Capítulo 23

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- SEU IMPRESTÁVEL, INÚTIL! -Meu pai entra na sala gritando, me assusto e levanto na hora.

- O que aconteceu? -Pergunto vendo ele se aproximar e me dar um tapa. Fecho os olhos e respiro fundo. Calma, Logan.

- O que aconteceu?! O QUE ACONTECEU?! VOCÊ, SEU INÚTIL, VOCÊ ACONTECEU. OLHA A MERDA QUE VOCÊ FEZ. -Ele joga algumas folhas em cima da mesa. - Graças a você, seu burro, o estoque vai vir menor, tem noção do quanto isso vai nos prejudicar?!

Pego o papel vendo as notas.

Um zero. Um zero a menos, isso quer dizer dez milhões a menos. Suspiro esfregando o rosto, solto um grunhido de dor quando algo bateu em minhas costas. Me viro vendo uma vaso quebrado atrás de mim, toco minhas costas sentindo o sangue.

- Por que você fez isso?! -Pergunto assustado, ele solta uma risada irônica.

- Por que será, não é? Para ver se você aprende, seu imbecil, não sabe nem matemática básica. -Ele fala nervoso se virando, me viro para a mesa, tentando achar onde eu errei a conta. Algo pesado e meio bate no meu ombro, o cortando. Um quadro, ele jogou um quadro em mim.

- Você pode, por favor, parar?! -Pergunto me sentindo ainda mais nervoso.

- Incompetente. -Ele murmura e antes de acertar um pequeno vaso no mesmo local de antes, fazendo a ferida se abrir ainda mais. Solto um gemido de dor me encolhendo. - Vai embora, não te quero mais aqui. Prefiro pagar alguém do que ter você fazendo merda. -Ele fala saindo da sala.

Suspiro esfregando o rosto e me sentando na cadeira, caralho, como isso arde.

Pego tudo que é meu deixando dentro da mochila, troco o blusa que está rasgada e saio da empresa.

Entro no hotel e começo a arrumar a mala, após tudo pronto eu vou tomar banho.

A pior parte, o banho. Isso faz as feridas arderem mil vezes mais.

Saio do banheiro após sofrer muito, pego minha mala e desço pelo elevador.

Pago minha hospedagem e vou embora.

_____

Lar doce lar. Entro no camping me sentindo aliviado por estar aqui.

- Boa noite, senhor Parker. Pode assinar isso aqui, por favor? -O senhor da portaria pede me estendendo um papel, ele serve para contar os alunos que estão dentro e os que estão fora. Assino ele e o devolvo. - Obrigado.

Assinto e entro no prédio dos dormitórios, entro no meu dormitório e levo um susto ao ver Maya dormir encolhidinha em minha cama.

- Oi. -Levo um susto maior ainda quando Enzo sai do banheiro com uma escova de dentes na boca.

- Ahn, oi...? -Murmuro deixando a mala perto do meu armário.

Enzo se aproxima me dando um abraço, solto uma leve risada retribuindo.

- Você está bem? Está com uma cara cansada... -Ele diz levantando minha cabeça pelo queixo.

- Estou, só preciso descansar. -Respondo e ele assente.

- Ah, a Maya quis dormir aqui, ela disse que gosta do seu cheiro e ele ainda está na cama. -Enzo explica, sorrio olhando a pequena que está com uma calça azul claro, um cropped branco, o cabelo em coque e uma chupeta azul.

Me aproximo tocando seu rosto, ela se encolhe mais e coloca sua mão em cima da minha, ainda dormindo.

- Eu tenho que ir, beijão. -Enzo diz saindo do quarto. Tranco a porta e deito na minha cama, abraçando Maya. Ela deita a cabeça em meu peito e coloca a mão no meu ombro, quase pescoço. Beijo sua testa e fecho os olhos, dormindo em segundos devido ao cansaço.

•Meu querido menino insuportável•Onde histórias criam vida. Descubra agora