No ritmo das batidas- (Lee Know)

Capítulo dois

Clara:

Acordei na segunda feira sentindo o silêncio da casa. O único barulho era da movimentada rua de Seul.

A casa vazia era estranha para mim, mas espero me acostumar com isso. Minhas aulas começavam na segunda feira da próxima semana então eu tinha exatamente uma semana para organizar o que faltava.

Quando termino de tomar meu café me arrumo para sair, nem que fosse para tomar um ar mas ao sair para o corredor vejo uma garota de cabelos curtos e escuros saindo ao mesmo tempo, ela estava com um capacete em suas mãos e assim que ela me nota, vem em minha direção, sorrindo

—Bom dia! Você deve ser a vizinha nova, prazer eu sou Hyeon, Lee Hyeon –se apresenta amigávelmente, ela era bonita e parecia gentil

—Prazer, me chamo Clara, Song Clara –faço o mesmo e também me apresento

—Também é estudante?

—Sim, vou fazer arquitetura –a respondo, e nesse momento uma outra garota sai do seu apartamento que ficava quase em frente ao meu. Ela tinha seus cabelos pretos, na altura dos ombros e usava um vestido de flores branco a garota era mais baixa que Hyeon.

—Oi... Bom dia –ela nós olha e sorri

—Minji! –Hyeon a cumprimenta e faz sinal para ela se aproximar— Essa é a Minji, minha amiga e também faz arquitetura –a mais alta coloca o braço por cima dos ombros de Minji

—É um prazer te conhecer, inclusive seu cabelo é lindo –Minji diz com um sorriso

—Ah, obrigada... –sorrio, tímida pelo elogio

—Eu estou no segundo ano de arquitetura, então se precisar de alguma ajuda pode me procurar. –ela complementa

As duas parecem muito legais, porém opostas uma da outra

—Só não aconselho a fazer amizade com a prima dela –Hyeon diz olhando para os lados como se tivesse contando um segredo e Minji dá uma leve cotovelada nela e a olha com repreensão

—Desculpa, não liga muito pra isso. Pode contar comigo e com a Hyeon, mas pode ficar tranquila porque tem vários vizinhos legais por aqui

—Tudo bem... –não entendi o que exatamente elas queriam dizer mas preferi não tocar no assunto

Nesse momento uma mulher que parecia ter uns quarenta anos sai da porta ao lado da minha, ela nós cumprimenta de forma simpática e segue o caminho

—Ela limpa o apartamento do Minho –Hyeon explica —Ele quase não para em casa, então ela limpa e alimenta o gatinho dele todos os dias

—Ele não tem dois gatinhos? – Minji questiona olhando para a amiga

—Não era só um? –ela responde a olhando confusa —Enfim –Hyeon me olha —Não sei como ele consegue fazer tanta coisa, as vezes penso se os dias dele tem só vinte e quatro horas mesmo. Eu já fico cansada de estudar e trabalhar de meio período. –ela suspira, cansada só de pensar

Eu rio delas

No tempo que passamos ali várias pessoas saíram de seus apartamentos e alguns me comprimentaram, até uma menina sair do apartamento da porta a frente da minha e eu noto que Minji se afasta um pouco de Hyeon. A menina só nos olha e sorri de forma forçada enquanto Minji mantia os olhos baixos não a olhando e Hyeon sorria da mesma forma falsa para a outra. Até que ela foi embora e na mesma hora o sorriso da mais alta se desfez.

—Quem é ela? –pergunto curiosa

—Soeyeon, a prima da Minji –responde séria, observando o caminho que a outra garota fez —Ela é insuportável –revira os olhos

A mais baixa não disse nada, parecia desconfortável então eu quis mudar de assunto

—Meninas, vocês não sabem de algum lugar que precisa de funcionário de meio período? Preciso de um emprego.

—Eu acho... –ela para e pensa –Que o pet shop aqui perto ainda tá contratando –Minji responde

—Tem uma loja no centro que também tá. Se quiser eu te levo lá –Hyeon se oferece

—Não precisa, aposto que vocês também tem coisas para fazer. Mas obrigada –sorrio para elas

Nós descemos juntas para o térreo e Minji convenceu Hyeon a ir junto com ela numa biblioteca, então as duas subiram na moto e saíram com Minji acenando para mim.

Eu segui caminho e deixei meu currículo em alguns lugares por ali, inclusive no pet shop que Minji comentou.
Passei tanto tempo andando por ali que já estava escurecendo quando decidi voltar para casa

Assim que eu cheguei tive a surpresa com uma gatinha dormindo tranquilamente em minha porta. Olho para os lados para ver se nenhuma porta estava aberta e a gatinha acabou fugindo mas não vi nada, e como já estava um pouco frio eu me abaixo em direção ao animalzinho ali e vejo ela se acordar, ela tinha uma coleira com o nome dela gravado.

—Oi, Dori... De onde você veio?– faço carinho em sua cabeça e ela aceita, virando a barriguinha para cima. Então eu mais uma vez olho para as portas que estavam todas fechadas, como não vi nem sinal de alguém a procurando a peguei no colo e coloquei para dentro do meu apartamento já que eu não podia deixá- la sozinha no frio.