzinho pra não se sentir sozinha aqui na cidade -minha mãe repete

-Claro, é uma ótima ideia - respondo sorrindo para ela, mas ainda pensando no garoto da outra mesa.

No ritmo das batidas- (Lee Know)Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz