[...]
<<<< POV SOPHIA >>>>
Fiquei ali, ouvindo aquela porcaria daquele interfone chamar... E chamar até que o bipe ecoou aos meus ouvidos. Arregalei os olhos ouvindo a rejeição... Mas, Pedro me deixou passar. Provavelmente já sabia e queria falar na minha cara que não me queria mais. Bom, que fosse. Mas ele teria que dizer isso olhando no meu olho. Eu só ouviria isso de viesse dele, não de Francis nem de ninguém... Só... Dele. Eu entrei no condomínio e fui olhando as mansões luxuosas. Meu coração palpitava tão fortemente que doía. As mãos tremiam e o fôlego foi ficando curto só pelo pensamento de vê-lo uma outra vez. De ouvir a sua voz ou sentir o seu toque, por mais que fosse a última vez, tinha consciência de quê estava errada e medo... Por ele não me perdoar.
Realmente, ele é um cara de bilhões. Meu coração batia tão rápido feito as asas de um beija-flor. Finalmente, 335. Respirei fundo, estufei o peito e apertei o interfone. O portão abriu na mesma hora eu entrei; caminhei pelos arbustos olhando em volta. Era enorme e lindo. O jardim dele era repleto por câmeras camufladas. Ouvi o portão fechar novamente. Ainda não tinham empregados na residência, estava vazio, então abri a porta da sala após passar por um grande jardim; uma sala enorme e muito luxuosa. Não tão longe ouço um barulho de passos na escada, aquilo foi como um terremoto sob os meus pés. Virei tão rápido que minhas madeixas mal puderam acompanhar... Era ele. Meus olhos se afogaram na emoção no meu peito, tão grande, que transbordou por minha face até meu queixo. Corri e o abracei até o fim do mundo. Orochi me apertou contra o seu corpo e não disse nada, apenas chorou e me beijou por todo o rosto. Eu espremia os olhos em meio ao choro e a emoção de tê-lo novamente comigo. Apertava entre os dedos o tecido de sua camisa, e sentia o seu cheiro, sua voz, o seu toque... Era como se fosse a primeira vez. Eu nasci outra vez ali. Foi único.
-Não é real... Não, não é. Não me acorde. Eu sonhei tanto com esse momento... O seu cheiro de novo, a sua voz doce... -Sussurrava em meio ao choro. Ele ergueu meu rosto a si e me tomou os lábios em meio ao afago. Foi descendo os últimos degraus em meio ao beijo e me deitou sobre o sofá da sala, onde continuamos os amassos.
Orochi me beijava, chupava minha pele e mordia de leve. Estava enlouquecido de amor e saudade. Apertava-me pelo corpo enquanto estava em cima de mim. Até o beijo era diferente naquela saudade avassaladora. Eu não queria contar... Não podia. Não queria estragar aquele momento... Mas não podia mentir.
Depois de matarmos a saudade de toda forma possível... E até aqui você já entendeu, estávamos no banho, no banheiro de seu quarto. Eu me lembro bem, a água quente caía sobre nossa pele molhada como uma calda relaxante, era gostoso. Ele me abraçou por trás e apenas deixou que a água caísse sobre nossos corpos abraçados, afogando seu rosto em meu ombro.
-Preciso te contar uma coisa... E talvez eu não tenha o seu perdão desta vez, mas não estou buscando seu rancor. -Falei, sem olhá-lo. Estava de costas para ele. Ele apenas assentiu com a cabeça me deixando falar. -Fui interrogada pela detetive Lisa Duarte. Ela me perguntou sobre você e eu neguei tudo... Só que... Amor, eles descobriram do apartamento que me deu. Perguntaram como eu adquiri um apartamento tão luxuoso e eu acabei tendo que confessar que... Você havia me dado de presente. Eles perguntaram se poderiam revistá-lo e eu consenti. -Abaixei a cabeça com vergonha e medo.
Orochi virou-se para mim, e me olhou de frente. -Eles íam conseguir um mandato uma hora ou outra. Tá tudo bem, sério. -Ele me abraçou novamente e me apertou. -Eu senti tanto a sua falta... Tanto, tanto; você nunca vai poder imaginar o quanto eu queria que nada disso tivesse acontecido. Samantha ficou de me falar o motivo da Susan ter se entregue em meu lugar... Sendo que ela não tem nada a ver com os meus esquemas. -Se questionava.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Dor Que Tem O Poder
FanfictionPassamos a vida lutando para nos apegarmos às coisas que mais valorizamos, às pessoas e coisas que acreditamos que não conseguiríamos viver sem. Mas nossas lembranças são frequentemente uma ilusão... protegendo uma verdade muito mais destrutiva. Sop...