Jeon Jeongguk era muito novo quando decidiu percorrer o sonho americano. Ele conseguiu um restaurante, um apartamento confortável e uma namorada bonita, mas tudo que é bom dura pouco, e quando seu mundo vira de cabeça para baixo, Jeongguk decide met...
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NOTAS (abram os comentários)
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não esqueçam de comentar e, se quiserem entrar na vibe da fic, coloquem para tocar a música que está na mídia <3
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Terminar é uma merda das grandes, sabe? Com chantilly, granulado colorido e cereja no topo. Jeongguk podia bem confirmar que sim.
E se depois de ouvir Alice dizer "eu acho que a gente não dá mais certo junto" combinado com aquela típica desculpa fodida de "não é você, sou eu!", Jeongguk estava jogado no sofá com uma garrafa de leite nos braços — porque ele era um bom garoto e não tinha álcool em casa, porra —,chorando como uma criança que acabou de ralar o joelho pela primeira vez, é porque sim, ele sabia o quão quebrado estava. E isso se tornava, mais rapidamente do que um tiro no escuro, insuportável demais para se lidar sóbrio.
Ainda que ele não estivesse bêbado.
O leite descia azedo e Jeongguk não tinha ideia da dimensão do choro, lágrimas e mágoa que guardava dentro do peito. Todavia, isso não era um problema, porque depois do pé na bunda mais histórico da humanidade, ele aprendeu que podia chorar. Chorar muito. Às vezes não molhava, às vezes era só seu rosto se contorcendo de desconforto e então aquela tão atípica sensação de desespero e agonia. E nunca passava. Nunca mesmo. Ele tentou ver filmes e comer, mas nem o rosto naturalmente engraçado de Jim Carrey foi o suficiente para melhorar seu peso na consciência. Comer, por outro lado, era bom e ao mesmo tempo parecia lotar ainda mais Jeongguk de sentimentos ruins.
O que sobrou foi o leite e as almofadas recheadas que sua mãe tinha lhe dado de presente no Natal.
A propósito, sua higiene pessoal estava péssima.
Era como se o mundo tivesse evaporado, como se suas paredes e tapetes pudessem se desintegrar a qualquer segundo. Jeongguk era novo e tinha perdido absolutamente tudo com o que se importava. As cores brilhantes do sol se tornaram o cinza opaco depreciativo que tanto se foge em meio a depressão. Ele achou que ficaria assim para sempre, que nunca sairia dessa, mas de repente, meses depois, Jeongguk estava perdido, sem carro, com muito calor e sede, sentindo o hálito de cereja de Taehyung dando voltas e voltas por seu rosto antes que pudesse de fato entender o estímulo suicida que estava recebendo.
— O quê?
Taehyung balançou os ombros, sabendo que Jeongguk tinha entendido bem. Os abacaxis em sua camisa pulavam para fora do tecido toda vez que ele se movia. Jeongguk achou que fosse um sintoma da insolação.
