Cap. 63

721 92 25
                                    

Cristian deixou o apartamento tarde naquela noite,depois de tê-la posto na cama  e de ela estar dormindo. Beijou-a novamente e saiu. Havia pegado uma chave emprestada,de  modo que ela não precisasse levantar-se para fechar a porta.E  na manhã seguinte,quando ela mancava  até o banheiro e escovava os  cabelos,ficou surpresa de vê-lo entrar no apartamento. Ele trouxera suco de laranja,baguete com queijo cremoso e o New York Times,e preparou ovos mexidos com bacon.

- Alto colesterol,é bom para você,acredite (Ela riu)

Depois do café da manhã Cristian a levou para uma pequena caminhada pela Primeira Avenida. Assistiu ao jogo de beisebol enquanto ela dormia em seus braços. Quando acordou,Anastácia olhou para ele,perguntando-se como  podia ter tanta sorte.

- O que estamos fazendo aqui,Sr.Grey?(ela sorriu sonolenta e ele inclinou-se para beijá-la)

- Vim até aqui para que você pudesse pegar um ditado.

-  Engraçadinho

Pediram pizza naquela noite e ele trouxe algum trabalho,mas recusou-se a deixar que ela o ajudasse. Ela o olhou,sentindo-se culpada. Já era hora de não ter mais segredos para ele,embora soubesse que ele nunca a pressionaria.

- Acho que devo dizer-lhe algumas coisas,Cristian? Têm o direito de saber. E você pode sentir-se diferente com relação a mim depois de ouvir o que vou dizer (disse calmamente)

Era hora,antes que seguissem adiante. Nem todos aceitariam uma mulher que cometerá assassinato. Na verdade,ela suspeitava que a maior parte dos homens não aceitaria. E talvez Cristian também não.

Cristian tomou-lhe a mão entre às suas,antes que ela começasse,e fitou-a nos olhos com sinceridade.

- Quero que saiba que,seja o que for que tenha acontecido,que tenham feito a você,ou que você tenha feito,EU A AMO .Quero que ouça isto agora... e depois.

Era a primeira vez que ele dizia que a amava  e ela chorou antes mesmo de começar. Mas agora queria que ele ouvisse,queria ver como se sentiria depois que tivesse lhe contado tudo. Talvez tudo mudasse então.

- Também AMO VOCÊ ,Cristian. Mas existe muita coisa sobre mim que você não sabe. (disse ela,abraçando-o,com os olhos fechados,lágrimas a rolar pelo rosto)

Anastácia respirou fundo,tateou a bombinha de inalação no bolso,e começou;quando eu era criança,meu pai sempre batia na minha mãe... sempre mesmo... toda noite... com toda a força... eu ouvia os gritos e o barulho dis socos... e dee manhã via às marcas... ela sempre mentia e dizia que não era nada. Mas toda noite quando ele chegava em casa,gritava,ela chorava e ele batia nela de novo. Depois de um certo tempo,você para de ter qualquer tipo de vida quando essas coisas acontecem. Não pode ter amigos porquê eles podem descobrir. Não pode contar a ninguém porquê podem fazer alguma coisa com o seu pai. Minha mãe me implorava para não contar,então eu mentia,encobria,fingia não  saber,agia como se nada estivesse errado e pouco a pouco me tornei um zumbi. Isto é tudo de que me lembro da minha infância.

Ela suspirou outra vez. Era difícil contar a ele,mas sabia que tinha de fazê-lo. E ele apertou-lhe a mão com mais força.

Depois minha mãe teve câncer,eu tinha 13 anos. Ela tinha câncer no útero e tiveram que fazer algum tipo de radiação  e ... acho que isso a mudou.... aí...

Seus olhos começaram a ficar cheios de lágrimas e ela sentiu a asma fechar-lhe a garganta,mais não podia deixar. Sabia que tinha que contar a ele. Sua sobrevivência dependia disso.

MALDADE (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora